Em um mundo onde super-heróis e magia se entrelaçam com a vida cotidiana, Marinette enfrenta o abismo do desespero. Ela perdeu tudo: os - Miraculous - e os - Kwamis -, símbolos de seu poder e esperança. A amizade com -Chat Noir -, outrora inabalável...
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Por um instante, fiquei paralisada. Era uma sensação peculiar, estar ansiosa por algo ruim e, ao mesmo tempo, saber que eu não poderia lidar com isso. Esses pensamentos foram interrompidos de forma abrupta quando senti as mãos de Josué envolvendo as minhas, puxando-me delicadamente para dentro do carro.
Enquanto voltava para casa, observei pela janela Ladybug e Chat Noir correndo contra o tempo para salvar Paris. A visão me fez sentir uma tola; eu deveria ter saído imediatamente para estar ao lado deles. Com certeza devia planejar mais o meu plano de fuga. Soltei um suspiro frustrado.
Assim que chegamos em casa, cada um se retirou para seu próprio espaço. Ao entrar no meu quarto, coloquei discretamente uma placa de "nãoperturbe" do lado de fora e tranquei a porta. Embora soubesse que ninguém realmente me incomodaria, já que geralmente fazia isso para estudar ou dormir, desta vez, a verdade era outra. Às vezes, pequenas mentiras são necessárias para manter alguns segredos.
- Certamente, você devia ter ensaiado seu plano de fuga! Não há como você continuar chegando atrasada para suas lutas! É seu primeiro dia, faça jus ao seu nome! - Amber flutuava à minha frente, e eu apenas suspirei, alongando-me antes de iniciar as palavras mágicas.
- Amber, soltar teia! - disse, sentindo imediatamente aquela segunda pele envolver meu corpo dos pés à cabeça, enquanto o cheiro de carro novo invadia minhas narinas, provocando uma breve careta.
- Pronta, Parker? - A voz de Amber ecoou pelo traje, tirando-me da minha bolha.
- Hmmm... sim, acho que sim! - murmurei, movendo-me até a janela do meu quarto e abrindo-a com calma, antes de olhar para a altura e sentir um frio na barriga.
Eu havia testado a resistência da teia algumas vezes, mas nunca me pendurei a cerca de seis metros do chão. No entanto, não havia tempo para pensar na situação. Engolindo meu medo, lancei uma teia, impulsionando-me pela janela e me lançando nas alturas. A primeira sensação foi de medo: medo de cair, medo de altura, medo de não saber lidar com a situação ou enfrentar o Akumatizado da vez. Mas a segunda sensação foi de alívio e surpresa: surpresa por não ter caído, por sentir a brisa fresca no rosto e por perceber que não era tão difícil quanto minha mente me fez acreditar.
Não vou mentir, toda vez que eu precisava trocar de teia e me impulsionar para frente, sentia um frio na barriga. Podia ser ansiedade ou apenas medo repentino. Quando dei um último impulso e parei em uma pose estranha no topo de um prédio qualquer, toda a minha ansiedade por ajudar se dissipou ao ver uma imensidão de joaninhas mágicas consertando qualquer destruição causada pelo Akumatizado e pelos heróis durante a luta.
Droga!
Como assim fui tão lenta? Lá se vai minha primeira impressão...
- Desculpa... - murmurei, e antes fosse para mim mesma, mas era para Ambêr. Eu ainda nem tinha me tornado uma heroína e já a havia decepcionado.
