15. Tortura Psicológica

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Era inacreditável, o Bone Picker em pessoa dormindo no meu colo, parecia até inofensivo

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Era inacreditável, o Bone Picker em pessoa dormindo no meu colo, parecia até inofensivo. Alguns minutos transcorreram e eu analisava a situação. Olhava para o volume na sua calça e pensava se deveria arriscar, porque se não for o molho de chaves... Eu estaria fodida pra sempre, o que ele pensaria ao acordar sentindo eu pegar em seu pau?? Pior se acordasse e visse eu pegando a chave pra fugir.

A sala estava escura com apenas a iluminação tênue e constante da televisão, então eu não distinguia direito, teria que tocar. Enchi os pulmões várias vezes e acariciei seu cabelo até ter certeza que estava profundamente adormecido.

Por alguns instantes cogitei desistir. Deixar essa ideia de fuga pra lá. Não era sensato. Contudo, eu não aguentava mais sentir medo, e existia uma espécie de moral e rebeldia em mim me impulsionando a agir.

Ao reunir coragem o suficiente, estiquei o braço e pousei devagar a palma sobre sua calça. Ele ofegou e se mexeu, achei que fosse acordar. Se ajeitou e continuou o sono. O volume sob o tecido do pijama era macio e firme ao mesmo tempo. Com certeza que não era a chave. De mandíbula travada, escorreguei a mão para o bolso, afundando os dedos até alcançar algo metálico e frio. A chave!! Esperei quieta, para ter certeza que estava tudo bem, e puxei com a maior cautela do universo, para não fazer barulho.

Elas se chocaram e fizeram um ruído, ao serem retiradas. Eu pressentia que ele iria acordar, abrir os olhos e agarrar meu pulso. Por algum milagre, isso não aconteceu. Devia estar muito cansado depois de fazer a cirurgia na Lorena. Ao finalmente retirar as chaves do bolso, pude relaxar. Ou não, agora era a hora mais complicada: sair debaixo dele.

Peguei uma almofada e posicionei sob sua cabeça, ao mesmo tempo que me deslizava para fora do sofá. Para minha sorte, Fritz possuía sono pesado.

Escorreguei para o carpete e a sua cabeça permaneceu na almofada que botei no lugar. Depois da tensão, eu fiquei um tempo estática sentada no chão, com a chave bem firme em mãos, recuperando a calma.

Agora teria que fugir. Dei uma última olhada no rosto de Fritz e me coloquei de pé. Descalça e silenciosa, me dirigi até a porta. Enfiei a chave na fechadura com medo de ele ter me enganado, e para minha surpresa: entrou!! Era a chave certa! Um sorriso de alívio escapou de meus lábios, porém não devia comemorar. Faltava o portão.

Abri a porta com cuidado e me retirei. A noite seguia fria e úmida, a chuva virou garoa e caia constante, acompanhada de um vento desagradável. Com a pele arrepiada, fechei a porta por fora.

Corri através da garoa para a área coberta onde ficava o carro. Segui em direção ao portão. Era um portão alto e elétrico, mas tinha uma saída comum para pedestre. Enfiei a chave e não foi. Merda... Possuía cinco chaves no molho, então tentei outra. Não foi, também. Comecei a ficar nervosa, nenhuma entrava! Nenhuma dava certo! Eu não podia ficar presa agora!! Fritz me mataria! Eu precisava sair, era questão de vida ou morte!

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora