Masochism Tango

Capítulo 8 - Let our love be a flame

Nate hesitou por um momento antes de se aproximar de Andrea. Ela ainda estava recostada na mesa, os dedos trêmulos tentando arrumar o cabelo desordenado. Quando ele se aproximou, seus olhos se encontraram, e a tensão era palpável.

— Andy, o que está acontecendo? — A voz dele estava carregada de preocupação, mas também havia uma nota de frustração que ele não conseguia esconder.

Andrea piscou algumas vezes, tentando clarear os pensamentos. O calor da presença de Miranda ainda estava em sua pele, um lembrete constante do que ela realmente queria. Mas agora, diante de Nate, ela precisava manter as aparências.

— Não é nada, Nate — respondeu, forçando um sorriso. — Apenas muito trabalho... e pressão.

Ele estudou o rosto dela, buscando por algo que fizesse sentido. Mas Andrea era uma boa atriz, e ele só via o que ela queria que ele visse. Por enquanto, isso seria suficiente para ele, mesmo que as dúvidas continuassem a corroer sua mente.

[...]

— Eu preciso transar. — As palavras de Andrea saíram carregadas de exasperação, como se estivesse confessando um segredo sombrio e doloroso. Havia tanto peso em sua voz que parecia estar anunciando uma tragédia iminente.

Emily, no entanto, não se deixou abalar. A relação entre elas já havia atingido um nível de intimidade que permitia confidências como essa sem causar espanto. Ela simplesmente desviou a atenção do cardápio à sua frente, examinando calmamente as opções de drinks. Era sexta-feira à noite, e ambas haviam decidido que uma boa bebida seria o antídoto perfeito para uma semana longa. Nigel e Serena deveriam ter se juntado a elas, mas ambos estavam atrasados.

— Achei que você tivesse um namorado — murmurou a ruiva, sem desviar os olhos das letras miúdas que descreviam os coquetéis. O comentário foi casual, como se estivessem discutindo algo trivial.

Andrea soltou um suspiro profundo, quase como se todo o peso do mundo estivesse escapando junto com aquele ar. Seus ombros caíram levemente, revelando o cansaço emocional que carregava.

— Tenho, mas nosso sexo tem sido um desastre desde que eu e Miranda... — Ela fez uma pausa, mordiscando o polegar distraidamente, como se o gesto pudesse aliviar a tensão crescente. — Desde aquele episódio. — A frustração era palpável, quase tangível no ar. — Céus, Ems, eu realmente tentei. Tentei de tudo, mas é sempre a mesma coisa. Sem graça. Apático.

Dessa vez, Emily realmente se interessou. Abandonou o cardápio sobre a mesa e voltou seu olhar perscrutador para a amiga. O humor de Andrea não era algo que ela via com frequência, e essa desolação despertou sua curiosidade.

— Por que não pediu para ele tentar algo diferente? — sugeriu, inclinando-se ligeiramente para ouvir melhor.

Andrea bufou, sua frustração transbordando em cada palavra.

— Eu pedi. Mas é sempre uma negação ou uma tentativa desajeitada. Ele bate fraco, enforca errado... É como se ele simplesmente não soubesse o que está fazendo. — Ela fechou os olhos por um momento, massageando as têmporas como se tentasse espantar a dor de cabeça iminente. — E, sinceramente, só de ver Miranda, eu já sinto vontade de lamber o chão por onde ela passa. Eu não sinto nem um décimo disso por ele.

Emily riu de leve, mas havia um toque de compreensão em seu olhar. O que Andrea estava experimentando não era apenas um problema de sexo ruim; era um dilema de desejo, de uma necessidade que transcendia o físico e mergulhava em algo mais sombrio, mais profundo.

— Talvez seja hora de você reavaliar o que realmente quer — sugeriu a ruiva, brincando com a borda do copo que acabara de chegar. — Parece que o que você precisa não é só de sexo, mas de algo que ele não pode te dar.