Blood Flowers

9| Algumas lembranças.

•Jimin•

hoje as quatro horas da madrugada, uma mensagem aleatória chegou no meu celular, e algo me intrigou, ou melhor, estou pensando ainda no que eu li, foi profundo, e as palavras pareciam ser tiradas da minha vida caótica, não é atoa que me intrigou muito, na mensagem estava:

"será que na infância você cresceu vendo seus pais se maltratando e agindo no dia seguinte como se nada tivesse acontecido e na sua face adulta descobre que tem dificuldades de encerrar uma relação porque acredita que isso é normal..."

eu estou pensando nisso até agora.

foi muito específico, doeu, machucou, e ne segurei para não chorar enquanto eu lia aquelas palavras na tela do celular, não quero parecer vulnerável em meio a tanta dor, apesar da vida às vezes me castigar e me fazer sentir a pior pessoa do mundo, não quero mostrar esse lado, quero mostrar tudo, menos o lado emocional, pois tenho medo de me julgarem por eu ser apenas um adulto de família rica, herdeiro dos meus avós que já descansem em paz, se me virem chorando é capaz de cuspir e falar que só quero chamar mais atenção, eu não preciso disso, tenho atenção demais menos sem pedir.

depois de lee aquela mensagem, eu perdi o sono, sentei na beirada da cama, e fiquei ali até o sol arraiar e invadir as janelas do meu quarto e por fim acabar com a escuridão daquele cômodo, mas do que adianta? se dentro de mim o que resta é a escuridão, a melancolia das rotinas, de um cigarro do lado e consumir toda a nicotina para dentro de mim, de uma bebida para arder a garganta e pelo menos perceber que pouco a pouco eu estou me matando lentamente, o gosto da morte ressurge nas noites mais frias de Seoul, o desconforto permanece até nos dias de hoje, e o sufoco de continuar me sufoca a cada dia, e sempre um pensamento negativo surge a mente e isso me entristece cada vez mais.

queria ressurgir das cinzas e realmente dizer que estou bem, nos dias de inverno invés de ficar triste, poder pegar o guarda-chuva e sair por aí sem rumo, mas de fato, com um sorriso no rosto, nos dias de outonos que as flores caíam, tirava fotos e estudaria botânica, ao invés de...enquanto as flores caiem, mais um motivo de eu mesma cair em tremenda solidão quando o pôr -do-sol por fim chegar.

•••

ás cinco da manhã eu acordei, mais uma vez perdi o sono, com os olhos meio avermelhado por causa dos cigarros que ingerir, das bebidas favoritas de papai, eu já bebi todas, o cheiro de álcool ainda estava por cada canto do meu corpo, a dor de cabeça surgiu me impedindo de me levantar uma hora antes, eu tentei procurar os ono de novo, mas cada vez que rolava naquela cama, mais e mais eu ficava inquieto, então decidi me sentar na cama.