Nas Asas do Destino- I Dark Empire

Capítulo 18

Flora Harper

– Porra, por que elas estão demorando tanto? – Claire resmunga no carro. Ainda estamos paradas em frente ao calabouço, e minha mente está vagando, ainda presa na adrenalina da luta. Na violência que presenciei, no que eu senti no fundo da minha alma vendo o Asher em ação de maneira absurda.

– Quer que eu ligue para elas? – Pergunto, mas ela só me olha e balança a cabeça em negativa. Quando volta a olhar para o local, finalmente vemos Malika e Maria saindo e andando na direção do carro. Plenas, como se estivessem voltando do shopping.

As duas entram, e percebo que Maria ainda segura o kit de primeiros socorros. Foi patético ter vindo aqui, ter trago o kit, Asher dominou hoje como se não fosse uma primeira vez.

– No fim das contas, foi inútil ter vindo aqui. – Malika comenta, claramente despreocupada agora que viu que eles realmente não precisavam da gente.

– Na próxima, escutem o que eu digo. – Claire murmura enquanto dirige, mantendo os olhos fixos na estrada. –Eles escolheram estar lá.– Ela diz continuando focada na estrada à frente.

– Não foi tão inútil assim. Eu e a Malika descobrimos o nome do Killer, Nate deixou escapar. – Maria solta a bomba, e eu fico tensa. – É Asher.

–Não é um segredo para ninguém, Maria.– Claire diz enquanto dá um suspiro controlado. –Ele estuda na mesma universidade que a gente, é nosso vizinho. Uma hora vocês iriam descobrir.– Claire termina.

–Você já sabia?– Maria pergunta já afirmando e não obtém nenhuma resposta da loira.

– Irmão do meu novo chefe. – Malika suspira, revirando os olhos. –A propósito, me lembrem de nunca confidenciar nada para o Nate.– Ela diz arrancando risadas das meninas e um longo suspiro exausto de Claire.

Assim que chegamos em casa, encontramos Sakura no sofá, já de pijama e com uma expressão preocupada e culpada. Ela parece estar bem, o que é bom, levando em consideração a forma como seu irmão a arrancou do calabouço.

– Vocês chegaram. – Ela se levanta, aliviada, e vem até nós. Ainda estamos em pé próximas a porta.

–Você está bem? Aquele mierda de tu hermano não te fez nada, né?– Maria pergunta, a voz carregada de rancor. Chega ser engraçado toda vez que ela passa por alguma situação estressante o seu espanhol se torna mais carregado.

– Meu irmão nunca me encostou um dedo, Maria. – Ela sorri, reconhecendo a preocupação. – Mas ficou bem furioso, dizendo que vocês são uma péssima influência pra mim. – Maria ri, debochada. Bom eu não julgo o irmão de Sakura, se eu tivesse uma irmã caçula e a encontrasse naquele ambiente também não iria gostar.

–Que se foda, a opinião dele não importa.– Ela passa direto por Sakura e vai em direto à escada. –Ele estava lá também, sexista opressivo.– Resmunga enquanto sobe pelos degraus.

–E então, como foi?– Sakura pergunta mudando de assunto, tentando amenizar o clima porém Claire revira os olhos com a sua atitude.

– Ele não foi apelidado de Killer por dançar ballet. – Claire diz, subindo também. –Foi a merda de um show sangrento que não era da nossa conta.– Ela continua até sumir pelo andar de cima.

–Sushi, foi surreal de sangrento! Eu nem sabia que alguém podia socar tanto.– Malika fala, sorrindo enquanto comenta sobre a noite, puxando Sakura para a cozinha.

Solto um longo suspiro e vou para o meu quarto. Fecho a porta, mergulhando na escuridão. Fecho os olhos, e flashbacks começam a me assombrar: a luta, o sangue, o sequestro, tudo se transformando numa bola de terror em meus pensamentos. E de maneira quase física sinto dedos frios me tocando. De repente, abro os olhos em desespero, respirando ofegante. "Ele já está morto". Fico repetindo isso até minha mente me deixar livre dele. Há quanto tempo eu faço isso? Eu nem sei mais. Estou sozinha, não há ninguém aqui, suspiro cansada.