HANNAH ROIZ
point of view —Acariciei as costas do menino por cima de sua regata.
John B estava de cabeça baixa, com os pés quase encostando na água do mangue. E eu ao seu lado me encontrava com as pernas cruzadas, apenas olhando e confortando meu amigo em silêncio.
Hoje seria aniversário do Big John, completaria seus 52 anos. Fazem dez meses que ele foi dado como desaparecido.
Depois do meu primeiro dia no trabalho resolvi passar a tarde com John B, não fizemos muita coisa depois do almoço.
Tinha pensado que talvez ele quisesse ficar sozinho já que é o primeiro aniversário que Big John não passa em casa, mas percebi que não era isso que ele queria quando o mesmo me ligou quando eu estava saindo do trabalho, perguntando se eu não podia ficar com ele um pouco.
Convenci ele à fazermos lasanha, o que nos divertiu de certa forma. Mas quando entrou a tarde, não pude evitar que ele ficasse cabisbaixo.
Então viemos para o cais e nos sentamos na madeira velha e desgastada, ao lado do sino onde Big John costumava chamá-lo quando dava a hora de voltar para casa.
— 'Tá tudo bem. — disse em seu ouvido quando ele deitou a cabeça em meu ombro.
Passamos mais alguns minutos sozinhos em silêncio até ele decidir levantar por vontade própria. Ele encarou o mangue por alguns segundos antes de bater o sino.
Observei em pé ele bater diversas vezes, como seu pai fazia. Quando ele olhou para trás, sorriu de lado e balançou a cabeça.
Passei meu braço pelo seu ombro, sentindo o moreno fazer o mesmo e então caminhamos de volta para sua casa.
Ficamos conversando sobre algumas manobras novas que queríamos aprender no surf e foi como se tudo de momentos atrás tivesse passado, embora eu soubesse que ele ainda sentira aquela dor em seu peito.
Vi a cabeleira loira de JJ passar pela porta do castelo com seu avental na mão. A primeira coisa que o loiro fez ao entrar foi dar um abraço apertado em JB. Depois disso levantou às sobrancelhas ao me ver deitada no sofá.
— Você 'tá aí! — se jogou em cima de mim sem aviso prévio.
Gemi pelo peso do seu corpo.
— Quanto contato físico. — murmurei depois de receber alguns beijos na bochecha dados pelo loiro.
— Sou um cara que gosta de tocar. — ele apertou o vento com suas duas mãos, como se tivesse apertando um par de peitos.
— Para de ser ridículo. — John B lhe deu um pescotapa, fazendo JJ sair de perto de mim.
Ri dos dois, me sentando no sofá para dar espaço ao loiro. Olho pela janela de JB vendo que o Sol ia começar a se pôr dentro de alguns minutos.
— Tenho que ir, tripulação. — informei enquanto pegava minha bolsa da mesa de madeira no canto da sala depois de levantar do sofá bruscamente.
— Pensei que passaria a noite com a gente, o Pope e a Kie devem estar chegando. — John B soou confuso.
— Vou entrar e sair. — dei de ombros. Tinha a missão de achar a caixa que minha mãe mexia e parecia tão comovida mais cedo. — Eu volto mais tarde.
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Ultraviolence; Cameron
Hayran KurguOnde Rafe Cameron encontra alguém exatamente igual a ele.