𝐏𝐫𝐨𝐥𝐨𝐠𝐮𝐞 + 𝐖𝐚𝐫𝐧𝐢𝐧𝐠𝐬

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Olá, meu nome é Mellya e gosto de escrever sobre garotas 🚩


TRENTON PSYCHIATRIC HOSPITAL, NOVA JERSEY!

PRÓLOGO:

O hospital era um verdadeiro buraco de podridão, um lugar onde a insanidade não só vivia, mas corria solta pelas paredes, pingando junto ao suor e às lágrimas dos que já perderam qualquer vestígio de sanidade. As paredes estavam descascadas, o mofo se espalhando pelos cantos, misturado ao cheiro de desinfetante barato e urina estagnada. O chão rangia sob os pés, manchado por camadas de sujeira, sangue seco e vômito. Aqui, a ideia de cura era tão ilusória quanto uma miragem no deserto. Este lugar não era para os fracos, não havia espaço para a redenção. Era uma prisão para mentes quebradas, um labirinto de dor sem saída. Mas eu? Eu encontrei algo aqui que mudou tudo. Algo que me fez desejar que esse inferno nunca acabasse. Minha preciosa.

— Eu vou matar vocês, seus filhos da puta! — ela berra, cuspindo cada palavra como raiva. A voz dela ecoa nos corredores imundos, e um calafrio sobe pela minha espinha. Mas não é medo, porra. É outra coisa. Fascinação. Ela é perfeita.

Lembro exatamente de quando a vi pela primeira vez. Os portões de metal rangendo enquanto dois enfermeiros suavam para contê-la, a pele deles brilhando sob a luz suja e fraca. A fúria nos olhos dela era tão intensa que parecia irradiar calor, um fogo que você podia quase sentir queimando à distância. Ela chutava com força, os pés atingindo qualquer parte dos enfermeiros que ficasse ao alcance. A cada movimento, os cabelos dela chicoteavam o ar, colando no rosto por causa do suor. Os dentes à mostra, numa mistura de raiva e desprezo, enquanto a saliva voava das palavras cuspidas com puro ódio.

Ela não parecia humana naquele momento. Os funcionários ao redor? Patéticos. Recostavam-se nas paredes, olhando com medo, como se estivessem prestes a serem devorados por uma fera que eles não tinham como controlar.

Meu corpo reagiu de imediato. Senti meus músculos ficarem tensos, o coração batendo rápido, como se meu próprio sangue tivesse sido envenenado por aquela visão. Não era só fascinação que eu sentia. Era algo muito mais fundo, uma urgência suja e crua. Era como se algo primal estivesse acordando dentro de mim, me empurrando para o limite. A ideia de proteger ela, de possuí-la, me consumia. E, se fosse necessário, eu a destruiria. Porque, no fundo, sabia que ela também destruiria a mim, e a ideia disso era intoxicante.

Eles a arrastaram pelos corredores até o quarto acolchoado – a cela. A jaula onde a besta deveria ficar trancada. Os enfermeiros, ofegantes e apavorados, fecharam a porta com um estrondo que ecoou por todo o maldito prédio. Vi o alívio em seus rostos, o suor escorrendo de suas testas. Estavam exaustos e ofegantes. Eu estava mais vivo do que jamais estive. O cheiro no ar era uma mistura de adrenalina e medo, um cheiro que me deixava ainda mais alerta. Dentro de mim, algo queimava. Um desejo urgente e pulsante de estar perto dela, de vê-la mais de perto. O espaço entre nós parecia uma tortura.

O ambiente ao redor refletia a verdadeira natureza daquele lugar. Os pacientes não passavam de sombras humanas, resquícios do que um dia foram. A loucura se espalhava ali como uma doença infecciosa. Um homem mais velho, com o rosto desfigurado por cicatrizes, batia a cabeça contra a parede com um ritmo constante, seus murmúrios baixos soavam como uma prece distorcida. A pele da testa estava rachada, e uma linha fina de sangue escorria pela lateral do rosto, misturando-se com o suor. Cada impacto da cabeça dele contra o concreto fazia um som seco, surdo, que reverberava pelos corredores.

Mais à frente, havia uma garota um pouco magra, os olhos esbugalhados e cheios de lágrimas, encolhida no chão em posição fetal. Ela balançava o corpo pra frente e pra trás, suas mãos pequenas agarradas com força ao tecido imundo de uma camisa de hospital. Ela murmurava frases desconexas, como se estivesse pedindo ajuda a alguma entidade invisível, mas ninguém a ouvia. Um cheiro forte de urina preenchia o ar ao redor dela, formando uma poça crescente no chão manchado. Mas ela não parecia se importar. Ali, entre os gritos e gemidos de desespero, ela era só mais uma alma afogada em tormento.

𝐋Á𝐆𝐑𝐈𝐌𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora