Effy

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Sábado, 22 de agosto

Apartamento da Florence

"É você, Anthea?"

"Não, Florence", eu disse cautelosamente. "Sou eu, Effy."

Ouvi roupas de cama sendo jogadas.

"Effy, que adorável! Entre, entre. A porta está aberta."

Eu abri a porta. Florence estava deitada em uma cama gigante me encarando. As persianas

estavam meio fechadas e o quarto estava mal iluminado por seu abajur.

Florence tentou se sentar.

"Não se mexa", eu disse olhando alarmada para seu rosto, um lado tinha caído levemente e o

canto da sua boca tinha se inclinado para baixo. Ela colocou sua mão na frente, como se

estivesse escondendo.

Eu senti um solavanco de medo. Foi como quando eu visitei a mãe de meu pai em sua casa de

repouso quando eu tinha oito anos. Florence parecia tão pequena e frágil.

"Não fique assustada, garota", ela disse, puxando um pouco suas cobertas. "Essa droga de

derrame fez com que eu parecesse uma anciã do nada", ela riu, com um pouco de esforço.

Eu fui em sua direção e me inclinei na cama. Florence olhou para mim. O olhar dela direto

como sempre. "Bem", ela disse. "Como você está? Anthea disse que uma amiga veio te visitar.

Sinto por não poder ter conhecido ela. Você se divertiu?"

Primeiramente eu não pude responder. Deus. Fiquei atolada em solidão. E culpa. Culpa por ser

uma maldita vadia com a Katie. E por estar sentada aqui, saudável, com uma velhinha doente

que parecia não ter um único osso miserável e malévolo em seu corpo. Me senti ficando mais

humilde. Humilde. Esse sim é um termo estranho para o meu vocabulário.

"Sim", eu disse afinal. "Foi legal."

Florence olhou intrigada para mim. "E como está todo o resto?", ela perguntou. "Você tem

visto Aldo ultimamente?"

Eu estava feliz pela luz do abajur. Conseguia sentir meu rosto queimando. "Um pouco", eu

disse com cuidado. "Na festa dele e tal."

"Ele é um bom homem", ela disse melancolicamente. "Ele e sua mãe tem sido maravilhosos

nesses últimos dias."

"Tem?", meus músculos do estômago estavam se cerrando e voltando. "Ele tem passado

muito tempo com você, então?"

"Os dois têm", ela disse. "Tipo uma ação em dupla, esses dois", ela se inclinou em minha

direção. "A sua mãe é muito mandona, não é? O fez limpar o banheiro a tarde toda de ontem",

ela sentou de volta e recuperou o fôlego. "Acho que ele não está acostumado com isso. A exesposa

dele dava tarefas simples."

"O que você quer dizer?", eu perguntei, sem ter certeza se queria saber.

"Ah, bem... aparentemente ela era uma mulher passiva. Até mesmo dócil. O que fez com que

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