𝟎𝟓. 𝐃𝐫𝐢𝐧𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐭𝐨 𝐝𝐫𝐨𝐰𝐧 𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐬𝐨𝐫𝐫𝐨𝐰𝐬

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O homem de máscara com chifres se aproxima do carro, e os outros três param ao lado

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O homem de máscara com chifres se aproxima do carro, e os outros três param ao lado. Eles trocam algumas palavras rápidas antes de se virarem e seguirem para o estacionamento. Cada um sobe em sua moto e sai, desaparecendo na noite. O único que permanece é o homem mascarado. Ele dá uma olhada na camisa ensanguentada, desabotoa-a e a joga na lixeira próxima. Abre o porta-malas, pega uma camiseta nova branca, e a coloca sem pressa.

Antes de entrar no carro, ele tira a máscara, revelando seu rosto. Algo me congela por um segundo. A sensação de déjà vu me atinge forte. Eu o reconheço imediatamente, e eu estaria mentido se dissesse que não gostei de ver aquele rosto.

Com a máscara agora jogada ao lado, ele se vira para mim e diz, com voz firme: — Fique à frente.

Não há tempo para questionar. Eu faço o que ele pede, movendo-me para o banco da frente, meu coração batendo mais rápido. Ele entra no carro e, em um instante, o motor ronca e o carro dispara, sumindo na escuridão, levando-me para um destino que eu não consigo prever.

O som do motor preenchia o silêncio pesado dentro do carro, enquanto as luzes da cidade piscavam ao longe, criando sombras que se moviam pelo interior. Eu estava rígida no banco, minhas mãos frias descansando sobre minhas pernas, os dedos entrelaçados com força, como se tentassem conter o tremor que ameaçava escapar. O homem ao meu lado mantinha as mãos firmes no volante, os olhos fixos na estrada à frente. Tudo nele exalava mistério, e isso me fazia sentir vulnerável.

Cada vez que o carro acelerava ou desacelerava, meu estômago se revirava, não só pela agitação do movimento, mas pelo desconforto esmagador de estar ali, tão próxima dele. Ele parecia imperturbável, quase sereno, ao contrário de mim, que travava uma batalha interna para não me perder nos próprios pensamentos.

Ele quebrou o silêncio, sua voz rouca e grave rasgando a tensão no ar. Cada palavra parecia calculada, sem pressa, carregada de um domínio silencioso que me obrigava a ouvir cada sílaba, mesmo enquanto eu tentava manter uma fachada de indiferença.

— Eu posso te deixar na sua casa, se quiser — ele começou, a voz firme. — Mas tenho a sensação de que não é isso que você quer, nem precisa agora. Você precisa de um lugar onde se sinta segura e confortável. Ficar num hotel esta noite pode ser o melhor para você. E, claro, eu estarei por perto.

Ele manteve os olhos na estrada enquanto falava, mas seus dedos se ergueram para passar pelos cabelos úmidos, num gesto que me pareceu nervoso e, ao mesmo tempo, casual.

— Eu ficaria mais tranquilo se pudesse te levar para o meu apartamento — acrescentou, com um leve hesitar. — Mas entendo que isso pode soar desconfortável, já que, para você, eu ainda sou um estranho.

Virei o rosto para a janela, meus olhos seguindo as luzes que piscavam na escuridão, as cores borradas e indistintas no vidro. A cidade lá fora parecia um universo distante, uma realidade da qual eu não fazia parte. Apertei os dedos contra os braços, buscando uma âncora que me ajudasse a atravessar aquele momento estranho e desconfortável.

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⏰ Última atualização: Nov 08, 2024 ⏰

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𝐋Á𝐆𝐑𝐈𝐌𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora