Desde as negociações daquele dia, o ômega saiu de casa e ficou em uma instituição sob jurisdição da Academia de Ciências onde vinha tomando um medicamento que induz secreção de feromônio. Ele assinou um contrato com o alfa, além do divórcio com o qual finalmente concordou, o alfa também prometeu alguns outros benefícios para sua família. "Considere isso uma recompensa pelo seu excelente serviço pós-venda", disse com indiferença.
O ômega não parou de assinar. Renúncias, prova de doação voluntária de glândulas, distribuição de bens após o casamento... A família do alfa, ou para dizer o próprio alfa, também tinha uma enorme equipe de conselheiros jurídicos. Desde cedo, já haviam elaborado cláusulas invulneráveis para maximizar os benefícios obtidos por seu mestre. Diante de cérebros imperiais tão sofisticados, as exigências do ômega foram firmes do início ao fim: Ele entendia perfeitamente os riscos do corte da glândula, e seu único pedido era para romper todas as relações com seu marido depois e não envolver sua família.
Felizmente, não estava sozinho nesta batalha. Sua irmã de clã contatou a Associação de Direito dos Ômegas para se envolver em seu nome. Como o primeiro caso representativo a oferecer sua glândula, suas informações pessoais foram imediatamente divulgadas com um estrondo. As redes sociais divulgaram seu nome e o andamento de sua cirurgia 24 horas por dia. Ao mesmo tempo, o clamor da opinião pública em relação ao assunto era tão formidável que, para evitar levantar suspeitas, o alfa não teve escolha a não ser viver separado de sua esposa por enquanto. Além disso, se não fosse por aquelas inúmeras provas de declarações de atos voluntários, seus oponentes políticos teriam tido sucesso em manchar completamente sua reputação com acusações de "usar o poder para forçar seu companheiro marcado a oferecer suas glândulas, isso é um desrespeito pelos direitos ômega."
Mas e daí? O alfa curvou o canto dos lábios em um sorriso zombeteiro. Eles foram todos cortados do mesmo tecido. Suas mãos ficariam limpas depois de tentar rotulá-lo injustamente em nome do politicamente correto?
O mundo do reverso começou a girar. A hora chegou. Já que você quer jogar, vamos jogar um grande.
***
A irmã do clã estava fazendo companhia ao ômega na enfermaria. Sentada ao lado da cama da enfermaria, olhou aflita para a glândula do pescoço do irmão mais novo. Nesse momento, aquele lugar já estava inchado como uma bolha esfregada, projetando-se suavemente sobre a pele originalmente lustrosa.
"Isso doi?" Perguntou enquanto segurava as lágrimas.
Embora a cirurgia de remoção da glândula não seja considerada um procedimento complicado, o processo se torna mais problemático com a necessidade adicional de extração de feromônio. Ele precisava tomar remédios, tomar um grande número de estimulantes que faziam mal à saúde. Com isso, poderia produzir feromônios maduros suficientes em um curto período para facilitar a pesquisa pós-operatória. Os médicos da Academia de Ciências disseram a ele que, para garantir a pureza de seus feromônios, a equipe do alfa o proibiu de usar medicamentos antiinflamatórios e analgésicos que aliviam a dor. Nos estágios posteriores, sua glândula ficaria várias vezes mais inchada do que agora, de modo que até mesmo levantar a cabeça se tornaria uma tarefa difícil.
"Não dói." Ele sorriu levemente, "Se você quer algo, você deve pagar o preço."
A irmã do clã fungou, então estendeu a mão para bagunçar seu cabelo como ela fazia quando eles eram pequenos. "Já organizei suas coisas. Eu também verifiquei sua casa. Contanto que você cuide adequadamente de sua saúde mais tarde, você não... Não perderá muitos anos de sua vida. Quantos dias faltam para a cirurgia?"
O ômega pensou sobre isso. "Em torno de um pouco mais de dois meses de distância... Antes que ele entrasse no cio, eu teria feito a cirurgia. Assim que seu cio chegar, suponho que a cura o alcançará até então."
Os lábios da irmã do clã abriram e fecharam como se estivesse murmurando maldições para algo. No final, ela forçou um sorriso no rosto. "Tudo bem, tudo bem! Nessa hora, você pode ir aonde quiser! Lembro que não falava muito quando era criança, simplesmente sairia para passear e depois se estabeleceria em algum lugar. Vamos escolher um lugar lindo e claro onde o sol brilha forte, comprar uma casinha, depois criar um gato ou um cachorro... Já escolhi um lugar para você! É muito tranquilo, tem pouca gente e fica muito longe daqui. Ainda não escolhi uma casa, você... Você saberá quando for lá e der uma olhada... Vá e escolha uma casa para você, você saberá quando ver por si mesmo..."
Enquanto falava, as lágrimas continuavam rolando o que fazia com que o nariz do ômega também ficasse azedo. Ele estendeu a mão e limpou as marcas de umidade do rosto de sua irmã.
"Estou bem, Jie, este é o caminho que escolhi... Estou bem."
" Enfim," a irmã do clã enxugou as lágrimas. Suas feições ainda pareciam muito bonitas sem a maquiagem aplicada. "Você não precisa mais se preocupar com a família. Sua mãe e seu pai não se importam com você. Eles têm seus filhos alfa, sugaram o suficiente de seu sangue nestes poucos anos. Vamos lá quando terminar sua cirurgia. O cenário é bom, o tempo está bom, mais as pessoas preguiçosas e não aptas para o trabalho duro, só para passar bem os dias... Vamos viver uma vida simples e esquecer essa bagunça podre!"
Apesar da dor insuportável em queimação latejando em sua glândula do pescoço, o ômega não pôde deixar de mostrar um sorriso esperançoso. Ele disse levemente: "Tudo bem".
***
Depois que os dois trocaram mais algumas palavras, o ômega disse: "Certo, Jie, deixe-me perguntar."
"O que é isso?"
O ômega ponderou por um momento, então disse calmamente: "Agora que estou aqui, meu contato com o mundo exterior todos os dias é limitado. Eu quero saber... Qual é a situação agora?"
Com a menção disso, o rosto da irmã do clã tornou-se sério. Ela disse: "As pessoas quase cavaram nas informações que você permitiu que fossem divulgadas. Além daquele figurão que não foi afetado, há agitação entre todas as partes".
Agora que ela odiava o alfa até os ossos, se recusava a chamá-lo de qualquer outra coisa que não esse apelido sarcástico.
"Mesmo?" O ômega ficou um pouco chocado. "Fazendo uma cena tão grande?"
"Precisamos fazer uma grande cena." Ela riu amargamente, "Você se casou muito alto. Seu marido tem muita influência. Sem a atenção de todas as classes sociais e da Associação de Direito dos Ômegas, você teria sido devorado por muito tempo até que não houvesse mais ossos. Agora, a chave para manter as coisas sob controle é atrair várias partes para se darem as mãos e agirem juntas... A posição que ele ocupa é assustadora o suficiente, deve haver aqueles que o detestam e temem".
O ômega estava distraído. Enfrentando o pôr do sol vermelho-dourado declinando lentamente em direção ao oeste do lado de fora da janela, ele não pôde deixar de perguntar baixinho: "Naquela época, havia tantas pessoas que queriam se casar com ele. Por que me escolheu?"
Antes que a irmã do clã pudesse responder, ele já soltou uma risada amarga. "Claro... Aos olhos dele, quem não era de origem humilde? Ele deve ter escolhido um nome aleatoriamente. Assim como aos nossos olhos, gatos pretos e gatos brancos são iguais; eles são apenas animais de estimação."
Tocando seu cabelo preto macio, a irmã do clã encarou seus lindos olhos claros, cerrou os dentes e disse: "Ele vai se arrepender! Eu juro para você, definitivamente vai se arrepender!"
O ômega soltou um suspiro, "Mas desde muito tempo, eu não precisava que ele se arrependesse."
"Se você precisa ou não é uma coisa, e se ele se arrepende ou não é outra coisa." A irmã do clã fez um voto solene: "Espere aí, aquele idiota... Nunca saberá o que perdeu."
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Tradução: PhoenixLendaria
Revisão: HebiMitsui
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