Flora Harper
"A liberdade consiste em fazer o que se deseja." – John Stuart Mill
Releio a frase enquanto o campus desperta ao meu redor. A semana recomeça, outra rodada de aulas enfadonhas e olhares perdidos. Mesmo depois de dois dias, consigo sentir a sombra dos dedos de Asher em mim — como um eco. Nenhuma mensagem, nenhuma espiada pela janela. Ele desapareceu após fazer meu corpo ceder ao toque dele. E essa frase, esse conceito de liberdade... Não passa de uma ironia cruel. Porque, moralmente, o que eu desejo está longe de ser aceitável. Então, que se dane minha liberdade.
"A liberdade consiste em fazer o que se deseja" – John Stuart Mill
Releio a frase de hoje, voltamos a universidade, mais uma semana, outra rodada de aulas enfadonhas e olhares perdidos. Mesmo depois de dois dias, consigo sentir a sombra dos dedos de Asher em mim – como um eco. Nenhuma mensagem, nenhuma espiada pela janela. Ele desapareceu após fazer meu corpo ceder ao toque dele. Isso me irrita, o fato de que qualquer notificação eu esperar que seja dele ou sempre que entro em meu quarto a primeira coisa que meus olhos buscam são sua imagem do outro lado da varanda. E essa frase, esse conceito de liberdade... Não passa de uma ironia cruel. Porque, moralmente, o que eu desejo está longe de ser aceitável na sociedade. Então, que se dane minha liberdade.
Me esforço para focar na aula, mas é inútil. O professor arrasta as palavras e minha mente está presa em um ciclo interminável. Volto para aquela noite, para o calor, para o fato de que não lutei. O arrependimento é um veneno lento que consome, mas eu não sinto arrependimento, sinto raiva por ter deixado meu corpo gostar da sensação. Sou uma idiota. Uma tola que não deveria ter abaixado a guarda.
Quando a aula finalmente termina, me arrasto para fora do prédio, caminhando no mesmo sentido que mais alguns alunos, em direção ao refeitório, onde as meninas me esperam. Preciso desesperadamente de um respiro de normalidade e constância. Mas no meio do caminho, algo acontece.Uma força me puxa para trás, e minhas costas encontram com violência o tronco grande e áspero de uma árvore. Solto um suspiro pela dor.
–Droga!– Ofego, enquanto a dor pelo impacto lateja pelo meu corpo.
–Sentiu minha falta, rainha? – A voz rouca raspa contra meus ouvidos, seu corpo está perto ao meu e seu rosto muito próximo ao meu pescoço. Minha respiração para.
Eu sei quem é. Sei de quem é esse corpo grande que me prende contra a árvore em pleno dia, o dono desse aroma e dessa voz rouca inesquecível.
–Ash.– O nome escapa dos meus lábios em um suspiro tenso. Meu corpo inteiro endurece enquanto sua face se retira do meu pescoço e fica a centímetros do meu rosto, olhando no fundo dos meus olhos.
Ele está próximo. Muito próximo.
–O que pensa que está fazendo?– Tento soar firme, mas falho. Meus olhos procuram ao redor por alguma possível plateia indesejada, mas ele é tão grande que parece um maldito armário.
–Decidi que você é minha.– A declaração vem simples, como se fosse óbvia. Como se eu fosse o próximo item na lista de desejos dele.
–O quê?– Minha voz sai trêmula, e meu coração bate como um tambor, raiva provavelmente. A audácia dele me deixa atordoada e irritada. Ele esteve esse tempo todo decidindo isso? Ou apenas acha que tem esse direito por eu ter sido idiota e ter deixado ele me tocar?Quem ele pensa que é? Algum Deus? Eu sou uma pessoa não um brinquedo.
–Você é minha, é oficial agora.– A voz dele desce, rouca e pausada. Cada palavra é uma faca perfurando minha razão. Ele se inclina, e seus lábios ficam a centímetros dos meus. O mundo ao redor parece desaparecer, sobrando apenas nós e uma escuridão densa que minha mente projeta. – Corpo e alma.
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Nas Asas do Destino- I Dark Empire
RomancePrimeiro livro da saga Dark Empire Na prestigiosa universidade Harveyking, Asher Connor reina, além de estudante de medicina, Asher também é um lutador brutal, conhecido como "Killer" no ringue do infame "Calabouço". Alto, tatuado, de cabeça raspad...