9.choso kamo pt1

218 6 3
                                    

este capítulo irá ter duas partes.
______________________________________

os cabelos grisalhos e o rosto enrugado era o único que falava naquela roda ao redor da fogueira. era mais uma noite onde sua família se reunia em frente ao pequeno vilarejo para celebrar uma vitoria por terem a mesa farta aquela noite. a caçada que seu pai fez teve como resposta coelhos, esquilos e um bom vinho adocicado. vocês todos comiam, enquanto prestavam atenção na lenda que sua bisavó repetia de geração em geração a mais de décadas.

choso kamo, o demônio que era dono da floresta negra. sua força impagável era monstruosa. sua bisa costumava a dizer que sua aparência humanóide rondava a floresta em busca de mais uma vítima para gerar sua prole em qualquer presa que desse o azar de cair em seus pés. sua energia amaldiçoada era a mais forte de todo aquele mundo. será mentira, ou será verdade?

você sabia, você tinha total certeza de que todos aqueles mitos não passavam de uma tentativa falha de sua bisavó aterrorizar os mais jovens. demônios? energia amaldiçoada? sério isso? sua careta era visível ao escutar a repetida história mais uma vez, seu pai lhe lançava olhares furtivos de pura desaprovação, mas você não se importava. se pudesse, teria saído daquele vilarejo o mais rápido possível. mas infelizmente não tinha  míseras moedas para sobreviver lá fora.

nas missas o nome de quem não deveria ser nomeado era só o que se era escutado pelos irmãos e padres. a lenda se estendeu tanto que em cada missa os padres pregavam a palavra do senhor com o objetivo de mencionar o demônio da floresta. você estava farta, estava cansada. aquelas pessoas não poderiam viver normalmente pelo menos uma vez?

é claro, sua constante desaprovação diante daqueles boatos não passaram despercebidos pelos fiéis da igreja, e muito menos pelas suas primas que em qualquer oportunidade teriam a chance de falar mal de você.

"ela é pecaminosa, seria um eufemismo dizer que ela nunca irá pertencer ao reino dos céus."

"ela irá se deitar com o diabo."

as duras palavras de seus próprios parentes e dos irmãos da igreja te magoavam de um certo modo, mas por outro lado você não ligava, pensava que ter uma opinião própria era importante em primeiro lugar.

frustrada por todo ocorrido e cansada de ouvir as baboseiras da mais velha seu tom irritado exala diante a fogueira, e os olhares de seus familiares caem sobre você.

-- que besteira. onde já se viu existir maldições? e que merda é "energia amaldiçoada"? -- seu tom irritado ecoa naquela roda, você poderia ver as expressões de surpresa de seus parentes em escutar você, uma menina que era vista de forma tão responsável falando como uma marginal.

você iria protestar mais uma vez, mas o tom irritado de seu pai a rebate. -- (nome)! peça desculpas a sua bisavó! era para ser uma noite cheia de alegria após a caçada, ela só está tentando lhe ensinar a se proteger daquele demônio da floresta! --

-- não! eu já estou cansada dessa baboseira, vocês sempre- o barulho forte do tapa em seu rosto ecoa pelo pequeno luau onde vocês celebravam. você arregala os olhos surpresa, massageando seu rosto em um ato de tentar fazer aquela ardência passar. você nunca havia visto seu pai tão irritado com você, talvez você tenha realmente o tirado do sério.

em um ato de rebeldia você se levanta abruptamente jogando seu alimento no chão, voltando correndo para sua casa. você não queria ficar mais lá, não queria ser mais obrigada a ir as missas e ter que escutar dia e noite os mitos que rondavam o vilarejo.

rodando a bolsa de pano nos ombros você vai embora, ignorando todos os chamados de seus parentes. longe do vilarejo você anda sem rumo, apenas a luz da lua iluminava cada passo seu.

seus pés já doíam de tanto andar, você precisava achar um lugar para dormir. sem opção você entra na floresta negra, onde era o lar de choso kamo como diziam. você não tinha medo, apenas queria descansar por algum tempo.

olhando ao redor daquela floresta escura, você para quando vê luzes de tochas pouco distantes, notando a presença de caçadores a sua frente. você franze o cenho se escondendo atrás de uma árvore, por que eles estavam caçando á noite? estreitando os olhos você percebe que não são caçadores, e sim os furtadores que rondavam os chalés para roubarem os pertences dos moradores. assustada, você dá um passo para trás, mas sua presença é notada pelo som de seus pés quebrando o galho.

os olhos dos dois homens percorrem a floresta escura, em busca daquele som que foi emitido na escuridão. quando eles percebem sua presença, um sorriso malicioso enfeita os rostos deles.

apavorada, você sai correndo, se xingando mentalmente pela sua burrice. eles eram altos, eram fortes, você não tinha chance nenhuma contra eles. você cai no chão quando um deles se aproxima de você, a derrubando com brutalidade.

-- olha só o que temos aqui... que bela moça, fugindo da gente, princesa? -- a risada de um deles ecoa na escuridão da floresta, enquanto o outro se aproximava, agachando a sua frente no chão.

ele arranca seus pertences, revirando a bolsa de pano em busca de algo. irritada você protesta, mas é silenciada com um forte tapa em sua boca.

-- que merda! -- o roubador exala irritado, jogando a bolsa no chão.

-- não tem nada aqui, talvez devêssemos usá-la de outra forma. -- os dois riem quando percebem sua expressão assustada. seus pulmões ja doíam de tanto gritar e espernear, sentindo seus braços sendo imobilizados e suas pernas serem abertas com brutalidade.

mas tudo isso acaba quando de repente a tocha dos homens são apagadas com uma forte ventania. era estranho, pois não estava ventando e nem chovendo. a presença forte do demônio da floresta exala naquela neblina, e os pelos do seu corpo se arrepiam.

seus olhos se arregalam quando um deles cai morto a sua frente com a cabeça decepada, o outro furtador grita assustado tentando correr, mas é impedido quando suas pernas são brutalmente decepadas, o impedindo de andar e se entregando a morte de imediato.

o sangue fresco manchava seu corpo, sua respiração estava irregular enquanto olhava para o demônio humanóide a sua frente. ele não se parecia nada com um monstro, e a sua aparência parecia tão... gentil.

era irônico certa palavra, era o controverso do que você acabará de ver a sua frente. mas automaticamente sua expressão suaviza quando a voz de choso fala com você, gentilmente estendendo sua mão para te levantar.

-- você esta bem, querida? --

talvez sua bisa estivesse errada do que disse do tal demônio da floresta.

imagines jujutsu kaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora