50 Capítulo

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Miwa Kageyama
On

Depois de um dia cheio de atividades e emoções, finalmente estamos a caminho de casa. O céu está escuro, e a estrada está tranquila, com apenas o som do vento e das motos para quebrar o silêncio. Akaashi e eu seguimos na moto, enquanto Kage e Bokuto vão logo atrás de nós.

A noite está fria, mas o calor da companhia e as memórias do dia tornam tudo mais agradável.

Chegamos à nossa casa por volta das 2h da manhã. Akaashi estaciona a moto com habilidade, e me viro para olhar Kage e Bokuto enquanto eles também chegam.

- Obrigada pela carona, meninos – Digo, enquanto desço da moto e dou um abraço em Bokuto. Ele sorri amplamente, seu entusiasmo ainda não totalmente diminuído.

- Foi um prazer! E não se esqueça, próxima corrida será ainda mais emocionante – Ele responde, piscando para mim.

Akaashi dá um leve sorriso para Bokuto e Kage, um gesto que é raro, mas sincero. Ele estende a mão para um aperto de mão.

- Obrigado por tudo, Akaashi. Senti sua falta – Digo, e o mesmo me abraça, olha do assim até aprece que gosta de contato.

- Te amo pequena – Ele diz, com um tom que transmite a sensação de que nosso reencontro não foi apenas um evento isolado, mas o começo de novas memórias.

Kage, sempre mais reservado, faz um gesto de assentimento com a cabeça.

Depois de nos despedirmos, vejo os meninos partir com suas motos, desaparecendo na escuridão da noite. Subo as escadas até a porta da minha casa, e me viro para olhar pela última vez para o grupo, sentindo um misto de gratidão e saudade.

Quando Kage entra pela porta, eu me sento na escadinha para tirar o sapato, sentindo o peso do cansaço em cada movimento. Meu corpo está exausto, como se eu não tivesse dormido em dias.

Enquanto estou lá, começo a ouvir um ronco alto vindo da rua. Olho para fora e vejo a Suzuki de Toru parando em frente à nossa casa. Ele tira o capacete e, ao fazer isso, vejo seus lábios e mãos manchados de sangue. A cena me choca.

Levanto rapidamente, minha preocupação tomando conta. Vou até ele, ao ver Toru, não consigo esconder minha inquietação.

- O que diabos aconteceu com você? – Pergunto, minha voz cheia de preocupação.

Toru, com uma expressão cansada e dolorida, tenta esboçar um sorriso, mas é claro que ele está machucado.

- Acabei brigando com Tetsurō – Ele diz, a voz um pouco rouca.

Meu coração acelera.

- O que? Como isso aconteceu? – Pergunto, ainda em choque.

Toru suspira e explica.

- Foi uma discussão que escalou rapidamente. Tetsurō estava furioso, e acabamos nos agredindo. Acabou que ele falou algo que não foi do meu agrado... - Ele sorri - Mas posso garantir que ele também não está nada bem.

Olho para ele, preocupada com o estado em que ele se encontra.

- Vamos entrar e cuidar disso – Digo, ajudando-o a entrar na casa e começando a buscar o que for necessário para limpar e tratar os ferimentos dele.

Com um olhar preocupado, conduzo Toru silenciosamente até o meu quarto. A noite está quieta, e cada passo parece mais pesado por causa do cansaço e da tensão.

- Fique em silêncio – Sussurro, enquanto fecho a porta atrás de nós – Meu pai não pode saber que você está aqui. E também Kage ficaria furioso se descobrisse.

Toru apenas acena com a cabeça, claramente ainda atordoado e com dor. Eu o ajudo a se acomodar na cama e começo a procurar algo para limpar seus ferimentos.

Enquanto trabalho, o silêncio é profundo, apenas interrompido pelos sons suaves do tratamento e pelos leves gemidos de dor de Toru. Cuido dos cortes e limpo o sangue, tentando ser o mais delicada possível.

- Vou precisar de um tempo para cuidar disso – Digo, concentrada no que estou fazendo - Se você precisar de algo, me avise. Vamos resolver isso e depois conversamos sobre o que aconteceu.

Toru apenas murmura um agradecimento, e eu continuo com meu trabalho, preocupada e ansiosa sobre como a situação com Tetsurō e a briga pode impactar todos nós.

Depois de cuidar dos ferimentos de Toru, ele se ajusta na cama, tentando encontrar uma posição mais confortável. Eu me sento ao seu lado, o silêncio pairando entre nós enquanto o ajudava.

- Vai me contar o que aconteceu ou não? – Digo, com um tom suave, tentando aliviar a tensão no ar – Não sei exatamente o que aconteceu, mas você parece estar em uma situação difícil.

Toru olha para mim, seu rosto ainda pálido e cansado.

- Foi uma briga feia. Tetsurō estava bravo, e eu também não estava no meu melhor – Ele admite, com uma expressão de arrependimento – Eu queria ter batido mais nele.

- Fala logo - Ele engole seco.

- Kuroo disse que está louco para beijá-la novamente, então eu o confrontei. Eu disse que você deve ter cometido um erro e que não cometeria novamente - E novamente tem haver comigo...

Toru dá um sorriso cansado e balança a cabeça.

- Não sei quem é mais idiota – Digo, com um tom de frustração misturado com alívio – Se é você por se meter em uma briga assim ou Kuroo por ser tão impulsivo.

Ele solta um suspiro profundo, tentando relaxar.

- Não gosto nem de pensar em você com ele, me fala que é mentira - Seu olhar e frio.

- Não posso mentir, beijei o mesmo...

Ele parece pensar e parece chateado. Meu coração queima, não queria deixar ele assim...

- Posso estar morrendo de ciúmes, mas mesmo assim quero uma coisa - Ele diz.

Toru se aproxima lentamente, seu olhar fixo no meu. A tensão entre nós é palpável, e sinto a expectativa no ar.

Ele para a poucos centímetros de mim e, com uma voz baixa e carregada de desejo, pergunta:

- Posso te beijar?

Eu sinto o coração acelerar com a pergunta, a sinceridade em seu tom é clara. Com um leve aceno, confirmo:

- Sim.

A resposta é mal saída dos meus lábios antes que ele se incline para frente. Seus lábios encontram os meus em um beijo intenso e cheio de desejo. O beijo é urgente, com uma mistura de paixão e intensidade que faz o mundo ao nosso redor desaparecer.

Sinto a força e a delicadeza de suas mãos em minha cintura, me puxando mais para perto, enquanto a suavidade e o calor dos seus lábios se misturam aos meus. A sensação é eletrizante, um turbilhão de emoções que faz o tempo parecer parar.

O beijo é um equilíbrio perfeito entre possessividade e carinho, cada movimento transmitindo o quanto ele quer estar perto de mim. Quando finalmente nos afastamos, o ar parece estar carregado com a intensidade do momento.

Toru ainda mantém o olhar fixo em mim, sua respiração acelerada, e eu estou ofegante, sentindo o impacto emocional do beijo.

- Eu não quero que você fique longe de mim – Ele murmura, a voz suave, mas cheia de significado.

Eu o encaro, sentindo a mistura de emoções e a necessidade de entender o que vem a seguir.

Contínua...

𝕱𝖑𝖞 𝕳𝖎𝖌𝖍 (Entre Capitães)Onde histórias criam vida. Descubra agora