All in baby don't hold nothin back
Quero tudo, querido, não deixe nada pra trás
Wanna take control, ain't nothin wrong with that
Quero tomar o controle e não tem nada de errado nisso
Say you likin how I feel, gotta tell me that
Diga que curte o meu jeito, tem que me dizer isso
Just put your skin baby on my skin
Apenas coloque sua pele, querido, na minha pele
Dormir me torna uma pessoa um pouco mais tolerável, não vou negar esse tipo de fato. Se meu sono estiver regulado e tranquilo, fica um pouco mais difícil ouvir palavras duras vindas de mim pra que eu não tenha que acertar o punho na boca de um filho da puta logo cedo.
Meu processo pra dormir também é importante pra mim. Meu corpo precisa estar preparado pra relaxar e descansar, minha mete precisa desligar de qualquer coisa que não vou resolver nas próximas horas. Meu quarto tem que ficar silencioso e escuro, na temperatura certa e, com toda a certeza, eu tenho que ficar sozinho no meu espaço particular.
Duas pessoas tem acesso livre pro meu apartamento: eu e a senhora que contratei pra faxinar e as vezes fazer uma refeição pra mim. Nenhum de nós dois me incomodaria, então eu não entendo o barulho do meu lençol quando eu sou a pessoa imóvel em cima dele. Entendo menos ainda a leve coceira que minha coxa sente com algum tipo de tecido passando por ela, porque até onde eu sei, eu durmo com um ótimo edredom e na maioria das vezes eu chuto ele pra longe por conta do calor.
Um barulho de metal ressoando levemente me deixa confuso e curioso, mas a escuridão é tudo na frente dos meus olhos. E é assim que um quebra cabeça esquisito começa a se encaixar. Eu tento trazer minhas mão até os olhos pra tirar seja lá o que caralhos seja que tampa minha visão, porém meus pulsos ardem presos acima da minha cabeça.
- Bom dia, chefe.
Puta. Que. Pariu!
Um raspar de dentes lento que logo vira uma mordia na lateral da minha barriga em cima do cós da cueca, me faz encolher de surpresa e arrepio. Meus sentidos ficam mais aflorados sem a visão e o tato das mãos pra me guiar.
- Não vai me dizer nada? Que mal educado!
O leve deboche irônico desperta um certo orgulho em mim, mas a necessidade de não ceder ao que ela quer é bem maior. Permaneço quieto, respirando devagar. Não preciso ver pra saber que Lucy odeia ser ignorada e muito provavelmente me olha brava arquitetando maneiras de me fazer dar o que ela quer.
Eu fico tentando imaginar como ela tá exatamente. A única certeza é que se mantém entre as minhas coxas, com os joelhos e barriga encostados no colchão, os peitos roçando no meu pau muito provavelmente não de propósito. Eu quero saber mais detalhes. Como ela deixa o cabelo pra não atrapalhar seus plano "malignos", se ela usa uma camisa minha ou uma das camisolas que ela parece colecionar pra me enlouquecer sempre que veste uma na minha frente ou se aquela boca gostosa tem um tom diferente do natural por conta do batom vermelho que ela sempre passa quando quer se sentir confiante.
As engrenagens da minha cabeça trabalham tentando me dar respostas que eu não tenho como descobrir sozinho no momento. Então eu tento trapacear, movendo a cabeça no travesseiro pra ver se a venda escorrega um pouco pra cima pra me dar uma brecha pequena.