Além do controle: Ações e reações

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Valentina dirigia seu Honda Civic com cuidado, prestando bastante atenção na estrada, como de costume. Não podia deixar de notar, porém, Luiza ao seu lado aparentemente incomunicável. Ela já sabia do que se tratava, e conhecendo bem a esposa que tinha, sabia que a melhor solução era encontrar um meio de acalmar a fera o mais rápido possível.

—Parece que tem algo te incomodando. — comentou.  Luiza cruzou os braços e olhou pela janela, evitando o olhar dela. — Quer me dizer o que é?

—Não quero  falar com você.

—Eu entendo que você esteja chateada, mas precisamos conversar, Lu. —Valentina respirou fundo, tentando manter a paciência.—Você está manhosa esta noite, e isso está dificultando as coisas. O que foi? Está com ciúmes de algo ou alguém?

—Não estou manhosa! —Luiza soltou um suspiro profundo e virou-se para Valentina com uma expressão desafiadora— Nem estou com ciúmes. Só não gosto quando você fica dando atenção para os outros e não para mim.

—Eu estava apenas conversando com nossos amigos, amor. Não te deixei de lado. — respondeu, completamente calma. — Eu prometi que teríamos um tempo só para nós quando chegássemos em casa, não prometi? Além disso, passamos o dia inteiro fazendo apenas as suas vontades. É injusto você me tratar assim, pequena.

—Você sempre diz isso, mas não é verdade! Você nunca tem tempo para mim! E ainda fica me tratando como se eu fosse uma criança.

Valentina ficou em silêncio por um momento, segurando firme o volante. Soltou uma risadinha que não passou despercebida por Luiza, e aumentou a velocidade da direção com intuito de chegar logo em casa.

—Eu estou tentando fazer o melhor para equilibrar tudo, neném. Se você está com ciúmes precisamos conversar e esclarecer as coisas, não é brigando que vamos resolver. Você sabe que isso é difícil para mim também. Tenho uma vida além de nós, baby.

— Não estou com ciúmes. Tudo para você é ciúmes.— Luiza respondeu, a voz se tornando cada vez mais alta. — Eu quero que você me dê mais atenção, só isso. Que merda, Valentina, não vou seguir suas regras hoje.

Valentina sabia que era inútil competir com as birras da esposa, mas estava ficando cansada disso. O tom desafiador de Luiza e seu comportamento abusado estavam começando a afetar a paciência da fotógrafa. Ela parou o carro em um estacionamento, virando-se para Luiza com um olhar sério.

—Olha aqui Luiza Campos Albuquerque, eu sempre te dou toda a atenção do mundo, mas tudo tem limites. Birra comigo não vai funcionar. Eu entendo que você esteja chateada, mas isso não justifica você desrespeitar as regras que estabelecemos. Diálogo em primeiro lugar sempre, lembra?. —disse, com a voz firme, mas ainda tentando manter o controle. —Eu estou fazendo o melhor que posso para te cuidar e manter a dinâmica que concordamos.

—E eu estou cansada de você ficar tentando me controlar o tempo todo. Você não é minha mãe!

—Eu não estou tentando ser sua mãe, caralho!—  Ela levantou a voz, um misto de frustração e exasperação em seu tom. — Estou tentando ser uma parceira atenciosa e respeitosa, mas você está tornando isso impossível com sua atitude! Se está magoada com o que quer que seja você precisa deixar isso claro e me dar abertura para resolver.

O silêncio pairou no carro por alguns momentos, com Luiza olhando para baixo, claramente chocada com a resposta. Valentina respirou fundo, tentando se recompor.

— Desculpe, Mommy.  Não queria te tratar mal. —Luiza olhou para Valentina, com lágrimas nos olhos e uma expressão de culpa começando a aparecer. Valentina estendeu a mão e tocou-lhe o  braço com ternura.

Valu - Ageplay + 18Onde histórias criam vida. Descubra agora