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Eveline

Tomei meu café da manhã enquanto observava o Emerson dar o café do Liam, hoje é sexta e ele sempre aparece aqui cedo pra já levar ele pra passar o fim de semana. Terminei meu café e levei o que sujei, indo pra sala, logo dando seguida por ele, que chegou mais cedo que o normal, insistiu em dar café para o pequeno e agora tá puxando conversa.

— Daqui a pouco tô saindo para o trabalho, não é melhor você ir? — falei olhando pra tela do celular, enquanto estava sentada no sofá.

— Quero conversar contigo — ergui o olhar já imaginando o que estava por vir. — Porra tá difícil pra caralho ficar sem você, as coisas não tem graça, a gente é bem melhor junto, pensa bem amor, eu quero muito você de volta, a gente pode tentar de novo.

—  Não Emerson, a gente não pode — falei curta e grossa. Só eu entendo o que senti.

— Por que não Eveline? Eu quero continuar dando meu melhor para vocês dois, quero estar junto com  você, fazer o possível pra te ver feliz.

— Você pode dar o seu melhor pelo Liam e eu já vou estar feliz, mas não ficaremos mais juntos, não adianta forçar algo que não existe mais entende? Tenho consideração por você, e gratidão, e isso não sustenta uma relação Emerson.

— Dói ouvir você dizer isso, eu te amo tanto.

—É complicado, mas eu preciso ser sincera, não adianta você se prender a isso, você merece alguém que seja recíproco, e eu não vou me prender em uma relação que não tá legal pra mim, você merece tudo de bom, boa sorte.

— Pode me responder uma pergunta?

— Fala.

— Você tá saindo com alguém ou algo do tipo?

— Acho que você já pode ir Emerson, só tá complicando mais as coisas, espero ter sido clara.

— Pergunto porque tem a questão do nosso filho, da segurança dele...

— Tu acha que eu sou alguma irresponsável? Com o nosso filho não tem com o que preocupar.

— Mas você tá?

—Não que seja da sua conta, mas não, e para de ficar se intrometendo  nisso por favor? Nosso contato aqui é o Liam, e não precisa falar que fica preocupado isso e aquilo porque eu não sou irresponsável de deixar ele em perigo, então em questão do meu pessoal não quero que se intrometa.

— Eu ainda vou te reconquistar — disse abrindo a porta e foi saindo.

Joguei o celular no sofá e bufei passando a mão no rosto, então me levantei em seguida indo para o quarto. Separei a roupa, fui tomar um banho rapidinho e depois me vesti, ajeitei meu cabelo, passei protetor solar no rosto, um gloss e ótimo, depois coloquei as coisas na bolsa, peguei meu celular no sofá e já fui saindo do apartamento trancando a porta. Desci, e passei cumprimentando o Joel, porteiro do condomínio, entrei no meu carro e fui direto para a empresa.

Quando cheguei fui direto para a minha sala como sempre, e quando saí para pegar um cappuccino vi um moço desconhecido parado mexendo no celular, bem bonito inclusive.

—Oi — falei e ele tirou o olhar do celular encarando meu rosto, logo me olhando de cima a baixo. — Posso ajudar? — falei meio confusa, não sei quem é, o que tá fazendo parado aí.

— Tô esperando o Rui que tá comendo alguém na sala dele.

— Ah — falei sem graça. — Tudo bem então — Será o moço que a Natalie falou? Tá aqui de novo, será que negócios são esses?

— Qual seu nome? — desligou a tela do celular colocando no bolso.

— Eveline, e o seu? — falei me aproximando da máquina de cappuccino.

— Chama de Martim — tô curiosa e não é pouco, será que ele solta algo? — Trabalha aqui tem tempo?

— Tem um tempinho sim — falei preparando meu cappuccino, aproveito esse tempo de pegar algo pra sair um pouco da sala, nem fico pedindo pra alguém levar.

—  Hum, aqui tá bem frequentado — eu que o diga! Olhei pra trás na hora e ele deu um sorrisinho de lado, indo pegar água.

Decidi ficar calada, tenho mais o que fazer do que ficar flertando no corredor da empresa né? Mas a vontade de responder foi grande, só que vou manter o profissionalismo. Também tô tranquila por esses tempos, não fiquei com ninguém, última boca que eu beijei foi a do meu ex marido mesmo.

De repente a porta da sala do Rui se abriu e um homem saiu ajeitando a roupa, encarei o Martim que me encarou de volta, logo voltando olhar pra porta, e eu fiz o mesmo vendo o Rui aparecer ali, logo vendo a gente.

— Filhão, já conheceu a Eve, ela é minha melhor funcionária — filhão? Será ele mesmo que a Natalie falou?

— Martim pra você — disse totalmente sério e o Rui fechou o sorriso. Eita clima pesado.

— Não é nada disso do que vocês estão pensando — se referiu ao outro homem. — Vamos conversar na minha sala, Martim.

— Só vim deixar isso — tirou um papelzinho do bolso. — Liga nesse número, é um prazer fazer negócios com você, papai — disse na ironia a última palavra.

— Quero falar com você, vamos pra minha sala.

— Fora negócios não temos mais o que conversar, só liga nesse número e resolve. Tchau Eveline — passou por mim e saiu andando pelo corredor, e eu pude sentir o perfume gostoso enquanto tentava deduzir na mente o que poderia ter rolado entre eles.

Rui entrou em sua sala batendo a porta, e eu apenas peguei meu cappuccino voltando pra minha sala. Martim, Martim, será qual o insta? Me deixou intrigada e eu fui procurar mas não achei nada, só queria saber mais, saber qual o problema entre eles, o espírito de fofoqueira que habita em mim grita. Enfim, fui trabalhar e na hora do almoço fui para um restaurante com a Natalie.

— O moço voltou na empresa hoje, caralho ele é muito lindo cara, e eu tô curiosa pra saber o que tá rolando!

— Tu disse que podia ter algo com a empresa e eu não acho que esteja errada, tem alguma coisinha sim mas não é b.o, a questão é pessoal mesmo.

— Como assim?

— Conheci o cara no corredor, Martim, e ele é filho do Rui, pelo visto Rui não quer que se intrometa porque tá tentando resolver algo pessoal com ele, negócios acho que tá encaminhando, o problema é a relação com o filho entendeu? Pela conversa é o que deu a entender, mas fica de boca fechada sua matraca velha.

— Tudo bem, não vou dizer nada não, eu faço fofoca é pra tu mesmo amiga, de resto fico calada.

— As vezes né... se tu abrir a boca eu te mato.

— Relaxa eu não vou — desde que eu entrei nós conversamos, e a amizade foi se fortalecendo, uma sempre atualiza a outra. — Mas tô chocada com esse babado aí. Filho do Rui cara, que isso! Até difícil de acreditar muito bonito pra isso, os outros filhos dele são uó.

— Sim, eu não imaginava que ele tinha outro filho — cara, sou muito fofoqueira credo, quando se trata da Natalie eu não aguento, acabo fofocando, ela é assim, me conta várias coisas também. Calma aí que não saio espelhando pra meio mundo não, e se ela falar corto a língua dela.

Curtam amigas, tenho muita coisa legal guardada, porém não tenho mais ânimo para postar aqui.

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