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024 MORANGOS COM CARINHA FELIZ
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Hannah finalmente saiu de seu transe depois de passar longos segundos encarando o loiro à sua frente com os olhos arregalados.
— Que merda você 'tá fazendo aqui? — perguntou em um tom de voz baixo, sem querer dar alarde de que ela conversava com alguém aos seus amigos que estavam nos fundos.
— Nem pensou em me chamar 'pra festinha? — Rafe, por outro lado, não se importava com o volume da sua voz, e sorriu irônico após soltar sua frase que também continha ironia.
Hannah analisou o garoto por tempo o suficiente para perceber suas pupilas dilatadas e seus olhos mais arregalados e mais fundos que o normal. E além disso, ele tinha ganhado uma marca de coloração roxa em sua bochecha, deixando claro que havia recebido um soco de alguém.
— Você cheirou de novo? — perguntou baixo recebendo silêncio de Rafe, o que confirmava sua pergunta. — Puta merda. — balançou a cabeça em negação repetidas vezes antes de esfregar a mão no rosto, fechando os olhos.
— A culpa não foi minha. — tentou se defender.
— Imagino que não. Foi um amigo seu que usou seu nariz 'pra cheirar né?! — ironizou.
Ele ficou quieto, apenas encarando Hannah com os olhos bem abertos.
— Sai daqui agora. — a menina ordenou, apontando para a porta de entrada, do lado oposto da porta dos fundos que ligava ao quintal de John B onde todos ainda falavam alto conversando entre si.
— Não, você não pode... Eu não posso... — ele se embolou antes de dizer. — Eu preciso de você agora.
— Que? Claro que não, vai embora Rafe. — repetiu e recuou alguns passos para trás, colocando a garrafa de cerveja em cima da pia, ficando à frente da geladeira novamente.
Rafe deu passos a frente, quebrando o espaço que ela tinha criado a poucos segundos atrás.
— Eu preciso. — ele bateu fortemente com a mão aberta na porta da geladeira de John, fazendo um barulho alto na cozinha e assustando a menina em sua frente.
A parte limpa de sua consciência se arrependeu do que tinha acabado de fazer assim que viu os olhos assustados de Hannah.
Ele abaixou a mão fazendo menção de encostar na menina, que bateu em sua mão no mesmo instante, impedindo-o de tocá-la. Rafe manteve as mãos a frente dela como se pedisse para que ela tivesse calma.
