Capitulo 17

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Flora Harper

— Meninas, está ficando tarde. Vou subir para ir dormir. – Minha voz soa suave, quase distraída, enquanto seguro a mentira com força. Não vou dormir. Vou esperar. Quero entender o que ele faz enquanto eu "durmo". Será que me observa? Me toca? Hoje eu vou descobrir, fingindo estar adormecida.

— Buenas noches, hermosa — murmura Maria, ajeitando o cobertor enquanto sigo para a escada.
— Alguém viu meu celular? Não sei onde coloquei. — Ela revira o cobertor, mas o celular está desaparecido.

— Estava com você — responde Malika, a voz pesada de sono, com a cabeça escorada no ombro de Sakura, que dorme serenamente.

— Aqui — diz Clair, entregando o celular para Maria, que sorri em agradecimento. — Vou subir também. Boa noite.

Enquanto subimos juntas os primeiros degraus, um tom alto da voz de Maria rompe o silêncio.

— Santa mierda! — O susto atravessa a sala, despertando até Sakura, que olha ao redor confusa. Coitada.

— Que porra é essa, Maria? — resmunga Malika, a irritação latejando em sua voz.

— Nate — responde Maria, o nome dele saindo quase como uma maldição em seus lábios. Vejo Clair suspirar fundo, exasperada.

— Ninguém merece — ela murmura, quase inaudível.

— O que tem o Nate, Maria? — pergunto, mas ela só devolve um olhar perturbado, um brilho preocupado em seus olhos.

— Nate mandou uma mensagem. Parece que Killer vai lutar hoje... desafiou cinco caras ao mesmo tempo. Os meninos correram para lá — explica, e sinto meu coração tropeçar, falhando uma batida. Não deveria me preocupar.

— E por que o predador te contaria algo assim? — indaga Clair, o tom seco, visivelmente incomodada.

— Eu disse que, se ele precisasse de alguma coisa, podia me avisar. Ele respondeu que iria precisar de um kit de primeiros socorros... E agora explicou o motivo — Maria diz, enquanto Sakura e Malika se levantam, alarmadas.

— Mas o que ele realmente quis dizer? — pergunta Sakura, com os olhos agora arregalados.

— O Killer vai enfrentar cinco ao mesmo tempo, no calabouço.— sussurra Maria, e o silêncio se instala como um peso sobre nós.

— Não! — Clair é a primeira a quebrar o transe.

— Não o quê? — pergunta Malika, a voz carregada de preocupação.

— Não vamos até lá — decreta Clair, voltando a descer as escadas, os passos decididos, fazendo-nos segui-la com o olhar. — Pouco me importa se ele vai enfrentar cinco ou trinta. Aquele lugar é perigoso. Flora e Sakura voltaram em estado deplorável na última vez. Isso não é para nós.

— Não é sobre quem ele é, Clair. Ele é humano e precisa de ajuda — murmura Sakura, a voz tão suave que parece desarmar o ar ao redor. Clair apenas ri, mas o som é frio, quase cruel.

— Não seja uma madre Tereza, Sakura. Eles são adultos e ele escolheu isso. Vai fazer o quê? Pedir que ele pare de lutar em nome da paz e do amor? — Clair a olha diretamente, sua voz afiada e cortante. — Passados traumáticos criam monstros, Sakura. Killer é um monstro sedento por sangue, e nada do que você diga vai mudar isso.

Clair lança um último olhar para cada uma de nós, uma expressão dura e impenetrável. Sabendo que as meninas vão querer ir, não importa o que ela diga.

— Foda-se. Eu vou subir. Não contem comigo para essa loucura — ela declara, virando-se com uma determinação sombria.

O silêncio entre nós quatro paira denso, até que Sakura o quebra, quase hesitante.

Nas Asas do Destino- I Dark EmpireOnde histórias criam vida. Descubra agora