03 ' Elevadores e primeiros encontros

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9 de janeiro de 2023 | Malibu


   ⠀─╌ O dia com a família de Sunisa tinha sido simplesmente perfeito. Flávia havia passado as últimas horas com eles, rindo e se divertindo como há muito tempo não fazia. Sentia que estava leve, parecia que o seu corpo precisava daquilo e não da solidão que tanto planejava naquela viagem.

Durante o começo da noite, jantaram à beira-mar em um restaurante que fazia parte do resort, o lugar era aconchegante, com uma vista perfeita das estrelas refletindo no mar, criando um espetáculo deslumbrante. Os irmãos mais novos de Sunisa estavam exaustos, assim como o resto da família.

Sunisa e Flávia ficaram muito próximas durante todos os passeios, trocando olhares e sorrisos cúmplices. A naturalidade entre as duas parecia crescer a cada segundo.

Quando o jantar terminou, a família se despediu e decidiu caminhar de volta ao hotel. Os irmãos mais novos de Lee, mesmo cansados, queriam aproveitar a companhia das duas ginastas, mas logo foram para seus quartos enquanto Sunisa e Flávia ficaram no lobby, conversando mais um pouco. Parecia que o assunto entre elas não tinha fim, era confortável demais a presença uma da outra.

Elas caminharam até o elevador, ainda rindo de algo mais cedo. A brasileira apertou o botão e ficaram esperando lado a lado. Sunisa observava Flávia pelo reflexo da porta.

Seu olhar vagou pelos braços da brasileira, que estavam parcialmente descobertos, os músculos delineados havia uma elegância na forma como eles se destacavam. O perfume adocicado alcançava o seu nariz, deixando ela hipnotizada e seu olhar marcante e profundo parecia fazer Sunisa perder o fôlego.

Por um momento ela só queria ficar admirando o olhar que a inundava.

— Não consegue disfarçar?

Flávia, com um sorriso brincalhão nos lábios, arqueou uma sobrancelha claramente se divertindo com a situação.

— Disfarçar? — Balançou a cabeça, mordendo o interior de sua bochecha. — Você sempre teve esse efeito sobre as pessoas, ou é só comigo?

Flávia deixou escapar uma risada suave, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ouviram o barulho do elevador e entraram apertando os números de seus andares. Flávia encostou na parede metálica, deixando escapar um suspiro. Sunisa, ao lado dela, cruzou os braços, sentindo que seus olhos não paravam de viajar entre o reflexo de Flávia no espelho e a própria imagem à sua frente.

— Sabe, eu não esperava que essa viagem fosse tão... interessante. — Flávia comentou, com um brilho provocante nos olhos.

— Interessante?

A brasileira foi descendo o olhar para os lábios chamativos, perguntando em sua cabeça se o tom enrubescido tinha gosto de alguma fruta avermelhada.

imaginava sua própria boca com aquela mesma cor.

Flávia estendeu a mão e segurou a de Sunisa, puxando-a delicadamente em sua direção. A ginasta se aproximou sem hesitar, os olhos dela se fixaram nos de Flávia, curiosa.

— Não éramos muito próximas. Claro, eu sempre admirei você e acho que nunca tive a chance de te dizer isso. — Deu de ombros. — E agora estou aqui, morrendo de vontade de te beijar.

Sunisa sentiu o coração acelerar, parecendo que iria explodir, mas manteve o olhar firme nos olhos de Flávia, sentindo os dedos dela dedilharem até o seu quadril e pousarem.

Sem esperar uma resposta, Flávia inclinou-se e, com um movimento calmo, aproximou seus lábios dos de Sunisa, tocando-os com uma leveza que fez o mundo ao redor desaparecer. A mão de Sunisa subiu até os cabelos da loira, segurando-a com firmeza enquanto se moviam em perfeita harmonia.

Provavam dos lábios quentes e macios, e os suspiros reverberavam uma explosão de sensações internas. O elevador parecia menor agora, reduzido ao calor dos corpos, à suavidade do toque, e ao desejo que fluía livremente entre elas.

Fazendo voltarem a realidade, as portas do elevador se abriram com um suave ding, quebrando o clima. Elas se separaram rapidamente, ambas respirando de forma mais pesada, os olhos ainda presos um no outro. Sunisa aspirava o perfume de Flávia deliciosamente, com um sorriso pequeno, mas genuíno, surgindo em seus lábios.

— É o seu andar...

Saraiva assentiu, seus dedos ainda deslizando carinhosamente sobre o quadril de Sunisa, enquanto ela dava um pequeno passo para trás. Sunisa mordeu o lábio inferior, já sentindo a ausência do toque.

— Bem... Obrigada pelo convite de hoje, Suni. — disse Flávia, ainda com um sorriso nos lábios. — Sua família é muito divertida, acho que eu não sabia o quanto precisava disso.

Sunisa assentiu, cruzando os braços.

— Fico feliz que tenha gostado. Acho que todos nós nos divertimos bastante.

— Boa noite, Sunisa — murmurou Flávia, com a voz quase inaudível.

— Boa noite, Flávia.

Flávia deu um leve sorriso, enquanto dava uma última olhada antes de sair do elevador, deixando Sunisa parada ali, com o coração acelerado e um sorriso bobo brincando em seus lábios.

— Droga!

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Girassóis Na Janela - Flavia Saraiva & Sunisa LeeOnde histórias criam vida. Descubra agora