Capítulo 2

26 12 0
                                    

Rubi Almeida

Sozinha no corredor escuro, a respiração estava pesada e o coração acelerado. A presença de Luciano ainda pairava como uma sombra, mesmo que ele tivesse se afastado por um breve momento. A ameaça e o frio do metal da arma ainda estavam gravados na pele, como um aviso de que aquele não era um lugar seguro e que, a partir daquele ponto, o perigo era inevitável.

Mas a realidade se tornava ainda mais distorcida conforme o tempo passava, e cada detalhe ao meu redor se misturava em uma névoa de excitação e medo. Eu sabia que o ritual que estava prestes a testemunhar poderia revelar segredos inimagináveis, mas também sentia que esses segredos poderiam me consumir.

A adrenalina e o medo competiam com uma crescente sensação de desejo, um impulso irracional que tomava conta de mim, como se o próprio ambiente me incitasse a cair em suas armadilhas. Sentia uma mistura insuportável de fascínio e repulsa ao pensar em Luciano, o guardião daquele mundo sombrio. Algo nele me atraía de uma forma que eu nunca havia sentido antes, um desejo intenso, mas carregado de perigo.

De repente, uma vibração no meu bolso me trouxe de volta à realidade. Era o celular, um modelo antigo que parecia deslocado naquele ambiente, seu som estridente quebrando a tensão momentaneamente. Puxei o aparelho e vi o nome de Alice piscando na tela. A lembrança da nossa conversa no café ainda estava fresca na minha mente, e uma pontada de culpa me atravessou. Eu havia dito a ela que voltaria para casa logo depois de investigar o local, mas horas haviam se passado, e agora, eu estava presa em um mundo de escuridão e sedução.

— Alô? — Atendi a ligação, tentando manter a voz firme, mas ela saiu mais trêmula do que eu esperava.

— Rubi, onde você está? Faz horas que não te vejo e estou preocupada! — Alice soava alarmada, sua voz carregada de preocupação genuína.

Olhei ao redor, certificando-me de que ninguém estava perto o suficiente para ouvir. — Estou... investigando, Alice. O lugar é muito mais do que eu imaginei, mas estou bem. Só preciso de mais um tempo para entender o que está acontecendo aqui.

— Você precisa sair daí, Rubi. Eu tenho um mau pressentimento sobre esse lugar — Alice insistiu, sua voz ganhando uma urgência que me fez apertar o celular com mais força.

— Eu não posso, Alice — respondi, minha voz baixa, quase um sussurro. — Tem algo aqui, algo que vai além do que eu esperava. Preciso saber mais, preciso entender.

Antes que Alice pudesse responder, senti uma presença atrás de mim. Meu corpo congelou por um instante, e quando me virei, encontrei Luciano parado ali, seu olhar predatório fixo em mim. Ele estendeu a mão, e meu coração disparou, não pelo medo, mas pela estranha atração que sentia por ele. Desliguei o celular rapidamente, sem dar chance a Alice de dizer mais nada, e guardei o aparelho no bolso.

— Curiosidade é uma faca de dois gumes, Rubi — ele disse, sua voz baixa e sedutora. — Pode abrir portas para o conhecimento... ou cortar o fio da vida. Você está pronta para saber a verdade?

Não consegui responder. Em vez disso, fui atraída por ele como uma mariposa em direção à luz. Ele se aproximou, o cheiro de seu perfume amadeirado misturado ao incenso invadindo meus sentidos, e antes que eu percebesse, seus lábios estavam nos meus, quentes e exigentes.

O beijo foi como uma faísca que acendeu algo dentro de mim. Todo o meu corpo respondeu ao toque dele, e a luta interna que eu enfrentava desde que entrei naquele lugar desapareceu. Subi minhas mãos pelos braços tatuados dele, sentindo os músculos sob a pele, enquanto sua língua explorava minha boca de uma forma que misturava possessão e desejo.

Quando ele finalmente se afastou, meus lábios estavam inchados, e minha respiração, descompassada. Mas Luciano não estava satisfeito. Ele me puxou para perto de novo, suas mãos firmes deslizando pelas minhas costas até segurarem minha cintura com força, como se quisesse me moldar de acordo com sua vontade.

— Você vai se submeter a mim, Rubi — ele sussurrou no meu ouvido, e um arrepio percorreu minha espinha. — Vai me dar tudo de você, porque é isso que eu exijo. Se você quer continuar aqui, precisa estar pronta para seguir as minhas regras, e eu não aceito desobediência.

As palavras dele eram como uma corrente elétrica percorrendo meu corpo, e eu sabia que, por mais que tentasse resistir, já estava perdida. Ele era um homem que não aceitava recusas, e eu, uma mulher que, por mais que temesse, estava completamente dominada por ele.

Ele me guiou para um quarto escondido no final do corredor, um lugar que parecia fora do tempo, com móveis antigos e pesados, velas espalhadas pelo ambiente, e um cheiro doce de jasmim que impregnava o ar. Ao entrar, senti o estômago se revirar, um misto de excitação e medo, e me virei para encará-lo. Seus olhos brilhavam com um desejo quase animalesco, e eu sabia que estava prestes a perder o controle de uma forma que nunca havia experimentado.

Luciano se aproximou, tirando o casaco de seu terno e o jogando de lado. Em seguida, ele soltou a gravata, mas, ao invés de largá-la, segurou-a firme em suas mãos e se aproximou de mim. Em um movimento rápido, ele a envolveu em torno de meus pulsos, apertando o nó com firmeza, mas não de forma a me machucar. Sua proximidade, o calor de seu corpo junto ao meu, me fazia perder qualquer senso de razão.

— Agora você é minha, Rubi — ele sussurrou, a voz carregada de desejo. — E eu vou te mostrar exatamente o que isso significa.

Antes que eu pudesse responder, ele me empurrou suavemente contra a cama, sua mão segurando meus pulsos amarrados acima da minha cabeça. O peso de seu corpo sobre o meu me deixava imobilizada, e enquanto ele me observava, senti seu olhar como uma chama, queimando cada parte de mim.

Luciano começou a explorar meu corpo com seus lábios e suas mãos, cada toque, cada beijo, uma promessa de prazer e dor. Ele me dominava completamente, e eu não resistia. Pelo contrário, cada vez mais me entregava, desejando mais e mais, como se não houvesse amanhã. Suas mãos deslizavam pela minha pele, traçando caminhos de fogo, enquanto sua boca se movia pelo meu pescoço, meu peito, descendo pelo meu corpo até alcançar o ponto onde meu desejo era mais forte. E quando ele finalmente me tocou ali, uma onda de prazer me invadiu, e eu me arqueei contra ele, em um misto de prazer e agonia.

Os gemidos saíram sem controle, e eu sabia que não havia mais volta. Luciano havia me capturado completamente, e eu estava perdida em um mar de sensações que me envolviam como uma maré, levando embora qualquer resistência que eu pudesse ter.

Ele parou, seus olhos queimando de luxúria ao encontrar os meus. A tensão entre nós era palpável, um laço invisível que ele usava para me prender. — Você vai continuar, Rubi — ordenou, sua voz rouca, carregada de autoridade. — Não ouse resistir.

Minha respiração estava pesada, o coração acelerado. Eu já estava envolvida demais para recuar, mesmo que quisesse. — Eu... eu não vou parar — sussurrei, mas a hesitação na minha voz só o fez sorrir, como se estivesse gostando do meu medo misturado ao desejo.

Sem mais uma palavra, ele retomou o controle, cada movimento uma provocação deliberada, cada toque uma nova forma de me possuir. A mistura de prazer e dominação me arrastava para um abismo de luxúria inescapável. Meu corpo reagia de forma traiçoeira, e quando o clímax finalmente me tomou, eu gritei seu nome, a alma entregue ao prazer proibido. Ele não era apenas perigoso — ele era viciante, e eu sabia que já não havia mais retorno.

RITUAL DA SÚPLICAOnde histórias criam vida. Descubra agora