The last coffee - Adaptação malila.

𝟒𝟗.

"O tempo."

Nesse penúltimo capítulo veremos que o tempo passa, mas o que é para durar, não se desgasta.

A música desse capítulo é: Rise - Glee (deixem rolando por todo o capítulo)

[deem play na música e deixem rolando]

Point of view: Marília.

- Esse é o menino mais lindo que já vi no mundo! - Minha mãe sussurrava baixinho, babando seu neto, que dormia tranquilamente em seus braços.

- Acho isso um absurdo! - Gustavo resmungou, cruzando os braços e fazendo bico.

- Você também é lindo, meu filho. - Meu pai deslizou a mão sobre os cabelos do meu irmão. - Você e Marília são lindíssimos, mas o pequeno Léo também é.

- Olha para ela... - Dona Ruth abaixou um pouco seus braços, para Gustavo ver o sobrinho.

Os olhos do meu irmão cintilaram.

- Ele é tão lindinho... - Sua voz saiu fina e baixinha - Eu posso segurar?

- Mais uma apaixonada por meu filho... - Maraísa, que estava dormindo na poltrona ao lado da janela, falou de repente.

- Dormiu bem, amor? - Perguntei em voz baixa, para não acordar nosso filho.

- Mais ou menos... - Ela se esticou. - Senti falta da nossa cama...

Fiquei com pena de Maraísa, a poltrona já parecia desconfortável de vista, passar a noite nela deveria ser pior ainda.

- Logo vocês irão para casa. - Vivian surgiu falando; ela estava encostada na porta, de braços cruzados, sorrindo suavemente. - Prometo que ainda essa semana libero vocês.

- Graças à Deus... - Maraísa alongou os ombros, que estalaram audíveis. - Enquanto isso, acho que poderiam colocar uma poltrona que tenha estofamento macio aqui, porque essa... - minha esposa fez careta - Parece ter sido estofada com pedras. - Vivian riu.

- Vou providenciar algumas almofadas. - Disse ela, se desprendendo da porta. - Como está se sentindo, mamãe?

Eu estava me sentindo bem, apesar de meu corpo doer como se tivesse sido atropelado por um trator. Mas apesar das dores agudas, eu estava bem.

- Teoricamente bem... - Respondi hesitante.

- Alguma dor? - Vivian conferiu o soro, que pingava lentamente.

- Inúmeras. - Ri. - Se eu listasse todas, daria mais de duas páginas. Até meus fios de cabelo doem.

- Pelo menos o senso de humor está intacto. - Concluiu Vivian, rindo.

- Quando ela receberá alta, doutora? - Maraísa perguntou, apoiando os braços nos joelhos.

- Vou dar alguns dias para a cirurgia fechar melhor e depois, vou liberar Marília para ir para casa.

- Alguma recomendação? - Minha mãe perguntou, em voz quase muda.

- Várias! - Vivian a fitou. - Nada de esforço. Repouso absoluto.

- Mais algo? - Indaguei.

Virando-se para mim, ela prosseguiu dizendo: - Alimentação extremamente saudável, afinal você precisa que seu organismo cicatrize o corte da cesárea e precisa alimentar seu filho com seu leite.

No mesmo instante que a palavra "leite" foi citada, uma palavrinha mágica parecia ter aguçado os ouvidos de meu filho, fazendo-o despertar de seu sono e abrir o berreiro.