Voldemort sente falta da sua criança

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Capítulo 11

Voldemort sente falta da sua criança

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        Algo estava errado. Foi a primeira percepção de Voldemort ao descer para seu desjejum.

        Encarando intensamente a mesa colocada com apenas opções que agradavam o lorde das trevas — Chá preto, forte, sem açúcar e a nova edição do Profeta diário pra ele queimar  —, ele se sentou, ainda analisando cada ranhura e mudança imperceptível que o estava incomodando desde que entrou.

        Seus olhos pousaram na cadeira lateral repleta de tinta e adesivos, tal que pertencia a Harry se o nome escrito teatralmente no acento significava de algo. Ah, voldemort percebeu, a alimentação de sua criança não estava na mesa.

        Estranho. Sua elfo era bem rigorosa sobre isso

        — Trixie – Chamou.

        Ela aparatou com um suave "pop".

        — No que posso servi-lo, meu lorde?

        — Onde está a alimentação de Harry?

        Trixie coçou as orelhas, confusa.

        — Meu lorde? O jovem mestre está em hogwarts.

        Ah. Claro. Harry havia partido a poucas semanas.

        Voldemort se repreendeu mentalmente. Estava tão ansioso para o pirralho enfim sair de sua vista que não tinha considerado a variável mais importante: o quanto havia se acostumado e afeiçoado a sua presença

        — É apenas isso, Trixie. Pode ir.

        Não foi preciso outra ordem, a elfo desaparatou para terminar seus serviços.

        Tal erro voltou a se repetir conforme o dia se prolongava. Voldemort se sentia humilhado cada vez que chamava seu menino e o silêncio o lembrava que Harry não estava ali. Harry estava em Hogwarts, o lorde tinha que se lembrar, seguro e confortável, não há motivos para preocupação.

        Tais afirmações não ajudaram a acalmar seu peito que apertava dolorosamente. E se Hogwarts não fosse tão segura quanto diziam? Eles não conseguiram nem mesmo retirar a maldição que o lorde jogou no cargo de defesa contra as artes das trevas! Voldemort é poderoso, ele sabe disso, não há quem se compare a ele, mas um pouco de pesquisa os teria feito descobrir uma maneira de tornar menos intenso as consequências para quem ocupasse a vaga — bando de incompetentes.

        Lorde Voldemort havia deixado sua criança nas mãos deles! Maldita hora que escutou Narcissa. Sua criança deveria estar internado agora mesmo no St. Mungus em coma mágico!

        O herdeiro de Salazar não deixaria que maltratassem seu menino, ele iria imediatamente descobrir como estavam tratando Harry.

        Com um objetivo em mente, voldemort aparatou direto para os terrenos de Hogwarts; andando silenciosamente pelas sombras com um feitiço de desilusão, seguiu alguns alunos eufóricos até o campo de quadribol, escolhendo se manter distante das arquibancadas para o caso de acabarem por esbarrar em si.

        Como esperado, Harry estava voando pelo campo, perseguindo a luz dourada que se movia com velocidade. Dispensando suas opiniões sobre o jogo bárbaro e sem sentido, focou em observar os movimentos da sua criança que se mobilizava com precisão, ao menos aparentando ter começado a jogar a pouco tempo.

        Uma centelha de orgulho acendeu no peito de Marvolo ao perceber a habilidade de sua criança. Mesmo não sendo em algo tão honroso quanto todo o conhecimento que o lorde acumulou através de suas viagens pelo mundo; havia algo satisfatório em ver como Harry estava motivado em perseguir uma bolinha brilhante pelo campo, ele obviamente havia se esforçado durante os treinos para jogar da melhor forma possível.

        O sentimento foi substituído facilmente pelo medo que se infiltrou em forma de um mergulho arriscado. Tão focado em como Harry estava se saindo bem que ignorou o fator mais importante: o quão perigoso quadribol poderia ser; o lorde podia sentir seu coração palpitando freneticamente, sua varinha brilhando em magia mal contida.

        Marvolo queria tirar seu menino daquela vassoura e o proteger dos fãs sem noção que apoiavam esse esporte.

        O lorde poderia afirmar com facilidade que sentiu seu coração parar por segundos no momento em que Harry caiu no chão, rolando até que após os segundos de suspense, levanta-se o braço com o pomo em mãos.

        Os alunos vibraram, e Marvolo pode voltar a respirar com calma.

        Por Morgana, sua criança era doida!

        Enquanto Harry comemorava com seus colegas de time, Voldemort decidiu que já havia observado o bastante para acalmar suas emoções. Assim, deu meia volta em direção a floresta proibida para aparatar, sem notar os grandes olhos verdes enxergando além do feitiço.

Harry – 11 anos

Lactação - papai TommyOnde histórias criam vida. Descubra agora