Capítulo 8

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Mama, I might keep her, might keep her

Mamãe, eu posso ficar com ela, posso ficar com ela

I don't love her, but I need her, yeah

Eu não amo ela, mas eu preciso dela, sim

That's my mmacita, yeah

Essa é minha mamacita, sim


Misturar prazer com negócios foi um sonho infantil e inocente que eu tive em um passado um pouco distante. Ironicamente, eu tenho essas duas coisas juntas com frequência absurda. E não tenho do que reclamar em relação a isso. 

São poucas as pessoas que eu conheço que podem ter uma reunião dentro de um resort recém inaugurado. Talvez reunião seja uma palavra muito forte no meu caso porquê a conversa sobre os planos referentes ao primeiro mês com as portas abertas durou uns 10 minutos no máximo. O resto do tempo foi bebendo e aproveitando a vista beira mar da praia privada, através da janela enorme da sala do gerente que todos nós - sócios -  pegamos emprestado por algumas horas. 

Sendo sincero, eu não escutei muito a conversa e muito provavelmente fui o único a focar mais na vista do que qualquer outra coisa. Como agora, sentado na mesa no meio da festa de inauguração, vendo todos os sorrisos das pessoas e a animação com a música. O céu estrelado fica meio fosco com todas as luzes que usaram pra enfeitar o ambiente, o mar fica em silêncio por causa das conversas e o som que o DJ faz. 

E eu fico tenso minuto após minuto. 

As vezes as portas do inferno se abrem e um demônio vem estagiar atormentando um ser humano que tá quieto. Eu fui o sorteado da vez. Lucy senta perto demais exibindo as coxas cada vez mais todas as vezes que se mexe na cadeira e isso testa minhas boas maneiras. 

Eu tinha planos de ficar longe, por isso sentei na mesa mais afastada pronto pra interagir o mínimo possível com um ou outro garçom e ninguém mais, só pra sorrateiramente sair e no fim da noite foder essa filha da puta no quarto que estivesse mais perto quando nos encontrássemos na porcaria de algum corredor. 

Agora os planos mudaram. Puta que pariu, como mudaram! E eu ainda não sei se isso me deixa feliz. 

Usando a toalha como escuto pras minhas ações, toco o joelho de Lucy e lentamente subo a mão me controlando pra não sorrir sentindo a pele quente e macia dela. Por algum caralho de motivo me dá a mesma sensação de ser um garoto pegando biscoitos escondido de madrugada, mas a putinha diabólica é mais gostosa que qualquer doce. Mais proibida também. 

É uma sensação quase tão doce quanto os cheiros das frutas em cima da mesa pra enfeitar e os drinks melados de xarope que Lucy gosta de beber. É o tipo de coisa que me faz entender porquê divindades escolhem pecar, cheios de tentação e vontade.

Por um segundo Lucy me faz acreditar que ela entende e sente a mesma coisa, quanto cobre a minha mão com a mãozinha delicada cheia de anéis e uma pulseira fina pendurada no pulso que rosa na minha pele sem querer. Essa ilusão desaparece rápido, me irritando quando ela a mão pra parar a minha e me impedir de fazer o que eu preciso fazer.

O resto do mundo pode ir se foder nesse exato momento, eu não me importo com mais nada que não seja a merda do sentimento de querer fazer birra como um moleque mimado pra ganhar o que quer. Não sou assim, costumo aceitar muito bem "nãos", mas dessa vez as coisas não estão como deveriam estar.

- Que porra você tá fazendo, Lucy?

Pelo brilho nos olhos dela eu sei que eu não consigo disfarçar o quão bravo eu me sinto e meu rosto demonstra isso muito bem, o que me deixa mais irritado do que antes.

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⏰ Última atualização: Oct 26 ⏰

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