Masochism Tango

Capítulo 14 - As we dance

Vocês me pedem pra atualizar Masochism Tango sendo que deixaram ela abandonada, suas safadas!!!

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Not safe for work

Andrea estava deitada na cama, o som suave do vento batendo contra a janela preenchendo o quarto com uma calma quase irônica, considerando o tumulto interno que ela sentia. Seus dedos deslizavam distraidamente pelo lençol de seda, mas seus pensamentos estavam longe de qualquer tranquilidade. Quatro dias. Quatro dias de beijos intensos, ardentes, que faziam seu corpo vibrar e suas pernas tremerem — e nada além disso. Era como se Miranda estivesse se divertindo com sua expectativa crescente, saboreando cada momento em que Andrea implodia internamente com a frustração.

Ela rolou de lado, encarando a sombra do quarto, o leve brilho da luz da lua escorrendo por entre as cortinas. Era compreensível no início, claro. O choque da mudança, as novas regras, a atmosfera de submissão e controle crescente entre elas... Tudo exigia tempo para adaptação. No primeiro dia, Miranda havia sido paciente, quase gentil em sua dominação. Os beijos haviam sido suficientes para apagar qualquer hesitação que Andrea pudesse ter sentido, a intensidade emocional e física uma novidade deliciosa.

No segundo dia, ainda fazia sentido — Miranda, cuidadosa como sempre, controlando o ritmo, não permitindo que Andrea se perdesse na ânsia de mais. E Andrea aceitou aquilo com facilidade, cada beijo como um novo golpe que minava suas defesas. Mas no terceiro dia? E agora no quarto? Tudo começava a parecer mais um jogo psicológico.

Andrea mordiscou o lábio, sentindo a frustração subir como um calor incômodo. Que tipo de joguinho era esse? Qual era o propósito de estar completamente à disposição de Miranda, vivendo para ela, seguindo cada maldita regra, e não ser sequer tocada de verdade? A ausência de sexo, algo que Andrea jamais imaginou ser parte de sua nova realidade, agora pesava sobre ela como uma corrente invisível.

Andrea suspirou pesadamente, o peito subindo e descendo em um ritmo ansioso. "Qual é o propósito de me manter aqui se ela não vai me... usar?" A pergunta ecoava em sua mente. Ela tentava evitar usar a palavra "usar", mas sabia que era exatamente isso que queria. Ser usada. Ser reivindicada de uma vez, sem a necessidade de mais jogos.

Era confuso e irritante ao mesmo tempo. Miranda sempre parecia saber exatamente o que Andrea queria, até mesmo antes dela mesma perceber. Mas dessa vez? Miranda a mantinha suspensa, como se houvesse algo mais que Andrea deveria descobrir antes de serem levadas a esse próximo passo.

A porta do quarto se abriu sem som, e Miranda entrou. A simples presença dela na sala parecia mudar a temperatura do ambiente. Andrea imediatamente se endireitou, o olhar fixo em Miranda enquanto ela caminhava até a cadeira ao lado da cama e se sentava, elegantemente, como sempre.

— Você parece inquieta, Andrea — comentou Miranda, sua voz suave, mas carregada de um significado que Andrea ainda não conseguia decifrar completamente. Seus olhos prateados pousaram sobre Andrea, atentos, avaliando.

— Eu... — Andrea começou, mas as palavras pareceram fugir no momento em que Miranda a encarou com aquele olhar. O olhar que ela conhecia bem, que a despia com uma calma implacável. — Só estou me perguntando se... se fiz algo errado.

Miranda inclinou a cabeça levemente, como se estivesse considerando a pergunta. Seus dedos brincavam suavemente com o braço da cadeira, um movimento quase hipnótico.

— Errado? — repetiu, sua voz soando distante, como se estivesse saboreando a palavra. — Não, Andrea, você não fez nada errado.

Andrea mordeu o lábio novamente, sentindo o rubor quente subir em suas bochechas. Ela queria dizer algo, expressar a frustração que fervilhava por dentro, mas ao mesmo tempo, havia uma barreira invisível que a impedia.