Eu estava diante do espelho, contemplando-me, enquanto aguardava o início do baile. Meu vestido, em um tom delicado de verde-pálido, caía em ondas suaves, adornado com rendas e bordados. As joias que escolhi eram discretas, mas cada peça parecia ter sido forjada especialmente para mim, talvez realmente ouvissem sido. Meus cabelos estavam presos em um coque elegante, decorado com pequenas flores, algumas mechas soltas acariciando meu rosto, dando-me um encantador ar de despojamento.
— Vossa Alteza. — Amélia curvou-se ao entrar no quarto, seus olhos brilhando ao me ver. — Estais deslumbrante. — Respondi com um sorriso gentil. — O baile está prestes a começar.
Quando desci ao salão, a grandiosidade do evento me envolveu. Os convidados começaram a preencher o espaço, conversando e rindo, suas vozes misturando-se à música suave que preenchia o ar. Ao lado de minha mãe, avistei o cavalheiro que conheci dias antes, acompanhado por sua mãe, a imponente Duquesa Cavendish. Com determinação, caminhei em sua direção, recebendo reverências à medida que me aproximava.
— Vossa Alteza. — Seus olhos encontraram os meus, e um sorriso calculado curvou seus lábios. — Este é meu filho, o Duque Cavendish.
— É uma honra conhecê-lo, Duque. — Meu sorriso era cordial, mas seus olhos revelavam um cansaço que me intrigou. Ele soltou um suspiro, como se aquilo fosse um fardo.
A Duquesa o cutucou discretamente nas costelas.
— Estais... deslumbrante, Vossa Alteza. — Sua voz era firme, mas havia algo forçado em seu tom, um desconforto que ele não conseguia disfarçar.
— Agradeço. — Um sorriso provocador surgiu em meus lábios. — Também não está nada mal. — Sua resposta foi um sorriso torto, cheio de sarcasmo.
A Duquesa inclinou-se e murmurou algo em seu ouvido antes de nos deixar sozinhos.
— Princesa, seria uma honra dançar convosco esta noite. Que tal compartilharmos uma dança e - Ele interrompeu-se como se tentasse recordar suas palavras. - iluminarmos este baile com vossa graça? - Sorriu forçadamente e estendeu a mão na minha direção.
— Seria um prazer... — Segurei sua mão, permitindo que me conduzisse ao centro do salão. Fizemos uma reverência e iniciamos a dança. — Quando decoraste isso?
— O quê?
— Essa fala. — Sorri de lado, arqueando uma sobrancelha. — Já planejavas convidar-me para dançar?
— Minha mãe planejava.
— Então não desejavas dançar comigo?
— Não.
— Sois uma pessoa complicada de lidar.
— Não precisas lidar comigo.
— Por que vossa mãe desejava que dançasse comigo?
— Ela deseja que eu me case. — Ele deu de ombros, sem esconder o desdém. — Não vejo necessidade alguma, mas ela anseia por um neto.
— Seria tão terrível assim casar-se comigo? — Perguntei, fingindo indignação.
— Você é muito engraçada. — Ele riu baixinho, sem humor. — Isso nunca acontecerá.
— E por quê?
— Isso já não é mais relevante. — Seus olhos escureceram por um momento, e ele olhou para o lado. — Pelo menos não para minha mãe, que insiste em puxar o saco da rainha.
— Estás falando de minha mãe.
— É mesmo? Não havia percebido. — Seu tom era carregado de sarcasmo.
— És tão grosseiro que chega a ser irritante!
— Oh, perdoe-me, Alteza. — Ele debochou.
— Cada vez que me chama de "Alteza" soa tão falso. — Estreitei os olhos, desafiando-o. — Tens algo contra a realeza, Sr. Cavendish?
— Ficou tão óbvio assim? Não digas que vais tirar meus bens? Ou talvez... Há tantas coisas que podes fazer comigo, não é, alteza? — diz me encarando sério.
A dança chegou ao fim, e ele soltou minha mão abruptamente, deixando-me no meio do salão. Meu peito subia e descia de frustração. Tudo nele me deixava furiosa, mas ao mesmo tempo, havia uma estranha atração em seu mistério, uma curiosidade que eu não conseguia controlar. Qual era o problema daquele homem tão... irritante? Talvez ele guardasse rancor contra minha família, ou talvez o problema fosse com meu pai... Ele sempre foi uma figura difícil, poucos o amam, mas ele é o rei, o que poderiam fazer? Ou talvez, simplesmente, ele me odiava sem motivo algum. Irritante, irritante, irritante... talvez Liam Cavendish fosse apenas uma alma perdida em sua própria irritação.
Mais tarde, procurei minha irmã Grace, que chegou a tempo da valsa. Fiquei feliz com sua presença, mas notei o cansaço em seus olhos. Ela garantiu que estava bem, e eu aceitei, embora preocupada.
Ao final da festa, quando estavamos apenas os familiares, Giovani fez a noite ficar magnífica, após convidar a pequena Giovana para uma dança. A garota pareceu radiante com o convite, era notável o brilho em seus olhos. Giovani é de fato um irmão admirável.
— Espero que ele se torne um excelente rei. — digo.
— Certamente será. — Grace dizia, mesmo parecendo dispersa.
— Darei meu voto de confiança. — Gisele concluiu.
— Como foi vossa viagem? — Perguntei a Grace.
— Ah... foi encantadora. — Ela sorriu, mas havia uma sombra de melancolia em sua expressão.
— Nem mesmo se despediu de nós. — Gisele pontuou.
— Perdoai-me; não encontrei tempo para isso.
— Geovana sentiu muitas saudades durante vossa ausência.
— É reconfortante saber que sou querida. — Ela sorriu novamente, mas seu olhar vagava distante, como se seus pensamentos estivessem a milhas dali.
Claro! Aqui está uma versão aprimorada do trecho:
Depois de voltar ao meu quarto, minha mente não conseguia se desligar do duque. O que poderia ter acontecido para ele carregar tanto ressentimento contra a realeza? Os pensamentos giravam, sem encontrar uma resposta, enquanto eu deveria estar dormindo! Descansando para o novo dia, mas o mistério em torno dele me prendia. Maldito Duque Cavendish!
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The Nebila's: A aposta do coração
RomanceGeorgia Nebila, a segunda filha mais velha de uma família animada e um pouco desorganizada, vive com seus irmãos Giovani, Gisele, Grace e a caçula Giovana. Quando ela conhece Liam, um jovem egocêntrico e convencido, eles fazem uma aposta: quem conse...