Prólogo ❤️‍🔥

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1204 palavras

NOTA:  Os eventos contidos nesse prólogo são relacionados a eventos futuros. Do capítulo 1 em diante, vamos conhecer a história de Lizzy e Gael. E o que levou a essa noite.

 E o que levou a essa noite

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Um ano á frente

Gael descia as escadas da cobertura com passos largos e decididos, mas cada degrau parecia carregado de um peso quase palpável. O eco de seus sapatos no mármore frio reverberava por um espaço amplo e vazio, interrompido apenas pelo som da tempestade lá fora. Relâmpagos cortavam o céu e lançavam sombras dançantes nas paredes de vidro, refletindo a turbulência que ele sentia por dentro.

A iluminação suave da escada era a única fonte de luz, criando um contraste sombrio com a escuridão que se abatia sobre o ambiente. Gael mal notava o entorno, com a mente mergulhada em pensamentos urgentes que o empurravam em direção à porta. A chuva torrencial escorria pelo vidro, distorcendo o mundo exterior como se o universo estivesse afogado na mesma angústia que ele carregava.

A cada passo, o peso das suas decisões parecia crescer. Finalmente, ao chegar ao último degrau, seu corpo tenso avançou em direção à porta principal. A madeira escura refletia a luz pálida, e o som seco da porta se fechando atrás dele ecoou pelo corredor vazio. A chuva batia forte contra as paredes de vidro da entrada, criando uma trilha líquida enquanto ele saía e deixava o som da porta bater novamente, reverberando pela vastidão silenciosa do lugar.

Sem perder tempo, Gael se dirigiu ao elevador no hall minimalista. As paredes espelhadas amplificavam o vazio ao seu redor, e ele apertou o botão. A luz vermelha piscou, e, enquanto aguardava, a ansiedade vibrava em seus músculos. O brilho distante de um relâmpago iluminava suas feições cansadas refletidas nas paredes de vidro. Quando as portas de metal se abriram, ele entrou sem olhar para trás. O elevador começou sua descida suave, mas dentro dele, tudo parecia desmoronar.

Quando as portas se abriram na garagem subterrânea, Gael saiu com pressa, como se cada segundo estivesse escapando de suas mãos. O som de seus passos ecoava pela estrutura vazia, abafado apenas pelo ruído distante da chuva. O espaço frio e mal iluminado parecia se fechar ao seu redor, com as sombras entre os pilares de concreto criando silhuetas indefinidas que pareciam se mover com ele.

Ele apressou-se até seu carro, com as chaves já firmemente na mão direita. Seus sapatos batiam com força contra o piso úmido da garagem, refletindo sua inquietação. Ao alcançar o carro, destravou-o com um clique seco e abriu a porta em um movimento brusco, quase automático. Gael deslizou para dentro do veículo, sentindo o contraste entre o couro frio do assento e o calor da tensão acumulada.

Puxou a porta com força, trancando-se no silêncio abafado do carro. A chuva continuava a martelar o teto metálico, criando um som ritmado que parecia ecoar seus pensamentos desordenados. Ele respirou fundo, mas o ar denso de ansiedade parecia entupir seus pulmões. Seus dedos apertavam o volante com força, enquanto a mão direita se movia com urgência para o celular no console central.

Desesperado, ele rolou a lista de contatos, os olhos fixos na tela como se ela fosse a última chance de resolver algo que escapava por entre seus dedos. Encontrou o nome e apertou o botão de chamada, colocando o telefone no ouvido e aguardando. A linha tocou uma, duas vezes... e foi recusada.

Gael agarrou o volante com mais força, seus dedos cravando-se no couro macio enquanto ele respirava fundo. O som de suas próprias pulsações parecia alto demais dentro do carro, mais alto até do que a chuva constante que ainda martelava o vidro. Ele insistiu, rediscando o número. O toque soou mais uma vez, ecoando no vazio, e novamente, a ligação foi cortada antes mesmo de ser atendida.

Um suspiro de frustração escapou de seus lábios, e ele apertou o botão de chamada mais uma vez, com a mão trêmula pela tensão crescente. O ciclo se repetia: toque, silêncio, rejeição. Gael não sabia se estava sendo ignorado ou se algo muito maior estava prestes a colapsar ao seu redor.

Determinando-se a tentar mais uma vez, ele respirou fundo e acelerou o carro, saindo da garagem em meio à chuva, como se o mundo ao seu redor estivesse em suspensão, aguardando o próximo movimento que definiria tudo. O carro deslizou pela estrada encharcada, o para-brisa lutando para limpar a água incessante enquanto os faróis distorciam as luzes que vinham em direção contrária. Cada movimento era preciso, porém tenso, enquanto a estrada se tornava um desafio constante em meio à tempestade caótica.

Gael dirigia com uma tensão palpável, suas mãos firmemente agarradas ao volante. A chuva torrencial caía sobre o para-brisa, tornando a visão praticamente impossível. Ele lutava para ver através da cortina de água, seus olhos arregalados e o rosto marcado pela determinação e pelo desespero. A cada segundo, sentia-se mais afastado do controle, tentando inutilmente manter o carro na estrada escorregadia.

Sua respiração estava pesada, e ele tentava desesperadamente ligar para alguém, mas todas as suas chamadas eram recusadas. Com um suspiro de frustração, ele largou o celular no banco do carona e focou novamente na estrada. O som do trovão e da chuva se misturava ao ronco dos pneus em alta velocidade. O carro deslizou e balançou, sua direção cada vez mais imprevisível.

De repente, a pista se inclinou abruptamente, e o carro perdeu completamente a aderência. O veículo derrapou e começou a girar descontrolado. Gael tentou corrigir a trajetória, mas era tarde demais. O carro chocou-se com um obstáculo invisível e começou a capotar. O metal retorcido e o vidro quebrado explodiram em uma sinfonia de destruição enquanto o carro girava violentamente.

A sensação de vertigem era esmagadora. Gael foi lançado de um lado para o outro dentro do veículo, seu corpo colidindo com o interior amassado. O carro continuou a girar e capotar, cada impacto parecendo mais brutal que o anterior. Finalmente, o veículo parou de girar, caindo pesadamente de lado, com o teto esmagado e as portas deformadas.

Dentro do carro capotado, Gael estava inconsciente. Seu corpo estava prostrado de maneira desordenada, com a cabeça pendendo perigosamente para um lado. Um fio de sangue escorria de um corte na testa, e ele não reagia ao ambiente ao redor. A chuva ainda batia contra o carro, fazendo um som incessante e metálico. O interior estava mergulhado em um silêncio opressor, quebrado apenas pelos ruídos da tempestade e o tilintar dos destroços.

Gael permanecia imóvel, seu estado de inconsciência sublinhando a gravidade da situação. O carro, agora uma cápsula de metal retorcido, era um testemunho do desespero e da força com que ele havia enfrentado o destino. A tempestade continuava, e a cena permanecia marcada pelo caos e pela tranquilidade inquietante do que estava por vir. Então, sua visão se apagou.

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