Um Novo Eu - CONCLUÍDA

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TURBILHÃO DE EMOÇÕES

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EU estava completamente sem reação. Eu não sabia o que fazer. O que antes era o melhor dia da minha vida, o que antes era simplesmente incrível, se tornou um pesadelo. Como assim? Meu pai acabou de morrer?!

De repente, sinto lágrimas molharem meu rosto, sinto meu corpo perder as forças e eu simplesmente não conseguia me manter de pé. Eu chorava como uma criança que havia acabado de se perder da mãe. Eu estava em pânico.

Sei que eu não vivi toda a minha vida com ele, mas a maioria das memórias boas que eu tive eram com meu pai...

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FLASHBACK

7 DE MAIO DE 2012. Tenho 7 anos de idade. O papai está no quintal lavando seu carro, e eu estou ajudando. O Sol está radiante e o clima é fresco.

Eu estava brincando com um balde d'água, enquanto meu pai terminava de limpar as janelas.

- Tudo certo por aqui. Tudo certo aí, garotão? - Ele apoia as mãos no joelho, se inclinando em minha direção com um sorriso.

- Tudo certo aqui, papai! - Respondi empolgado, retribuindo o sorriso.

- Ah, que bom!

Nós estávamos brincando, apenas eu e ele. Aquele foi o dia em que passamos mais tempo juntos. Mamãe passou o dia inteiro no hospital e eu acabei ficando com o papai. Nesse dia, eu tomei sorvete pela primeira vez, vi o papai fazer uma fogueira e tiramos fotos inesquecíveis.

Mariano Costa de Oliveira e Almeida era o meu pai. Ele era o cara mais feliz que eu conheci. Aonde ele chegava, a alegria chegava também.

Em janeiro de 2018, meu pai e minha mãe se divorciaram e, como forma de protesto ou só de tentar chamar a atenção da minha mãe, eu me isolei por me sentir extremamente sozinho, e assim, me tornei antissocial.

Segundo minha mãe, eles se divorciaram por causa da família do meu pai. Depois de 18 anos juntos, eles se separaram.

No início desse ano, ele descobriu um câncer no fígado e para a nossa infelicidade, já estava num estágio avançado. Desde então, minha mãe ajudou ele e me levou várias vezes para visitá-lo.

Na minha última visita, nós conversamos bastante.

- E aí? Já tem namorada?

- Olha, ela não é minha namorada, mas... Tem uma menina e... Eu tô começando a sentir coisas por ela.

- Ah é? E ela sabe disso?

- Ainda não. Todo mundo acha que a gente namora.

- Bom, isso deve ser porque vocês devem andar juntos para todos os lados, não é?

- Sim. Ela tem me ajudado com um problemas e eu ajudei ela também.

- Ah... Que bom. Filho, eu tenho uma coisa a te dizer. Olha, se é essa menina que seu coração escolheu, vá atrás dela! Não espere muito. No final, você pode acabar vivendo cheio de arrependimentos, como eu. Não veja a vida passar diante dos seus olhos, não jogue sua juventude no lixo! Na sua idade, eu já fazia coisas loucas o suficiente para dizer que a minha juventude foi a melhor de todas.