Asher Connor
Abro os olhos, o quarto mergulhado em sombras, e meu corpo reage antes da minha mente. O cheiro dela está em tudo—na cama, no ar, no maldito travesseiro que eu seguro por reflexo. É doce e quente, intoxicante e viciante. Porra.
Deve ser umas três da manhã. Não me importo o suficiente para confirmar. Meu olhar se fixa na figura adormecida na cama, envolta nos lençóis verdes. O lençol escorregou para sua cintura, revelando a curva suave de seu ombro, linha do pescoço e o seus seios junto ao seu tronco que estão coberto apenas por uma camisola verde fina.
Maldita rainha. Linda demais para o meu próprio bem. Imperfeita demais pra me enlouquecer.
Caminho até ela em silêncio, cada passo cuidadoso. Meu olhar devora o contorno do seu rosto, a suavidade de seus lábios, os fios de cabelo espalhados como seda sobre o travesseiro. Meus dedos coçam para tocá-los, puxá-los, mas... meu olhar desce mais.
A marca. Estar lá perto da auréola que está quase escapando do tecido.
Está quase desbotada agora, mal visível sob o decote de seu pijama. Minha mandíbula trava. Algo primal desperta em mim ao vê-la tão fraca, tão ausente, como se o tempo que estava longe pudesse tocá-la e apagar o que é meu. Preciso remarcar. Preciso vê-la tremendo sob meu toque novamente.
Mas não hoje.
O pensamento de não ser hoje, me irrita, então me afasto, puxando meu moletom para cobrir o meu tronco cortado, maldito covarde tentou me cortar, enfiei a faca no pau do desgraçado. Calço os sapatos em silêncio, mas minha atenção permanece nela. Um leve tremor percorre seu corpo, e prefiro acreditar que é de frio, porque a ideia de que poderia ser algo relacionado à algum sonho perturbando ela... Não. Nem fodendo.
Pego o lençol e a cubro, o gesto quase instintivo. Não posso evitar. Ela me fodeu de um jeito que ninguém jamais conseguiu. Estou tão fodido por ela que deixei uns merdas me espancarem, sujei minhas roupas com sangue e álcool só para conseguir que ela cuidasse de mim.
Fingir estar bêbado apenas para ela sentir um pingo de pena e me dar atenção sem brigar comigo por ter chamado ela de puta. Mas ela é a minha puta. Minha rainha. E eu...
Cachorrinho carente. É isso que estou me tornando? Um animal que rasteja até ela por atenção? Preciso me controlar, porra.
Solto um suspiro, frustrado, e caminho até a porta da varanda. Mas algo me puxa para longe dela, algo que sussurra que eu não preciso fugir no meio da noite pela varanda, é desnecessário, não sou seu segredinho sujo, então tenho que parar de agir como um. Em vez disso, sigo até a porta do quarto. Lanço um último olhar para sua figura adormecida, memorizando cada detalhe, antes de sair e fechar a porta atrás de mim.
O silêncio na casa é quase absoluto enquanto desço as escadas. Escuridão. As meninas estão dormindo, provavelmente.
Mas minha mente está desperta, e pensando em voltar e ficar observando ela. Sempre está.
–Eu sabia que não ficaria longe.
A voz rouca corta o silêncio como uma faca. Paro no meio do corredor, meus olhos imediatamente localizando a silhueta sentada no sofá. Mesmo na escuridão, a cabeça branca dela se destaca. Claire. A garota fantasma perturbada que o Nate odeia mais que jujubas verdes. Ele adora todas as outras como uma porra de criança diabética.
–Nem se ela mesma pedisse. E, acredite, ela pediu.
Meus olhos a observam enquanto vejo ela concordar, como se já esperasse essa resposta. Passo por ela, mas sinto seu olhar queimando nas minhas costas.
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Nas Asas do Destino- I Dark Empire
RomancePrimeiro livro da saga Dark Empire Na prestigiosa universidade Harveyking, Asher Connor reina, além de estudante de medicina, Asher também é um lutador brutal, conhecido como "Killer" no ringue do infame "Calabouço". Alto, tatuado, de cabeça raspad...