Prólogo

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Escute bem porque
Quando eu desligar
Você não vai saber
Mais nada sobre mim
Chegamos ao fim
O ultimo alô
É na verdade um adeus
Esqueça aqueles planos
Eles não são mais seus
(Ligação, NX Zero)

Escute bem porqueQuando eu desligarVocê não vai saberMais nada sobre mimChegamos ao fimO ultimo alôÉ na verdade um adeusEsqueça aqueles planosEles não são mais seus(Ligação, NX Zero)

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2006

— Boa tarde senhor e senhora ouvinte! Eu sou Bruna Vieira e esse aqui  é o Café com Musica. Sua principal fonte de música boa e entretenimento! Todos os dias, aqui na rádio Cafezinhos.— A voz da locutora dizia na rádio, enquanto Anita olhava pro teto do quarto do hospital. Ela nem podia pedir pra desligarem o rádio, já que não era o dela mas sim o da senhorinha que estava deitada num leito a sua frente.

Anita olha para o soro que chegava ao seu braço e ela jura que parece que aquele negócio está mais cheio do que estava há poucos instantes.

Tudo teria sido mais fácil se ela só tivesse morrido. Era o plano perfeito, sem erro algum. Anita só se jogaria no lago e deixaria a água lhe levar pra bem longe dessa vida. Simples, rápido e indolor.

Tudo daria certo se algum maldito não a tivesse tirado da água, achando que estava lhe fazendo um favor, quando na verdade só prolongava seu sofrimento. Ela só...não queria viver uma vida na qual seu pai não estivesse presente. Não dava.

— Hoje estamos aqui com a banda sensação do momento! Ready, Set, Go. Fabrício, Henrique, Fagulha e Bruna, como é ser a sensação do momento?— a radialista fala no rádio e, Anita já estava prestando atenção.

— Ah, é muito legal saber que tem uma galerinha que acompanha a gente e tem um carinho pelo nosso trabalho. — um dos rapazes fala.

— Obrigada, Fagulha. Quer mandar um beijo para as suas fãs?

— Um beijo, gatinhas!— o tal de Fagulha responde.

— E você, Henrique? Como tá sendo essa experiência?

— É uma sensação única. Eu sempre quis viver de música e finalmente ver esse sonho se realizar é especial demais.— Henrique responde.

— E Fabrício, é verdade que você não queria seguir a carreira musical?

— É verdade sim, Bruna. Eu queria ir pra um caminho totalmente diferente, mas aí acabou não dando certo e a galera me chamou pra banda. E agora eu amo o que faço.

— Isso é ótimo! Ja que o Fabricio tocou no assunto, como vocês se conheceram e formaram a banda?

— Bom, eu e a Bruna somos amigos desde pequenos e adoravámos fazer música. Aí conhecemos o Henrique por causa de um...concurso de música. O Fabrício foi super aleatório porque eu namoro com a irmã dele. — Fagulha fala.— Acabamos tendo uns problemas com nosso antigo guitarrista e eu ouvi ele cantando e resolvi chamar pra fazer um som com a gente.

— E cá estamos nós.— Henrique diz.

— É, cá estão vocês. Eu não queria estar na pele desse guitarrista que saiu da banda, vendo onde vocês chegaram.E Bruna, como é ser a única garota no meio de todos esses rapazes?

— Bom, eu sou a parte bonita da banda, não é?— Bruna diz e arrancando risadas e todos, até de Anita, algo que ela já não fazia faz tempo.— Mas brincadeiras à parte, é ótimo trabalhar com esses caras. Sem contar que sendo tão próxima deles, eu aprendo todo dia porque não gosto de homem.

— Olha só, meninas, a nossa vocalista esta solteira!— Fabrício a interrompe, fazendo todos rirem.

— Bom, agora é a hora que todos estavam esperando. Um de vocês vai poder fazer uma ligação para qualquer número agora. Quem vai ser o sortudo ou sortuda?

— Eu...posso?— Fabrício pergunta.

— É claro. Você pode ligar pra qualquer número, Fabrício.— ela diz e Anita escuta o tal de Fabrício discar um número.

Coincidência ou não, o celular dela começa a tocar e ela o alcança.

"Não é possível."

— Alô?— na mesma hora, ela escuta a sua voz sair do rádio.

— Olha, Fabrício! Ela te atendeu...— a apresentadora diz.

— É você!— a senhorinha diz pra ela.

— Olha só, minha vida tá uma droga e tudo de que eu não preciso agora é de alguém querendo rir da minha cara na rádio. Passar bem!— e Anita ia desligar na cara do tal de Fabrício.

— N-não! Pera aí. Não desliga não. Talvez voce precise ouvir isso. É...eu não sei pelo que você tá passando, mas...eu acho que todos os dias a gente tem um motivo pra ser feliz e pra...viver. Pode ser porque o sol está brilhando, ou porque tá chovendo e você pode deitar embaixo das cobertas e assistir seu filme favorito. Ou...rir com sua família e seus amigos. Eu sei que parece difícil, mas se você tentar todos os dias um pouco, vai chegar uma hora que viver não vai ser um fardo.

— É fácil falar quando a sua vida tá perfeita. E eu dispenso conselhos. Tchau!— e desliga na cara do menino, mas algo nas palavras dele, na maneira como ele falou- como se a entendesse- fez Anita começar a pensar sobre aquilo.

Ela olha pra janela. Fazia sol. Seu pai amava dias de sol. Anita sorri, pela primeira vez em meses.

"É, Fabrício. Eu acho mesmo que deve ter alguma beleza em viver"

 Eu acho mesmo que deve ter alguma beleza em viver"

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Capítulo pra vcs entenderem mais sobre a história. A Anita, aqui, tem problemas de depressão e idealização suicida, assim como o Fabrício. Se esse tema for sensível pra voces, não leiam.

Juro que vcs vão amar. Pra ficar mais fácil de entender quando é 2006 e 2024, vou colocar as headers dos personagens jovens e adultos além do ano.



Somewhere only we know | FanitaOnde histórias criam vida. Descubra agora