Sob a Sombra dos Dragões

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Lucerys sentia o cheiro de sal no ar, a brisa marítima que soprava através das muralhas de Pedra do Dragão carregando consigo uma estranha mistura de conforto e inquietação. Ele estava no pátio, onde os dragões costumam repousar, suas silhuetas imponentes contra o céu cinzento. Era ali que ele se sentia mais em paz, longe dos olhares vigilantes, e onde podia pensar com clareza, ou pelo menos tentar.

Mas hoje, sua mente estava uma tempestade própria, e nenhum lugar parecia oferecer o refúgio que ele tanto precisava. A conversa com Aemond ecoava em sua cabeça, misturando-se com as palavras de sua mãe e de Daemon. Como ele poderia reconciliar o que sentia com o que sabia ser certo?

Ele fechou os olhos, tentando acalmar seu coração, mas tudo o que conseguia ver era o olhar intenso de Aemond, aquele brilho inquietante no olho que parecia tanto uma promessa quanto uma ameaça.

De repente, o som de passos suaves interrompeu seus pensamentos. Ele abriu os olhos para ver Baela Velaryon, sua prima, se aproximando com uma expressão de preocupação.

— Luke, você está bem? — perguntou ela, a voz cheia de gentileza.

Lucerys forçou um sorriso, embora ele soubesse que não a enganaria.

— Estou apenas... tentando pensar — respondeu ele, sua voz mais trêmula do que gostaria.

Baela se aproximou, parando ao lado dele e olhando para o horizonte, onde as nuvens ainda se agitavam com a promessa de mais tempestade.

— Eu ouvi que Aemond está aqui — disse ela suavemente, suas palavras mais uma afirmação do que uma pergunta.

Lucerys assentiu, sentindo um nó se formar em sua garganta.

— Sim, ele veio falar comigo. E eu... não sei o que fazer, Baela. Ele me deixa tão... confuso.

Baela suspirou, como se entendesse o peso da confissão. Ela colocou uma mão no ombro dele, apertando-o com carinho.

— Você não precisa saber agora, Luke. Às vezes, as respostas vêm com o tempo. Mas você não está sozinho nisso. Nós estamos aqui para você, sempre.

Lucerys sentiu-se grato por sua prima naquele momento, pela compreensão e pelo apoio que ela oferecia sem julgamentos. Mas ainda assim, a sensação de estar preso entre duas forças opostas não o deixava em paz.

— Eu só... eu só quero que tudo isso acabe — sussurrou ele, sua voz carregada de tristeza.

Baela olhou para ele, seus olhos cheios de empatia.

— E vai acabar, Luke. De uma maneira ou de outra, vai acabar. Mas até lá, seja forte. Não deixe que o que você sente o destrua. Você é mais forte do que pensa.

As palavras dela trouxeram um pequeno conforto, mas Lucerys sabia que a verdadeira batalha ainda estava por vir. E ele não tinha ideia de como enfrentaria Aemond novamente, nem de como lidaria com o que sentia.

Enquanto os dois permaneciam ali, lado a lado, uma sombra passou pelo céu, acompanhada por um rugido profundo. Era Caraxes, o dragão de Daemon, com seu corpo longo e esguio e a coloração vermelho-sangue que lhe deu o apelido de "Serpente de Sangue". Ele circulava sobre Pedra do Dragão, como um lembrete silencioso do poder que os Targaryen detinham, mas também do peso que esse poder trazia.

Lucerys observou o dragão desaparecer entre as nuvens, sentindo-se pequeno diante da imensidão do que estava por vir. As correntes que o prendiam a Aemond pareciam mais fortes do que nunca, e ele não sabia como, ou se, algum dia conseguiria se libertar.


Meus amores, muito obrigada por terem lido o capítulo de hoje! 💖 Estou super feliz por ter vocês por aqui

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Meus amores, muito obrigada por terem lido o capítulo de hoje! 💖 Estou super feliz por ter vocês por aqui. Fiquem ligados! Até a próxima 🌟

Flames of the Glory- LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora