As Chamas da Incerteza

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A noite caía lentamente, as sombras se alongando enquanto a lua brilhava acima, sua luz refletindo nas ondas agitadas do mar. Lucerys, ainda confuso e perturbado pelo encontro com Aemond, caminhava sem rumo pelo pátio do castelo. Cada passo parecia ecoar os sentimentos tumultuosos que ele tentava processar.

Aemond havia partido após aquele beijo intenso, deixando Lucerys sozinho para enfrentar o turbilhão de suas emoções. O jovem Velaryon não sabia se estava mais chocado com a ousadia de Aemond ou com a própria reação. A mistura de desejo e medo que sentia era quase insuportável, e ele se perguntava como poderia equilibrar essas forças conflitantes em sua vida.

Seus pensamentos foram interrompidos quando o som de asas grandes batendo contra o vento chamou sua atenção. Ele olhou para o céu e viu Caraxes, o dragão de Daemon, descendo em um pouso majestoso. O dragão pousou suavemente no pátio, e Daemon, com sua presença imponente e rosto marcado por cicatrizes, desceu da montaria.

Daemon percebeu Lucerys e caminhou em sua direção, sua expressão preocupada. Havia uma compreensão silenciosa entre os dois, uma conexão que se formou através de lutas e desafios compartilhados.

— Luke, o que está acontecendo? — perguntou Daemon, sua voz grave e cheia de preocupação.

Lucerys hesitou, sentindo o peso das palavras que precisava dizer. Ele olhou para o chão, tentando encontrar a melhor forma de expressar o que sentia.

— Aemond... ele esteve aqui. E nós... tivemos uma conversa. Foi... complicado.

Daemon ergueu uma sobrancelha, seu olhar se tornando mais intenso.

— Complicado como?

Lucerys respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas.

— Eu sinto que há algo entre nós, algo que não consigo entender. E ele... ele disse que não vai desistir de mim, não importa o que aconteça.

Daemon franziu o cenho, compreendendo a profundidade da situação.

— Aemond é perigoso, Luke. E seus sentimentos por ele podem colocar você em grande perigo. Eu entendo que há uma conexão forte, mas você deve se proteger. O que aconteceu naquela noite mudou tudo. A tempestade, o confronto, tudo isso é um lembrete constante do que está em jogo.

Lucerys levantou o olhar, seus olhos cheios de frustração.

— Eu sei, Pai — disse o jovem Velaryon, a voz carregada de tensão e dúvida. Eram poucas as vezes que chamava Daemon de pai, mas em todas as vezes que o fazia, a palavra parecia carregar todo o peso de suas emoções reprimidas, um apelo silencioso por orientação. — Mas é difícil simplesmente ignorar o que sinto. E Aemond... ele não parece disposto a me deixar ir. O que devo fazer? — As palavras saíram quase como um desabafo, a mistura de dor e confusão eram evidentes em seu tom.

Daemon pensou por um momento, então se aproximou de Lucerys, colocando uma mão firme e reconfortante em seu ombro. Com um gesto terno e raramente demonstrado, ele inclinou-se e depositou um beijo suave na testa do jovem, antes de puxá-lo para um abraço protetor.

— Você precisa se fortalecer, meu filho — disse Daemon, a voz baixa e cheia de preocupação. — Aemond é um Targaryen, e o fogo que arde dentro dele pode consumir tudo ao seu redor. Se você não tomar cuidado, isso pode acabar destruindo você e aqueles que você ama. — O abraço se apertou, transmitindo toda a força e amor que Daemon, mesmo em sua natureza dura, tentava passar ao enteado.

 — O abraço se apertou, transmitindo toda a força e amor que Daemon, mesmo em sua natureza dura, tentava passar ao enteado

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Enquanto Daemon e Lucerys conversavam, Aemond estava em sua própria reflexão, agora de volta a Porto Real. Ele se encontrava na sala de armas, com seu olhar fixo no espelho, onde examinava a safira que substituía o olho perdido. O brilho frio da pedra era um lembrete constante do custo de sua ambição e da dor que havia causado. Aemond passava os dedos sobre a superfície da safira, seu olhar refletindo uma mistura de remorso e determinação enquanto as memórias e decisões recentes o assombravam.

Ele sabia que o desejo de Lucerys não era simples. Havia uma conexão poderosa entre eles, uma força que parecia desafiadora e inescapável. E, apesar da dor e do conflito, Aemond não conseguia se afastar. Havia algo no Velaryon que o atraía de maneira que ele não conseguia compreender totalmente, algo que desafiava sua razão e seu controle.

Aemond virou-se e olhou para a espada pendurada na parede, o aço refletindo a luz fraca da sala. Seus pensamentos se voltavam para a última conversa com Lucerys, para o beijo que havia compartilhado com ele, e para a determinação em seu coração. Ele sabia que estava em uma encruzilhada, e cada decisão que tomasse poderia mudar o rumo de sua vida e de Lucerys para sempre.

Ele murmurou para si mesmo, uma promessa silenciosa de que, não importando os desafios que enfrentaria, ele não desistiria de Lucerys. A paixão e o conflito entre eles eram profundos e complexos, e Aemond estava preparado para enfrentar qualquer coisa para manter a conexão que sentia.

Flames of the Glory- LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora