Primeira amamentação

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Capítulo 04

Primeira amamentação

        Apesar de suas contestações em exercer tal ato quando lhe foi pressionado por Narcissa, não desejando passar outro segundo adicional sequer próximo ao seu inimigo proclamado. Não houve hesitação ao que, uma noite, logo após seu ritual de sangue onde absorveu sua segunda horcrux — o anel dos Gaunt —, ouviu o choro esganiçado da criança.

        Seus pulmões eram fortes. O lorde pode constar isso pela forma que os gritos ecoavam pelo corredor, o quarto qual o foi deixado longe o bastante para Riddle chegar a conclusão de que não fazia muito tempo que Harry havia começado a chorar. Ademais, ao adentrar o cômodo de forma abrupta e impaciente, notou que as bochechas molhadas e o rosto vermelho poderiam indicar que houve mais tempo de choro, com possível descanso entre os gritos.

        "Ah, vamos. Pare de chorar. Estou sendo misericordioso o suficiente em não tê-lo matado ainda. Não me teste"

        Seu peito estava coçando, um formigar desconhecido que pesava e incomodava. Cansado após o ritual, o chorar do bebê não ajudava em diminuir o latejar em sua cabeça. Ele se aproximou, pronto para apertar o frágil pescoço quando uma memória do seu tempo no orfanato surgiu em um flash, o fazendo hesitar. Voldemort olhou para a criança que se desgastava em chorar, com expressão desoladora e maltratada.

        Riddle suspirou – o primeiro nunca se esquece – e pressionou levemente o estômago de Harry, da mesma forma que lembrava fazer nos bebês do orfanato. Repetindo movimentos circulares para diminuir as cólicas. O choro se transformou em soluços e murmúrios sem sentido em língua de bebê, seus pequenos braços apontando na direção do lorde.

        Antes que pudesse pensar demais nas consequências que seguiriam suas ações, pegou Harry no colo, apoiando a cabeça em seu peito, cantarolou baixando, seguindo com os movimentos para aliviar sua dor. Não demorou até que seus gritos fossem deixados com um rastro de choramingos.

        Ele se lembrava de suspirar novamente "Oque eu vou fazer com você?"

        O lorde chamaria de loucura se alguém lhe dissesse que o bebê pode o entender, mesmo com tal balbuciando em sua fala sem palavras após a pergunta qual Tom fez a ninguém. O sonserino observou, estático, um beicinho aborrecido surgir na face do Potter — como se o adulto fosse estúpido por não ter entendido sua fala —, seus grandes olhos verdes o fitando intensamente, rastros de lágrimas passando pelas manchas em sua bochecha. Antes que Riddle pudesse entender que movia sua mão para limpar o pequeno rostinho, teve seu mamilo prensado contra a boca banguela. Harry murmurou e continuou a puxar a camisa que o separava da pele, mordendo a roupa e a deixando úmida de saliva.

        "Oque está fazendo?" Tom afastou o bebê, o segurando pelas axilas "Não há leite aí. Não sou uma mulher..." Harry balbucinou, mexendo as pernas, faminto "...Não mais"

        A criança parecia querer ignorar os fatos, murmurando e se agitando, os braços apontados para o peito do sonserino, a boca aberta, esperando que seu pedido de se aproximar fosse atendido rapidamente.

        O lorde apenas esfregou os olhos, não acreditando que estava prestes a ceder aos desejos infantis de um bebê que ao menos sabia falar. Estava prestes a negar, lutando contra a necessidade de saber se seus peitos continuavam tão vazios quanto deveriam. Até que seus olhos se fixaram nos do Potter que se enchiam de água, o beiço tremendo em uma clara indicativa do choro forte que se seguiria.

        "Está bem! Você venceu" Harry se agitou, rindo, como se soubesse desde o início oque estava fazendo "Manipuladorzinho"

        Tom segurou o bebê novamente contra seu peito, se impedindo de lançar comentários sobre sua impaciência enquanto seguia para seu próprio quarto, Potter sugando sua blusa ansiosamente, mordendo e puxando.  
   
        "Lorde?" O tom confuso ecoou pelo corredor. Sua pertecente espelhando emoções conflitantes que o próprio lorde sentia revirar em suas entranhas, ainda que por motivos diferentes.

Lactação - papai TommyOnde histórias criam vida. Descubra agora