Eveline
- A gente com certeza merece uma praia, que loucura foi essa que o nosso maior chefe agora é aquele homem? - Natalie fala sugando sua água de coco pelo canudo.
- Rui deve ter feito merda - Digo enquanto passo protetor no Liam. - Senta um pouco aqui filho, cava aqui, mamãe já vai nadar com você. - Digo colocando ele no meio das minhas pernas.
- Disso eu tenho certeza, a questão é, o Rui já era uma peste e o filho dele parece o próprio demônio, você viu como ele falou e agiu o dia todo? Ficou analisando todo mundo, e a gente sente até medo de respirar errado.
- Não acha que isso vai ser bom para a empresa?
- Cara, ter medo de respirar? Não. Eu acredito sim que as coisas possam ir bem, mas sei lá, ele não me parece uma pessoa muito amigável ou legal.
- Finalmente um sábado livre, vamos parar de falar de trabalho - Quase imploro e ela concorda.
Eu brinco um pouco com o Liam, nado com ele e depois o Emerson passa aqui para buscá-lo. Ele insiste em me chamar mas eu nego mais uma vez e volto para a areia me sentando.
Passo a tarde com a Natalie e vou para casa. Tomo um banho demorado, visto algo confortável e me deito cansada, de repente Diana aparece em minha casa.
Diana é minha melhor amiga.
- A não, ninguém aguenta essa vibe uó, vamos lá se arruma que a gente vai sair. Meu amigo é dono de uma boate e temos área vip lá. - Entra já toda energética.
- Não, fala sério... - Jogo a cabeça para trás. - Eu passei o dia na praia, só quero dormir.
- Quanto tempo não saímos juntas Eve? Anda logo vamos, se arruma.
Eu continuo negando e ela insistindo e nessa acabo cedendo. Me arrumo e faço uma maquiagem simples, então chamamos um Uber e fomos.
Entrando no lugar estava completamente lotado, quase caindo gente para fora, nessa fiquei angustiada, eu realmente não sirvo para isso.
Pessoas derramando bebidas toda hora, muito suor, música alta, pulos e isso me abala, me deixa sem ar. Diana pede algo com álcool e eu peço uma água vendo a careta dela, mas nem ligo muito. Quando olho para o fim do balcão eu até forço as vistas para ter certeza e ali está o meu novo chefe, conversando com o garçom sério com a carranca de sempre no rosto, enquanto batuca os dedos no copo de uísque.
- Ai não, até aqui o serviço me persegue - Jogo a cabeça para trás respirando fundo.
- Por que gata?
- Aquele ali é o mais novo dono das maiores ações da J Archie - Aponto com a cabeça. - E detalhe, é filho do Rui.
- O que? Mentira. - Ela diz com a boca aberta. - Que gatinho.
- É lindo, mas você precisa ver a pressão que ele colocou sobre nós ontem, até eu fiquei intimidada. Nati tinha achado ele lindo isso e aquilo mas agora implicou, tá com o cu na mão. Tem mais, ele vai demitir uma boa quantidade de pessoas.
- E você não tá com medo?
- Tô pensativa já que conversamos e ele disse que ouviu que eu era dedicada, parecia, isso e aquilo, então espero que não. - Tomo um longo gole de água. - Eu quero saber de onde ele saiu, tipo, sei lá, tenho tantas perguntas.
- Vai lá e faz - Ela diz maliciosa me cutucando.
- Por acaso você enlouqueceu? É claro que não. É capaz de ele jogar uma pedra na minha cabeça - Diana riu.
- Vamos dançar. - Ela me puxa pelo pulso e nós fomos nos misturando no meio das pessoas.
Eu até tento me distrair, dançar, mas em tudo que eu penso é em minha cama. Diana me puxa para ir falar com o dono daqui, e ela já chega dando um beijo nele, me deixando em uma situação melhor ainda. Me apoio na grade olhando lá pra baixo e fico observando as pessoas, o quanto elas são energéticas, como dançam, o uso de drogas e consumo de álcool, uma loucura.
