Capítulo II

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Narrador

Lottie deixou um murmurar inaudível lhe atravessar a garganta, seus braços caindo sobre seu colo em pura preguiça. Sua cabeça tomba para trás sobre a cabeceira da cama, seus olhos fechados e suas pernas se esticando sobre o colchão pequeno. Com o indicador ela marcava a página no qual havia parado sua leitura.

Já era tarde, mas por alguma razão o sono não parecia querer lhe tomar em seus braços e lhe apagar de vez. Não que se sentir ansiosa fosse algum tipo de novidade, mas por alguma razão ela parecia intensa agora e desconfiava do motivo.

Um sentimento novo percorreu seu corpo, uma sensação onde se sentia observada lhe despertando de seus pensamentos. Seus olhos se abriram com hesitação, passeando pelo quarto iluminado unicamente por sua luminária.

Ela estava lá, sentada sobre a cama e com um olhar impassível em sua direção. Lottie não se deixou reagir surpresa, de alguma maneira esperava que ela retornasse. A todo momento pensava que sua ansiedade estava interligada a seu sumiço repentino, aquela sensação de abandono lhe fazendo ansiar sua presença.

Ela estava errada afinal.

A ansiedade continuava ali, mas era diferente de tudo que já sentira antes. Os olhos da garota eram duros, junto a sua expressão inelegível iluminada em tons quentes de laranja. Talvez Lottie estivesse delirando, mas sabia que não, sua mente nunca poderia ter inventado algo tão belo assim.

Seu nariz se franziu quando o cheiro conhecido irritou seu olfato sensível, conviveu anos com um um pai fumante para reconhecer o cheiro de cigarro barato. A morena assiste os lábios levemente feridos da garota se moverem. Ela se deixou piscar pela primeira vez, tentando acompanhá-los e lê-los de alguma maneira que lhe fizesse sentido.

- O que foi?- Natalie murmura, notando como os olhos escuros desceram diretamente para sua boca.

Aquilo não havia passado despercebido.

Lottie leva suas mãos até o nariz, o coçando levemente e desviando o olhar. Natalie franziu as sobrancelhas, puxando sua camisa na altura das próprias narinas e inalando o cheiro dela. Era uma mistura de seu perfume agridoce junto a tabaco que também lhe fez resmungar.

Por mais que fumasse com frequência ainda não havia se acostumado com o cheiro.

- Entendi.- Murmura seca.

O silêncio pairou no ar, pesado e carregado de tensão. Lottie brincava com seu livro de poesias fechado sobre seu colo, ela permanecia calada e Natalie não entendia por que ansiava tanto ouvir alguma coisa.

cores do silêncio | lottienatOnde histórias criam vida. Descubra agora