Nas Asas do Destino- I Dark Empire

Capítulo 11

Asher Connor

– Onde você estava na noite passada?– A voz de Ethan corta o silêncio do meu quarto após ele invadir o mesmo, seu tom é implacável e frio. Desvio o olhar do livro, encarando-o de relance. Lá está ele, com aquela porra postura autoritária, usando um terno que poderia custar mais do que muitos ganham em uma vida inteira. Apesar do porte grande e musculoso como o meu, diferente de mim, meu irmão mantém o cabelo dele grande o suficiente para ter ondulação e uma barba feita e claro, sem nenhuma tatuagem ou piercing, ele é neurótico sobre marcas e toques tudo. Ethan é obcecado por controle, por pureza e por perfeição. E eu por outro lado, sou obcecado pelo caos, e recentemente pela minha rainha.

– Resolvendo um assunto.– Murmuro, voltando ao meu livro. Ele fecha a porta com um baque seco, apoiando-se nela. Ele odeia quando eu não sou específico e eu odeio quando ele é controlador.

–Sem segredos entre nós, Asher. Irmãos para sempre, lembra?– Ele me encara com os costumeiro olhar de preocupação, como se eu não soubesse me cuidar, cheio de controle. Suspiro, desviando a atenção para ele, já impaciente.

–Então comece a agir como irmão, porra. Eu não sou um dos seus malditos cães.– Me levanto, e ficamos cara a cara. Eu entendo a preocupação dele comigo mas não paro de pensar que ele me ver como alguém frágil que precisa de cuidados o tempo todo, isso me sufoca porra.

–Mamãe perguntou de você. Ela queria te ver, enquanto você estava "resolvendo seu assunto", eu estava lá, mentindo para ela.– O tom de desprezo em sua voz é evidente, Ethan odeia mentiras.–Eu vi a decepção nos olhos dela, por sua ausência e o papai também viu. – Ele solta com frieza, merda, isso é fodido pra caramba, só conheço alguém mas possessivo do que eu e Ethan juntos e esse é o meu pai, mexer com a mulher dele seja filho ou não e assinar com o diabo.

–Eu me resolvo com eles depois.– Digo, cortando a conversa e sentando novamente.

–Que se foda, Asher. Ela está preocupada com você, e sua ausência não ajuda em nada, então nosso pai fica igual uma dor na minha bunda atrás de mim querendo que assuma o papel de irmão mas velho.– Ele fala pegando meu livro o fechando e batendo com ele na mesa. –Pare de agir como um bosta e comece a agir como um homem, sua família está preocupada com você.– Ele fala e eu ergo uma sobrancelha em sua direção, preciso sentir algo. –Eu estou preocupado com você, maninho.– Ele suspira derrotado e ao ver que não expressa reação ele sai, batendo a porta com força.

Preciso ser mais humano e grato com aqueles que me amam, um gosto amargo se forma na minha boca quando as palavras de Ethan rondam a minha mente. "Aceite o afeto e demonstre para quem quer o seu bem" lembro das enumeras vezes que a psicologia disse isso para mim. Respiro fundo e pego o celular decido a ligar para minha mãe.

*ligação on*

–Oh meu pequeno guerreiro! Estava com saudades de você, onde esteve?– A voz doce dela enche o ambiente me fazendo sorrir de maneira involuntária. "Pequeno guerreiro"... Ela me deu esse apelido na infância. Eu nunca admiti, mas gosto quando ela me chama assim, na primeira vez quando questionei ela disse que foi porque eu lutei muito e venci e que agora eu não precisava lutar mais, não direi a ela que sempre esteve errada.

–Sou maior que você desde os meus 15 anos mãe.– Falo sabendo que ela vai revirar os olhos do outro lado.

–Sempre vai ser meu pequeno.– Ela diz autoritária. –A universidade tem te cobrado muito para não ter mais tempo para sua própria mãe?– Ela pergunta de maneira dramática.

–Não muito mãe, mas eu estava apenas resolvendo uns assuntos.– Digo ouvindo ela suspirar pesadamente do outro lado.

–Asher, meu menino... você sabe que pode me contar tudo. Apenas não se afogue no seu próprio mundo. Eu te amo.– Ela diz, com aquele tom melancólico e carinhoso. As palavras "eu te amo" flutuam em minha mente, mas nunca saem de mim. Não consigo dize-las a ninguém, nem a eles, mas ela sabe. Sabe que eu faço e isso importa mais que palavras.