Bato meu olhar perto do balcão e o Martim continua ali conversando enquanto bebe tranquilamente, por um tempo fico observando cada movimento dele, a expressão séria no rosto, a postura, como levava o copo até a boca e suas expressões corporais enquanto conversa.
Olho para trás vendo que a Diana ainda tá se pegando com o cara e desço as escadas indo a caminho do bar. Me aproximo do balcão e apoio meus braços ali pedindo um drink para o barman, e quando olho para o lado o olhar dele me atingiu.
Falo oi ou não?
- Ah, oi... - Aceno sem graça.
- E aí. - Diz acenando com a cabeça e eu me aproximo mais.
- Gostou do lugar?
- Mais ou menos, não é meu tipo de balada favorito, e eu não conheço muita coisa da cidade então vim em qualquer uma. - Fala me olhando nos olhos sem desviar. Limpo minha garganta e desvio sem graça.
- É sua primeira vez aqui no Rio?
- Não, já vim algumas vezes, mas nunca explorei.
- E de onde você é? - Coloco meu cabelo para trás e volto a olhar para o rosto dele.
- Nasci em Minas, cresci em São Paulo e com vinte fui morar em Londres, voltei semana passada.
- Que legal. O seu sotaque é bem neutro. Foram quantos anos em Londres? Gosta de lá?
- Sete anos e meio, e eu me adaptei, gostava sim de lá. - Leva o copo de uísque até a boca com o olhar em meus olhos ainda. Qual é, que vergonha.
- Legal. Eu já fui para São Paulo, Minas e só... Nunca fui para nenhum lugar a mais.
- Se você tiver interesse eu indico que vá, o mundo tem muito para nos oferecer.
- Realmente, só que eu não sou uma pessoa muito animada sabe? - Ele ergue o olhar e eu puxo um banquinho me sentando. - Sei lá, talvez eu não goste tanto de riscos.
- O risco nos proporciona coisas boas que se não nos arriscarmos nunca saberemos o que foi perdido, o que poderia ter dado certo, no meu caso, eu gosto de riscos. - Ele diz firme colocando o copo no balcão e volta a me olhar.
- É uma boa dica...
- Você veio sozinha?
- Não, vim com uma amiga mas fiquei de vela e vim buscar uma bebida. E você?
- Sim, tenho a mim e a mim aqui no Rio.
- Se precisar de algo pode me perguntar, posso te indicar lugares ou ajudar com algo, é complicado mudanças.
- Uhrum.
- Bom, então boa sorte, até mais. - Me levanto segurando meu copo e ajeito a bolsa em meu ombro vendo seu olhar em mim.
- Uhrum. - Ao mesmo tempo que ele parece tranquilo ele parece... Não sei.
Me viro saindo dali e me sinto observada, por extinto me viro para conferir e ele realmente está me olhando. Merda, vou esquecer como andar...
Subo as escadas e a Diana se aproxima dando um tapinha no meu braço.
- Sua vaca fiquei que nem maluca te procurando.
- Qual é você estava trocando salivas e eu fui buscar bebida. - Estendo o copo.
- Bebida sei... Eu vi você de papinho com o gato ali.
- Conversamos pouco, ao mesmo tempo que ele parece tranquilo ele não parece estar querendo conversa, e eu não quero que soe estranho também.
- Ai você é uma boba, eu tropeçava, caía na cama dele e depois culpava a bebida.
- Para com isso Diana - Nego com a cabeça rindo.
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E aí amigas, mais um hoje?
Deixem o voto aí
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Laços Do Destino
General Fiction"Eu não tô me achando Eu só te achei a cara do pra sempre que eu sempre procurei Então fala que você também acredita em destino Fala pro seu passado que seu futuro é comigo"