Bronze por Equipes

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Pov Rebeca

O dia seguinte começou com a animação habitual das Olimpíadas. O sol mal havia surgido no horizonte e já estávamos todas prontas para mais um dia de competições e treinos. Jade nos acordou cedo, como sempre, garantindo que estivéssemos preparadas.

– Vamos, meninas! Hoje é dia de mostrar ao mundo o que sabemos fazer de melhor – disse ela, cheia de energia.

Era o dia da final da ginástica por equipes. Enquanto nos preparávamos, minha mente ainda estava no momento da noite anterior com Simone. Será que ela também estava pensando naquilo?

Treinamos um pouco pela manhã, já que no período da tarde seria a final.

Chegamos ao nosso novo refeitório, montado pelo Comitê Olímpico do Brasil. O cheiro de comida brasileira encheu o ar, trazendo um pouco de conforto e lembranças de casa.

– Finalmente, comida de verdade – disse Flávia, animada.

– Isso vai fazer toda a diferença – concordou Lorrane.

O momento tão esperado chegou. Estávamos na Bercy Arena, em Paris. O ginásio estava lotado.

O barulho da torcida enchia o ambiente, e a energia era eletrizante.

Enquanto me alongava, senti a presença de alguém ao meu lado, me observando.

– Simone! Como foi a noite? – perguntei.

– Melhor do que eu esperava. – respondeu ela. – E você?

– Bem melhor depois da nossa conversa de ontem – confessei, sentindo minhas bochechas corarem um pouco.

Ela riu suavemente.

– Fico feliz em ouvir isso. Vamos dar o nosso melhor hoje, certo?

– Certo – concordei, sentindo-me determinada.

O clima estava tenso, mas ao mesmo tempo, havia uma excitação palpável no ar. Todas estavam prontas para dar o máximo de si.

Quando chegou a hora das competições, Flavinha foi primeiro nas assimétricas, mas ao aquecer, caiu das barras, bateu com o rosto no chão e abriu o supercílio, sangrando muito. Isso me preocupou demais. Imediatamente, ela foi fazer um curativo. Assim que retornou, Simone se aproximou de nós e perguntou:

– Você está bem? – Ela perguntou a Flávia.

– Sim, obrigada pela preocupação – Flavinha sorriu, tocando levemente o curativo sobre o supercílio.

Assim que Simone se afastou, Flávia disse:

– Hum... ela preocupada comigo, desse jeito eu me apaixono também. – É claro que a Flavinha estava me provocando, depois das insinuações de que eu estaria apaixonada por Simone.

As meninas estavam indo muito bem, sempre intercalando entre nós e as meninas dos EUA.

Quando chegou a minha vez, respirei fundo e comecei minha apresentação. Cada movimento, cada giro, cada aterrissagem foi feita com precisão. Podia ouvir os gritos de apoio da minha equipe e da torcida brasileira, o que me dava ainda mais força.

Quando terminei, aplaudiram de pé. Olhei para o placar e vi que minha pontuação era alta, o que me encheu de orgulho.

Saí da arena e encontrei Simone esperando por sua vez. Ela me deu um sorriso.

– Você foi incrível – disse ela.

– Obrigada. Agora é sua vez – respondi, desejando-lhe sorte.

Eu e casca de BilesOnde histórias criam vida. Descubra agora