Contra-ataque

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Alison

Taehyung estava puro chamego com Dylan. Não que ele não tenha dado mais atenção para o Noah, mas era notável que ele estava ainda mais concentrado no Dylan.

Quando conheceu Noah, pensei que teria dificuldade com Dylan, já que o primeiro era mais sociável e aberto com quem lhe proporcionava um pouco do que queria, e Taehyung não hesitou em fazer isso logo que o viu.

O que houve de diferente foi a postura do próprio Taehyung. Ele chegou devagar com Dylan, trocando poucas palavras e o deixando em seu canto quando ele não queria contato. Respeitou isso, e mesmo tendo 4 anos, Dylan percebe quando alguém insiste em invadir seu espaço e tenta manipulá-lo para ter um pouco de interação com ele. Taehyung fez o oposto. Ele chegava em casa e sentava no sofá, dando atenção ao seu telefone, assim, era o próprio Dylan que procurava a atenção dele. Com essa estratégia, toda vez que ele aparecia, Dylan o observava por algum tempo e depois procurava por ele. Ele ganhou a atenção do pequeno do jeito certo.

Por ter braços maiores e mais fortes, Taehyung conseguia passar mais tempo com ele no colo, levando-o para onde queria ir, sem se importar com tempo ou o cansaço. Não era como se ele ficasse o tempo todo com Dylan no colo, mas ele o pegava sempre que o garotinho lhe estendia os braços.

Nas últimas semanas, quando Taehyung chegava do trabalho, subia, tomava banho e descia para ficar com meninos e jantar com eles. Primeiramente ele destinava sua atenção a Noah, esperando que Dylan o procurasse. Deu muito certo, por isso Dylan se apegou rápido ao pai. Fiquei muito contente em vê-lo fazendo sua aproximação de um jeito sutil, assim, ambos interagiam quase o tempo todo.

Na hora de dormir, Dylan escolhia ficar sentado no colo de Taehyung e acompanhar cada uma das páginas da história que ele lia. Mesmo eu não estando o tempo todo com eles, eu sempre ia dar uma conferida em como estavam interagindo no momento e me surpreendia ao vê-lo sempre perto de Taehyung.

O que eu presenciei mais cedo, no parque, foi um choque, um contraste bruto com o que vinha acompanhado da relação dos dois nas últimas semanas. Claro que fiquei irritada ao vê-lo falando daquele jeito com Dylan. De ver meu filho assustado e chorando. Ninguém nunca havia deixado-o daquele jeito, e meu coração apertou no peito ao vê-lo assim. Porém, depois que entramos na roda-gigante, com palavras brandas e com sutileza, perguntei se ele estava bem, se ainda estava triste ou com medo. Ele negou. Para entender o quão abrupta foi tal interação dos dois, perguntei o que ele gostaria de fazer depois que saíssemos do brinquedo, ele apenas disse que gostaria de ir outra vez. Então, precisei ser um pouco incisiva, perguntei se ele não teria medo de sair da roda-gigante e ver o Taehyung, ele negou outra vez. Acrescentou, com suas palavras um pouco embaraçadas, que Taehyung disse que ele tinha que me esperar voltar, e eu voltei logo, então, estava feliz de poder ir em seu brinquedo favorito. Fim de papo, ele não disse mais nada nem me deu atenção.

Chegando em casa, Taehyung subiu com os dois no colo. Eu permaneci no andar de baixo, preparei um prato com frutas para cada um dos meninos comerem depois do banho e dormirem com algo saudável no estômago. Aproveitei para fazer um chá.

A casa estava em silêncio, provavelmente, meus pais e Anne já tinham ido deitar. Nosso dia foi longo e cansativo.

Subi com uma bandeja contendo os pratos de frutas e dois copos de leite. No andar de cima, a maior parte do corredor estava em silêncio. Segui para o quarto dos meninos, achando que, talvez, os meninos estivessem lá. Mas um burburinho incomum chamou minha atenção, vindo do quarto que Taehyung estava hospedado. Ainda com a bandeja na não, cheguei até a porta, que não estava fechada, apenas encostada. Empurrei e o burburinho aumentou. Deixei a bandeja sobre uma cômoda e segui até o banheiro. Àquela altura, imaginei que Taehyung estivesse dando banho nos meninos. E não estava totalmente errada. A porta estava escancarada e eu me aproximei. Chegando lá, me deparei com Taehyung dentro da banheira com os dois meninos. O cômodo estava todo molhado. Os meninos sentados de um lado e o outro vazio. Quando dei um passo adentro, me assustei com Taehyung emergindo rapidamente, com as duas mãos juntas sobre a cabeça.

Meu Melhor Desejo - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora