1° CAPÍTULO: O INÍCIO

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Morgan acordou sentindo uma dor pulsante na cabeça, como se tivesse acabado de emergir de um pesadelo. Seus olhos abriram-se com dificuldade, e tudo o que viu ao seu redor foi escuridão. Tentando se orientar, ela tateou o chão rochoso e frio, sentindo uma estranha sensação nas mãos-ou melhor, nas garras. Assustada, ela se ergueu rapidamente, seus olhos ajustando-se à penumbra da caverna. Foi então que percebeu que algo estava terrivelmente errado.

A princípio, Morgan não conseguia entender o que havia acontecido. Sua pele parecia estranha, sua respiração era pesada e, ao mover-se, algo roçava contra as paredes da caverna. Quando tentou falar, um rugido profundo e rouco ecoou pelo espaço estreito, reverberando como trovões em seu próprio peito. Era como se sua voz tivesse se transformado em algo que ela mal reconhecia. Com um misto de terror e confusão, Morgan finalmente olhou para si mesma, e o choque foi esmagador.

Ela não era mais humana. Suas mãos haviam se transformado em enormes garras, e todo o seu corpo estava coberto por escamas brilhantes, uma mistura de laranja, amarelo e azul. Morgan começou a gritar, um rugido aterrorizante que fez a caverna tremer. Seu coração batia desenfreado, e a respiração acelerada só intensificava o pânico que crescia dentro dela. Ela se debatia contra as paredes da caverna, tentando desesperadamente acordar desse pesadelo impossível.

Mas não era um pesadelo. Após um tempo que parecia interminável, o cansaço começou a dominar o pânico, e Morgan finalmente conseguiu se acalmar. Suas asas - sim, agora ela tinha asas - estavam encolhidas ao seu lado, e o poder recém-descoberto que fluía em suas veias lentamente começou a fazer sentido. Ainda assim, ela não conseguia entender o "porquê" de tudo isso. Como ela, Morgan, havia se transformado em uma criatura tão monstruosa e poderosa?

Após o que parecia uma eternidade, Morgan decidiu que precisava sair da caverna. A hesitação ainda estava lá, mas a curiosidade e a necessidade de entender o que havia se tornado eram mais fortes. Suas garras, agora um pouco mais estáveis, arranharam suavemente o chão de pedra enquanto ela se movia em direção à entrada da caverna. Uma luz fraca filtrava-se pelo lado de fora, guiando seus passos cautelosos. Quando finalmente saiu da escuridão, a luz do sol a cegou por um momento, mas o ar fresco encheu seus pulmões, trazendo-lhe uma sensação de alívio.

Ela avançou lentamente pela floresta, ainda insegura, mas determinada a encontrar um lugar onde pudesse se ver completamente. Foi então que avistou um rio serpenteando pela floresta. A água cristalina chamou sua atenção, e Morgan sentiu uma estranha necessidade de se aproximar. Com passos pesados, mas silenciosos, ela fez seu caminho até a margem do rio.

Quando Morgan finalmente olhou para o reflexo na água, ela congelou. No reflexo, viu uma enorme criatura com escamas cintilantes nas cores laranja, amarelo e azul, e olhos que antes eram humanos, agora brilhavam com uma intensidade reptiliana. Ela notou suas asas, majestosas e poderosas, e suas garras afiadas, capazes de rasgar qualquer coisa que cruzasse seu caminho. Mas o que mais a surpreendeu foi o brilho âmbar que parecia emanar de sua garganta.

"Eu... eu sou um dragão", ela sussurrou para si mesma, finalmente aceitando o que havia se tornado. Morgan sabia que, a partir daquele momento, sua vida nunca mais seria a mesma. Ela era um dragão, um ser lendário, e agora precisava aprender a viver e controlar seus novos poderes. Mas antes disso, ela precisava entender "como" e "por que" havia renascido naquele mundo.

Assim, com o brilho do sol refletindo em suas escamas e o som suave do rio ao fundo, Morgan decidiu que não poderia viver com medo. Precisava descobrir sua verdadeira natureza e o propósito de seu renascimento. E assim, com a determinação crescendo em seu coração, ela estendeu suas asas e se preparou para o que quer que o futuro trouxesse.

A jornada de Morgan O Terror âmbar Onde histórias criam vida. Descubra agora