Capítulo 12 - Blacken my eye

772 110 30
                                    

Agora só semana que vem, vou escrever as outras. 

-----------------------------------------------

Miranda sempre fora fascinada pelo poder, desde que conseguia se lembrar. Ainda jovem, ela não apenas desejava a influência — ela a perseguia, com a tenacidade de quem já sabia o que queria do mundo. Enquanto outras crianças sonhavam com aventuras, Miranda sonhava em liderar, em ditar o rumo das coisas ao seu redor.

Ela se destacou cedo. Representante de turma em todos os anos, foi naturalmente escalando posições. Mas não parou por aí. A liderança não era suficiente se não fosse absoluta. Quando o conselho estudantil não era eficiente o bastante, ela se tornou presidente do conselho estudantil, e quando isso não a dava mais prazer ela o dissolveu e criou algo maior, mais impactante: um órgão de representação estudantil nacional. Aos seus olhos, aquilo era apenas o início.

Miranda amava o controle. O ato de dar ordens, de organizar o caos, de ver os outros seguindo suas direções com precisão cirúrgica. Gostava de fazer, de desfazer, de saber que sua palavra tinha peso, que o mundo ao seu redor respondia a seus comandos. Ela nunca precisou de incentivo ou aprovação. Seu impulso vinha de dentro, alimentado pela satisfação de ver sua visão tornar-se realidade.

Cada decisão que tomava, cada movimento estratégico, era um passo em direção a mais poder. E ela não tinha vergonha disso — pelo contrário, regozijava-se. O poder, para Miranda, era tanto uma conquista quanto um direito. Um que ela não estava disposta a dividir.

Miranda, por um bom tempo, considerou a política. Como todo megalomaníaco em potencial, acreditava que sua sede de poder e influência só seria verdadeiramente saciada se ela chegasse ao ápice — a presidência de um grande país. Era um destino grandioso, condizente com sua ambição inabalável. O poder absoluto, o controle total... parecia a única resposta para seus desejos.

Mas, para sua surpresa, o destino lhe pregou uma peça. Ela foi atropelada, não por um adversário ou um obstáculo no caminho político, mas por sua paixão súbita e arrebatadora pelo mundo da moda. Foi uma epifania que ela nunca havia previsto. De repente, política parecia entediante. Ela não só amava moda — ela tinha talento, uma visão. E contra isso, não havia solução.

Com sua característica frieza e determinação, Miranda decidiu: se não seria presidente de uma nação, ela reinaria no universo da moda. E assim o fez. Sem hesitar, começou a construir seu caminho, dominando cada etapa, cada obstáculo, até alcançar o topo. O poder que ela acreditava ser seu por direito, foi conquistado, peça por peça, até ela se tornar o nome mais temido e reverenciado da indústria.

Mas, mesmo no topo, algo faltava. O sucesso que imaginara ser o clímax de sua jornada revelou-se insuficiente. O controle que exercia sobre o império da moda não satisfazia sua verdadeira fome. Ela queria mais — precisava de mais. Foi então que a resposta veio a ela, disfarçada em uma jovem de cabelos castanhos e um sorriso desajeitado.

Andrea.

Sim, era isso. Não era apenas o poder que Miranda buscava, mas o controle absoluto sobre alguém. Alguém que vivesse para ela, que ansiava por suas ordens, que moldasse sua existência conforme sua vontade. E Andrea, com sua entrega voluntária, seu desejo secreto por limites e comando, encaixava-se perfeitamente nesse papel. Miranda percebeu que seu desejo não se limitava a liderar uma indústria. Não, ela queria mais. Ela queria controlar uma vida — e, mais especificamente, governar a vida de Andrea.

Descobriu que essa ânsia por controle se estendia a todos os aspectos da existência de Andrea. Miranda gostava de ditar o que a morena vestia, o que comia, o que fazia, e até o que pensava e falava. Cada detalhe, cada decisão de Andrea, precisava ser moldada conforme a vontade de Miranda. Ela não se contentava com nada menos do que uma completa escrava, alguém cuja vida girasse em torno de suas ordens e caprichos.

Masochism TangoOnde histórias criam vida. Descubra agora