Veneza, à noite.
Eu deixei Effy naquele bar e continuei andando. Sem qualquer ideia de onde eu estava indo.
Deus sabe em quantas pontes de casa de boneca eu andei, mas parei em uma delas. Fiquei
inclinada, assistindo um casal em uma gôndola, os braços em volta um do outro. O cara
guiando o barco olhou para mim, enquanto vinha em direção à ponte.
"Bella", ele sussurrou no ar quente da noite.
Eu sorri, engolindo o choro. Você não me viu sem minha máscara, eu pensei. Você não diria
isso se visse.
Que noite horrível pra caralho.
Desde o drama gigante do aniversário do Aldo, a velhinha sendo transportada por uma
ambulância e a mãe da Effy com um ataque de pânico, Effy ficou sozinha. Totalmente. Eu
nunca passei tanto tempo sozinha com ela. E deixa eu te dizer: realmente me abriu os olhos.
Quando todos foram embora, toda essa espuma se foi. Não me incomodei. Estava um pouco
entediada, tentando falar com alguns dos vizinhos, sem ideia do que eles estavam falando.
Eu comecei a beber um dos licores da estante da sala. Ele tinha um gosto fétido. Eu cuspi meu
gole na pia do banheiro e chequei minha roupa. Não era a primeira vez nesse lugar tonto que
eu me sentia safada e barata. Effy estava certa sobre isso.
Effy tinha fechado a porta para o último convidado, parecendo aérea. Parecendo feliz,
pensando nisso. Enquanto eu escovava os dentes eu fiz um liga pontos na minha mente.
Quando olhei para ela mais cedo, ela estava com Aldo. Ela estava desembrulhando um
presente e sua face estava iluminada. Ela estava olhando para o cara como se fosse o presente
de natal que ela desejava. Eu observei ele abraçá-la quando viu o que era, e ela se aninhou em
seu ombro.
Então Anthea entrou surtando e tudo ficou fora de controle. Effy só ficou lá, se abraçando,
totalmente inútil. Enquanto Aldo e sua mãe ficaram ocupados dizendo a todo mundo que eles
tinham que ir embora, Effy não conseguia tirar os olhos dele.
Atrapalhada.
Eu esfreguei meu rosto e desliguei a luz do banheiro. Quando eu entrei no quarto, Effy estava
deitada na forma de uma estrela, encarando o teto.
"Tudo bem?", eu sentei na ponta e bocejei. "Pobre e velha garota", eu disse. "Florence."
"É", disse Effy. Ela moveu as pernas para que eu pudesse me deitar. "Uma pena, pois eu estava
começando a me divertir."
Eu fiz uma cara. "Sim, que inconveniente da parte dela", eu disse. "Ter esse ataque engraçado
exatamente quando você estava começando a se divertir."
Effy olhou bruscamente para mim. "Obviamente eu me importo com a Flo", ela disse na
defensiva. "Eu espero que ela fique bem."
Eu ofeguei. "Claro que ela vai ficar", eu disse. "Provavelmente ela tomou muito vinho", eu fiz
uma pausa. "Então, ele gostou do presente, suponho. Aldo?"
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Skins: the Novel
Dla nastolatkówSkins: The Novel, se passa entre a terceira e a quarta temporada, tempo correspondente às férias de Verão dos protagonistas. O livro, infelizmente, não foi lançado no Brasil, portanto essa tradução não é oficial.