9.

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— O que aconteceu lá dentro? — Simon perguntou enquanto fechava a porta, o olhar carregado de preocupação.

— Tentei conversar, mas foi impossível. — Simone respondeu, sua voz carregada de frustração. — No final, acabei cedendo, e nós transamos. Depois disso, ela simplesmente me disse 'até nunca mais'. — Com um movimento brusco, Simone encheu um copo de whisky e virou o líquido goela abaixo, tentando aliviar a dor.

— Mas ela não disse nada sobre o motivo? — Simon questionou, tirando a garrafa da mão da irmã antes que ela pudesse servir mais.

— Não. Quem me dera que tivesse dito. Vou ter que esperar pela Maria. Ela vai ter que me contar alguma coisa. — Simone passou as mãos pelos cabelos, os pensamentos embaralhados enquanto tentava entender o que havia acontecido.

— Então espere sóbria. — Simon falou, sério, trancando a adega e guardando a chave consigo. — Preciso resolver umas coisas, mas volto em breve. E não quero que você toque em mais uma gota de álcool, entendeu, Simone?

— Sim! — Simone respondeu, o tom firme de Simon, que raramente a assustava, desta vez a fez ceder sem questionar. Quando ele falava com seriedade, ela sabia que era melhor obedecer.

Simon saiu, deixando Simone sozinha no apartamento, o som da chave girando na porta ecoando pelo espaço silencioso. Simone ficou parada por um momento, encarando o copo vazio em sua mão antes de colocá-lo de lado com um suspiro pesado. O turbilhão de emoções que fervilhava dentro dela parecia prestes a explodir, mas o comando de Simon ressoava em sua mente, impedindo-a de buscar consolo na bebida.

Ela se sentou no sofá, olhando para o celular na mesa de centro. A imagem de Soraya, os olhos marejados, as palavras ditas com tanta frieza, tudo isso pesava em sua mente. Simone sabia que algo estava muito errado, mas a recusa de Soraya em compartilhar o que estava acontecendo a deixava à beira do desespero.

A cada segundo que passava, a frustração e a confusão se misturavam, criando uma tempestade de sentimentos que Simone não conseguia dissipar. A necessidade de respostas queimava dentro dela, e a ideia de esperar por Maria a deixava impaciente. No entanto, ela sabia que era sua única chance de entender o que estava se passando.

Ela se levantou abruptamente, andando de um lado para o outro, tentando canalizar a energia que não conseguia controlar. Simone ficou sentada no sofá, o olhar perdido no copo vazio de whisky, os pensamentos fervilhando. 

A casa estava silenciosa, mas sua mente não conseguia se aquietar. Ela aguardava Maria, esperando por respostas, mas o tempo passava e a mulher não aparecia. A ansiedade começou a transformar-se em uma inquietação cada vez mais densa.

Enquanto as horas se arrastavam, Simone checava o relógio repetidamente. Se passaram horas quando finalmente se levantou, frustrada, começando a andar de um lado para o outro pela sala. A ausência de Maria só aumentava a tensão, alimentando a sensação de que algo muito maior estava acontecendo.

Nesse momento, o som de passos firmes ecoou pelo corredor. Simon estava de volta. Ele abriu a porta com uma expressão séria, quase sombria, como se trouxesse consigo um peso invisível. Simone virou-se rapidamente, esperando por alguma explicação, mas Simon permaneceu em silêncio por alguns instantes, observando a irmã.

— Ela não veio... — Simone murmurou praticamente em ebulição.

— Eu sei, eu passei na casa dela. — Simon respondeu, a voz grave. Ele fechou a porta atrás de si e se aproximou lentamente, como se calculasse cada passo. — Parece que todo mundo viajou.

Simone ergueu o olhar, tentando decifrar a expressão do irmão. O nervosismo que tomou conta de Simone era quase palpável. Cada músculo do seu corpo parecia estar tenso, como se estivesse prestes a quebrar sob a pressão. Ela começou a andar de um lado para o outro na sala, sem conseguir manter seus pensamentos em ordem.

DANGEROUSLY IN LOVE [ Simone x Soraya ]Onde histórias criam vida. Descubra agora