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A luz do sol filtrava pelas cortinas do quarto, queimando meus olhos de uma forma tão dolorosa que me fez afundar o rosto no travesseiro

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A luz do sol filtrava pelas cortinas do quarto, queimando meus olhos de uma forma tão dolorosa que me fez afundar o rosto no travesseiro.
quem deixou a janela aberta?

Pisquei algumas vezes, tentando afastar o torpor do sono, até perceber que o colchão ao meu lado estava vazio.

O travesseiro ao lado ainda guardava a leve marca de sua cabeça, mas o calor já havia se dissipado. Passei a mão pelo lençol, como se o toque pudesse trazer de volta a presença dela. Não havia mais som algum no quarto, exceto pelo leve zumbido do ar-condicionado.

Levantei-me devagar, meus pés tocando o chão frio. A sensação foi suficiente para me despertar por completo, e o estranho desconforto em meu estômago me fez apressar os passos em direção ao banheiro. Depois de lavar o rosto e prender o cabelo em um coque desajeitado, saí do quarto e peguei meu celular.

Ainda era cedo, mas pelo som de risadas que vinha do corredor, imaginei que as outras já estivessem acordadas. Segui o som até a cafeteria do hotel, onde encontrei todas as meninas sentadas ao redor de uma mesa.

—Bom dia — Murmurei sonolenta, me sentando na única cadeira vaga, Ao lado de Carol, que mordiscava um mufin de chocolate, os olhos dela estavam quase se fechando, como se a luz estivesse a cegando

—Bom dia — Rosamaria sorriu, ela parecia a única que realmente descansou naquele mesa, o oposto de Flávia, que usava óculos escuros e resmungava a cada movimento mínimo que seu corpo era obrigado a fazer

—Bom dia para quem? Só se for para o papai Noel né — A ginasta resmungou, levando até a boca um pedaço de bolo, Banana, eu presumo.

—Nossa, dormiu de ponta cabeça, é?— Revirei os olhos, encarando o bufe que estava quase vaziu, acordei muito tarde.

Rosamaria soltou uma risadinha, mexendo no próprio café enquanto olhava para Flávia, que afundava o rosto nas mãos, claramente sofrendo com a manhã.

— Acho que você perdeu o café da manhã completo, Rebeca — Carol comentou com um sorrisinho no rosto, mal escondendo a diversão.

— E perdeu a Gabriela também — Flávia resmungou, sem tirar os óculos escuros, a voz abafada pelas mãos.

— Ela já saiu? — Perguntei, tentando não parecer afetada, mas o aperto no peito me traiu. Eu não sabia o que tinha esperado, talvez uma despedida? Ou, pelo menos, um “bom dia” antes de sair correndo.

— Sim, teve treino cedo — Rosamaria explicou. — Disse que não queria te acordar.

Assenti, tentando ignorar o sentimento estranho que começava a crescer em mim. Claro que ela tinha treino, e obviamente não iria me acordar para isso. Era só uma cama compartilhada, só uma noite de sono.

— E você, Rebeca? Como dormiu? — Carol perguntou, o tom leve, mas havia algo nas entrelinhas, um interesse genuíno que me fez hesitar.

— Bem — respondi, talvez rápido demais. — Quer dizer, foi uma noite tranquila. Não acordei até agora.

ᴀʟᴇᴍ ᴅᴀ ǫᴜᴀᴅʀᴀ - shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora