Nos últimos tempos, tenho sentido a vida adulta pesar sobre mim com um manto de tristeza, raiva e cansaço. Ao olhar ao redor, percebo que não estou sozinho. Todos parecem lutar contra essa maré constante de frustração e desânimo. Sinto saudades de uma época em que a alegria era mais fácil, quando o riso era genuíno e meu coração, leve. É como se, ao longo do caminho, eu tivesse perdido algo essencial, talvez minha criança interior, aquela parte de mim que sabia sorrir sem motivo, que amava sem medo, e que encontrava felicidade nas pequenas coisas.
Há uma urgência em mim, uma necessidade de voltar a sorrir como antes. Precisamos reaprender a ser leves, a nos permitir sentir alegria de novo. Estamos sempre em busca de algo ou alguém para preencher os vazios que sentimos, como se o amor de outra pessoa pudesse nos salvar. Mas, e se o amor que realmente precisamos encontrar estiver em nós mesmos? Se eu não me amo de verdade, como posso amar outra pessoa? Como posso esperar que alguém aceite todas as minhas partes, se nem eu consigo?
Muitas vezes me pergunto por que é tão difícil encontrar alguém para deitar no meu peito e me chamar de amor. Esse desejo simples e natural parece quase inalcançável. Fico frustrado quando vejo duas pessoas que poderiam ser felizes juntas, mas que, por orgulho ou medo, acabam se afastando, em vez de se sentarem para conversar, para se entender. O amor exige coragem, entrega, vulnerabilidade. Sem isso, tudo o que resta são mágoas de um relacionamento que poderia ter sido, mas que nunca será.
O que eu realmente quero é simples, mas profundo: quero alguém para caminhar ao meu lado, para juntos fazermos uma lista de sonhos e realizá-los um a um. Quero alguém que me veja como realmente sou, com todas as minhas falhas e cicatrizes, e que ainda assim escolha estar comigo. Não busco perfeição, pois sei que ela não existe. Quero uma conexão verdadeira, uma troca autêntica. Alguém que faça questão de mim, não por necessidade, mas por escolha. Que encontre em mim um lar, um refúgio, uma paz que o mundo lá fora não oferece.
Não se trata de exigir que você fique comigo. Nunca foi sobre prender ou obrigar. O que desejo, com toda a sinceridade do meu coração, é que você queira estar aqui, que escolha estar ao meu lado. Que, todos os dias, opte por mim, não por obrigação, mas por amor. Quero construir algo bonito, algo real, algo que sobreviva às tempestades e floresça sob o sol. Não porque somos perfeitos, mas porque aceitamos ser imperfeitos juntos. Porque escolhemos nos amar, com tudo o que isso implica.