The last coffee - Adaptação malila.

𝟑𝟕.

"Coffee poetry."

Um mês depois

Point of view: Maraísa.

- Mais para a esquerda. - Falei para Maiara, que estava colando um quadro na parede. Ela fez puxou um pouco a moldura para o lado dito. - Isso! Agora um pouco mais para a direita. - Maiara bufou, mas fez. - Agora, um pouco mais para cima.

- Maraísa, vai tomar no seu...

- Opa, mulher grávida de uma criança que já ouve passando. - Izzie adentrou o local e nos roubou risadas. - Ah, isso está torto, Maiara. - Falou Izzie encarando e apontando para o quadro.

- EU FALEI! - Exclamei. Izzie e eu batemos "High Five". Maiara revirou os olhos e após ajeitar o quadro, desceu da escada.

- Vocês juntas são insuportáveis. - Resmungou.

- Continue sendo malcriada e vai dormir no sofá por essa noite. - Izzie cruzou os braços, apoiando-os em cima de sua enorme barriga e eu quis rir da situação, mas como não queria levar um tapa dela, engoli aquele riso. Riria daquilo depois, quando estivesse só.

- Como não pensamos nisso, não é? Marília é realmente uma genia. - Comentei ao me sentar no sofá. Maiara e Izzie se sentaram ao meu lado e assim, contemplamos nossa obra.

- Não vejo a hora de inaugurar. - Maiara disse sorridente, seus olhos brilhavam.

- Luiza colocou a inauguração no jornal, anunciando data e tudo. - Comentou Izzie.

Eu me levantei e passei os olhos por toda a extensão daquele lugar. Orgulho era o que eu mais sentia naquele momento.
Um mês havia se passado e após Marília ter tido aquela brilhante ideia, a minha vida, de Marília, Maiara, Simone e Izzie haviam mudado.

Dando um breve adeus à literatura, troquei a caneta por martelo e pregos. Maiara deixando seu escritório, trocou as roupas sociais por um macacão e uma maleta de ferramentas. Simone deixou a editora e se juntou a nós com sua força nos braços e sua grande habilidade com eletricidade.

Contamos também com a ajuda de Mário e seu talento com vidraças. Izzie continuou sendo arquiteta e Marília sua ajudante. Passamos noites e mais noites em claro. Cortamos madeira, pintamos paredes, refizemos instalações elétricas. E agora, com as mãos um pouco calejadas, ásperas e machucadas, olhávamos nossa obra de arte pronta. Cada prateleira, cada mesa, cada cadeira, cada detalhe, tudo ali tinha nosso suor, nosso esforço e após tanto trabalho, nossa cafeteria estava pronta.

Fizemos um ambiente aconchegante e bastante acolhedor. Nas mesas, a brilhante ideia veio de Marília. Fizemos recortes de poemas e colamos sobre o tampo, selando com uma camada de vidro. Cada mesa tinha poemas de um autor diferente. Até eu entrei em uma dessas mesas. O resto da ambientação Izzie e Marília trabalharam juntas, colocamos prateleiras com livros, revistas e um enorme mural para que quem ali estivesse e tivesse a ideia de um poema, pudesse ir lá e escrever. Apesar do trabalho, do cansaço e das noites perdidas de sono, era bastante emocionante ver tudo concretizado.

- "Coffee Poetry, misturando café com poesia.". - Recitou Izzie o enunciado da coluna que falava sobre nossa cafeteria.

- Aposto que foi Marília quem escreveu isso. - Maiara falou e eu concordei.

- E por falar em Marília, aonde está ela, Izzie? - Perguntei olhando para a grávida sentada no sofá. - Me lembro dela ter dito que sairia contigo hoje. - Acrescentei.

- E ela saiu, Isa. - Izzie disse. - Nós saímos para trocar uns tapetes que ela não gostou, após isso voltamos ao apartamento de vocês, ela finalizou a decoração dele e foi para a casa da mãe, pois as duas iriam à uma consulta, juntas. - Explicou.