Capítulo 8

364 34 5
                                    

Narrador

— Eu a machuquei, Feyre — Rhysand diz com a voz falha

— Não teve escolha, a culpa disso não é sua — Feyre tenta fazer seu marido enchergar a verdade

— Como vou olhar na cara de Cassian? Como vou ve-la sem lembrar do quanto a machuquei?

— Você é tão inocente quanto ela, a única pessoa que é culpada disso é Amarantha, não ela, não você, mas Amarantha — Ela diz antes de abraçar seu companheiro que chora em seus braços

Rhysand demorou a reconhecer pois tenta apagar de sua memoria tudo que consegue sobre o que houve em sob a montanha.

Mas diferente dele, Âmbar não conseguia, não conseguia tirar isso da memória nem por um minuto sequer.

Ela não conseguia tirar da cabeça a dor que parecia a rasgar de dentro para fora toda vez em que se deitava com alguém que não era seu companheiro.

Não conseguia esquecer o quanto seu corpo queimava como se meu sangue tivesse virado lava, ela não conseguia segurar seus gritos toda vez.

Âmbar implorava para que Amarantha a torturasse mas que não a forçasse a fazer isso outra vez mas isso era completamente em vão já que a ruiva se divertia em ver a dor dela.

Toda vez que sua mente volta nessas memórias Nefarium tenta a trazer para a realidade outra vez pois toda vez Nefarium precisava lutar contra Âmbar que se achava indigna até de sua metade, se achava indigna de Nefarium.

Um mês depois
Cassian

Depois de um tempo, ignorei o que Amren disse e fui atrás dela mas assim como eu podia sentir onde ela estava, Âmbar também podia me sentir e toda vez que eu me aproximava demais ela ia para mais longe de mim.

Pude sentir ela se afundando em pensamentos ruins, pude ver pelos seus olhos quando ela estava sentada na praia da corte estival, pude ver ela chorando compulsivamente na areia da praia.

Também vi quando no meio da madrugada eu acordei por que ela teve um pesadelo e passou mal, vi quando ela saiu correndo para vomitar, vi quando correu para acender a luz do quarto, pude sentir o seu pânico por estar completamente escuro.

E toda vez que isso acontecia eu tentava mandar bons sentimentos para ela se sentir melhor mas nem sempre dava certo.

Era torturante sentir o quanto minha parceira estava despedaçada e o melhor que podia fazer por ela é ficar distante.

Queria que ela estivesse do meu lado, queria poder abraça-la e a confortar quando acordar de noite com um pesadelo, ou segurar os seus cabelos quando vomitar, queria poder a beijar quando estiver chorando e a fazer rir.

Nunca ouvi sua gargalhada apesar de já ter visto ela chorar várias vezes e em todas elas parecia que uma parte de mim morria e outra queria matar quem a fez chorar.

Dois meses depois
Âmbar

Hoje faz três meses que abandonei a corte norturna mas em nenhum desses dias eu me senti bem.

Visitei as outras cortes mas não passei muito tempo na corte invernal e nem na crepuscular, o que tinha entre elas me deixava tensa.

Nesse momento eu estava de volta a corte diurna, não passei pela corte primaveril, todo aquele polem me faz espirrar até a morte.

O problema não é ter uma flor, o problema é que tinha flor em todos os lugares, na arvore, no chão, no arbusto, na casa, na cerca, nas paredes, na sua cabeça, nas lojas, em todos os lugares, era pesadelo de flores.

A corte de asas e tempestade | Cassian Onde histórias criam vida. Descubra agora