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ISSUES
(filler)


☾︎

haviam se passado semanas desde aquela festa, e eu tenho notado coisas estranhas em mim.

Segunda-feira, eu fui até a casa da Eduarda, pois combinamos de ir juntos, já que sempre acabávamos nos encontrando num certo ponto do caminho.

Ah, eu esqueci de avisar. Já estamos no segundo semestre. Que bizarro. Parece que o primeiro dia de aula foi ontem, não é?

Voltando ao assunto, nós temos ido e vindo para a escola juntos, andamos para todos os lugares juntos. Eu não tinha me atentado em relação a isso, nem tinha pensado em coisas á mais, até que alguém falou algo...

Na quinta-feira, nós estávamos na arquibancada da escola, conversando. E quando digo 'nós', eu digo: Eu, Eduarda, Souza, Ravena, Adriel, Raquel e Marco. Sim, nosso grupo aumentou.

Nós estávamos conversando sobre casais famosos, até que a Ravena fez o seguinte comentário: “E você, JP? Quando vai assumir seu namoro com a Eduarda?”.

Eu fiquei em choque. Meu coração errou umas cinco batidas de uma vez. Eu não conseguia discernir o que havia acabado de ouvir saindo da boca daquela menina.

“Assumir meu namoro”?! Que namoro? Eu não estou namorando com ninguém. Eu nunca tinha pensado em coisas do tipo. Sempre enxerguei a Eduarda de maneira boa e pura, nunca dessa maneira. Bom, as vezes eu acho ela o melhor ser humano do mundo, por mais estranho que isso seja. Eu achava isso normal, por mais que eu nunca tivesse sentido aquilo, eu pensava que fazia parte das sensações.

Respondi sinceramente que não estava namorando com a Eduarda. Eles não acreditaram na minha palavra, e Eduarda apenas conseguia rir de tanto nervosismo. Eu levei na brincadeira, mas continuei pensando naquilo o dia inteiro.

Bom, hoje é sábado de novo. Não fui visitar meu pai hoje. É capaz dele receber alta em breve.

Minha mãe estava em casa. Nós conversamos sobre a festa e eu falei sobre a Eduarda para ela. Eu falei tanto da garota, que ela chegou ao ponto de levantar as sombrancelhas.e dar aquele sorriso convencido e orgulhoso por achar que eu estava namorando com ela. Por qual motivo todos acham que nós namoramos? Nós não nos abraçamos, não andamos de mãos dadas, não nos beijamos, não damos apelidos um para o outro e... Nada! Não tem motivo para essa hipótese. Essas pessoas são loucas.

Já estava à noite. Passava um pouco das onze da noite. Minha mãe tinha acabado de ir dormir, e eu tive a brilhante ideia de ir para o telhado observar o céu. Eu iria ver o Sol nascer se tivesse companhia. Meu sonho é ver o Sol nascer.

Antes de subir para o telhado, eu fico alguns minutos na sala. Tudo estava em silêncio, até que escuto fortes batidas na porta. Eu me assusto e minha mãe não acorda. Ela tem o sono “leve” como o de uma rocha. Nem um furacão acordaria minha mãe.

Eu pego um bastão que minha mãe tinha guardado num compartimento secreto da bancada. Ela achava mesmo que eu não conhecia aquele lugar?

Eu segurei o bastão com toda minha força, abri a porta lentamente. Antes que eu pudesse ter qualquer movimento, percebo que não era um ladrão, não era um invasor nem nada do tipo... Era a Eduarda.

Eu larguei o bastão, confuso em ver ela àquela hora da madrugada. Seus olhos estavam vermelhos e molhados, como seu rosto também estava. Ela tinha um respiração trêmula e pesada. Ela estava com uma calça e uma blusa cinza de moletom e estava descalça. Eu estava muito confuso.

Um Novo Eu - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora