Rubi Almeida
Eu estava imersa em uma penumbra envolvente, com o coração acelerado e a respiração entrecortada. O ambiente ao meu redor era um labirinto sedutor de sombras e luzes cintilantes, projetadas por lustres de cristal que pendiam do teto baixo e escuro. As paredes de tijolos expostos eram cobertas por tapestries sombrios e veludos pesados, criando um jogo de luz e escuridão que dançava ao meu redor. O ar estava carregado de uma expectativa palpável, misturada com o aroma exótico de incenso e velas perfumadas que se mesclavam em um ambiente carregado de mistério. Eu me movia com cuidado, tentando não chamar atenção entre os participantes do ritual, cujas vestes luxuosas e expressões enigmáticas acrescentavam uma aura de sofisticação e perigo ao cenário.
Luciano Santoro, o líder da cerimônia, era a personificação de uma autoridade intimidadora. Ele se destacava no meio da penumbra com uma presença imponente, seus passos silenciosos e calculados. Sua aparência era marcada por tatuagens que cobriam seus braços e pescoço, um mosaico de símbolos e padrões que revelavam um passado sombrio e sofisticado, quase mafioso. O elegante terno escuro, com gravata preta e colete ajustado, contrastava com a pele tatuada e acentuava sua figura dominante.
Seu olhar penetrante, de um verde profundo, parecia atravessar a escuridão, examinando cada um dos presentes com uma precisão inquietante. Havia algo em seus olhos que não era apenas humano, um misto de fascínio e ameaça. Quando ele finalmente se aproximou de mim, um frio percorreu minha espinha, enquanto uma onda de excitação e medo se misturavam, me envolvendo como um manto invisível. O peso do olhar intenso que ele lançava sobre mim era quase insuportável, como se pudesse ler cada pensamento mais íntimo, cada segredo que eu tentava esconder até de mim mesma.
— Você não pertence aqui — a voz dele era grave, carregada de um poder inquietante, quase sobrenatural. Cada palavra era um comando, e meu corpo reagiu antes mesmo que minha mente pudesse compreender o significado.
Eu engoli em seco, o coração martelando no peito, enquanto tentava manter a compostura. Seus lábios se curvaram em um sorriso enigmático, como se ele pudesse sentir minha luta interna, o conflito entre o desejo de fugir e a atração irresistível que me puxava para ele.
— E-eu... Eu... — as palavras tropeçaram na minha garganta, e antes que eu pudesse me recompor, ele fez um gesto sutil, mas autoritário, para que eu o seguisse. Era impossível desobedecê-lo. Havia algo nele que exalava controle, como se o próprio ar ao seu redor estivesse sob seu comando.
Minhas pernas se moveram por vontade própria, e eu o segui, ainda tentando processar o que estava acontecendo. Cada passo que eu dava ao lado dele, sentia o calor de sua presença ao meu lado, irradiando uma energia que me fazia estremecer de desejo e apreensão. A ideia de estar à mercê de alguém tão dominante e sedutor provocava uma mistura de fascínio e pavor em mim. Eu me perguntava até onde estava disposta a ir para desvendar os segredos que ele escondia.
Quando chegamos a um corredor estreito e escuro, ele se virou para mim, sua proximidade me deixando tonta. Seus dedos tocaram de leve meu queixo, levantando-o para que eu o encarasse. Seus olhos verdes brilhavam com uma intensidade quase predatória.
— O que realmente trouxe você aqui, Rubi? — Sua voz era um sussurro, mas carregava um peso que me deixou sem ar. — Curiosidade? Desejo? Ou talvez algo mais... profundo?
Eu tentei falar, mas a proximidade dele, a forma como sua respiração acariciava minha pele, roubava minhas palavras. Meus lábios se entreabriram, mas tudo o que saiu foi um suspiro trêmulo.
Ele sorriu, um sorriso que me fez tremer por dentro, e seus dedos deslizaram lentamente pelo meu pescoço, traçando uma linha de fogo que descia até a base do meu colo.
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RITUAL DA SÚPLICA
Romance🚩 Esse livro é um Dark Romance. 🚩 Sinopse dentro do livro.