Flames of the Glory- Lucemond

A Tempestade se aproxima

A manhã seguinte trouxe uma brisa mais suave, embora o clima ao redor de Pedra do Dragão continuasse tenso. Lucerys, após a conversa com Daemon, estava determinado a encontrar uma maneira de lidar com a situação. Ele precisava de clareza, de uma solução para o caos que pairava sobre sua vida.

Ele decidiu que precisava conversar com alguém em quem realmente confiasse, alguém que pudesse oferecer uma perspectiva diferente. Assim, procurou Baela, esperando que sua prima pudesse ajudá-lo a encontrar um caminho.

Quando entrou na sala onde Baela estava, ela estava lendo um livro, mas levantou o olhar ao vê-lo. Sua expressão se iluminou com um sorriso compreensivo.

— Luke, que bom ver você. O que há de errado? — perguntou ela, sua voz cheia de preocupação.

Lucerys sentou-se ao lado dela, suspirando profundamente.

— Eu preciso de conselhos, Baela. A situação com Aemond está se tornando insustentável. Eu não sei o que fazer, e sinto que estou me afundando em um mar de confusão.

Baela fechou o livro e o olhou atentamente.

— Fale comigo, Luke. O que exatamente está acontecendo?

Lucerys explicou a situação com detalhes, incluindo o encontro com Aemond, a conversa intensa e o beijo. Ele falou sobre o conflito interno que sentia, a mistura de desejo e medo que o consumia.

Baela ouviu atentamente, seu olhar atento e empático. Quando Lucerys terminou, ela ponderou por um momento antes de responder.

— Luke, eu entendo que você está passando por um momento muito difícil. A conexão com Aemond é complexa e intensa, mas você precisa considerar suas próprias necessidades e segurança. Às vezes, o que sentimos pode ser confundido com algo que não é saudável para nós.

Lucerys assentiu, sentindo o peso das palavras dela. Ele sabia que precisava tomar uma decisão, mas o medo de perder Aemond, de enfrentar a dor da separação, era imenso.

— Eu não sei se consigo fazer isso, Baela. Não sei se posso simplesmente afastar Aemond e seguir em frente.

Baela colocou a mão sobre a dele, oferecendo um gesto de conforto.

— Você não está sozinho nisso, Luke. Nós estamos aqui para você. E lembre-se, às vezes, a escolha mais difícil é a mais necessária para o seu bem-estar. Confie em si mesmo e saiba que você merece ser feliz e estar em um lugar seguro.

Lucerys sentiu uma onda de gratidão por sua prima, mas também uma determinação crescente. Ele sabia que precisava tomar uma decisão, e que, apesar da dor que pudesse vir, era essencial para seu futuro.

Enquanto Lucerys e Baela conversavam, Aemond estava em uma sala isolada na fortaleza em Porto Real. Absorvido em pensamentos, o peso de suas ações e sentimentos o sobrecarregava. O desejo por Lucerys era uma chama que queimava dentro dele, e Aemond sabia que não poderia simplesmente ignorar o que sentia.

Sua mente estava dividida entre a necessidade de controlar suas emoções e o desejo avassalador de estar com Lucerys, de entender a profunda conexão que existia entre eles. Ele sabia que o caminho à frente era incerto, mas estava determinado a enfrentar qualquer desafio que surgisse, mesmo que isso significasse enfrentar as sombras de seu próprio coração.

O dia seguinte trouxe um céu nublado, e a sensação de tensão no ar era palpável. Lucerys passava as horas em seus aposentos, tentando se concentrar nos estudos e nas responsabilidades como futuro Lorde, mas sua mente estava distraída. A presença de Aemond e o tumulto emocional que ele causava eram constantes em seus pensamentos.

Ele estava revisando alguns pergaminhos quando ouviu uma batida na porta. Baela entrou, seu olhar sério, mas gentil.

— Luke, eu tenho algo para você — disse ela, aproximando-se com um pequeno pacote em mãos.

Lucerys levantou uma sobrancelha, curioso.

— O que é isso?

Baela entregou o pacote, que estava bem amarrado com um fio de couro. Lucerys desfez a amarra e abriu o pacote, revelando um amuleto de dragão de prata. Era um presente cuidadosamente feito, com detalhes intrincados e um toque de finesse que refletia a habilidade artesanal de Baela.

— É para você — disse Baela. — Pensei que poderia precisar de algo que te lembre da sua força e de quem você é, especialmente agora.

Lucerys segurou o amuleto, sentindo a frieza do metal contra sua pele. Agradecido, ele sorriu para Baela.

— Isso é muito significativo, Baela. Obrigado. Vai me ajudar a lembrar que devo me manter firme, não importa o que aconteça.

Baela deu um leve sorriso, seu olhar se suavizando.

— Você é mais forte do que imagina, Luke. E, apesar dos desafios, não se esqueça de que há pessoas ao seu redor que se importam com você e que vão te apoiar, não importa o que aconteça.

Lucerys guardou o amuleto no bolso, sentindo um novo senso de determinação. Ele sabia que precisava lidar com seus sentimentos e enfrentar a situação com Aemond de maneira direta.

Na mesma manhã, Aemond estava em sua sala de treino, sua mente envolvida em uma batalha interna. A safira em sua cavidade orbital parecia brilhar com um brilho frio, refletindo seu estado de espírito. Ele estava praticando com a espada, sua concentração visivelmente afetada pela confusão emocional que enfrentava.

Um dos membros de sua guarda entrou, interrompendo o treino.

— Meu príncipe, um mensageiro trouxe uma carta para o senhor — disse o guarda, entregando-lhe um pergaminho selado.

Aemond parou e pegou a carta, quebrando o selo e desenrolando o pergaminho. Ele leu rapidamente, seus olhos se estreitando enquanto absorvia o conteúdo. A carta era de Daemon, pedindo para que Aemond comparecesse a uma reunião importante no castelo. Era uma oportunidade para discutir assuntos pendentes e, aparentemente, para esclarecer questões pessoais também.

Aemond sabia que essa reunião era uma chance para enfrentar as questões que o atormentavam, especialmente em relação a Lucerys. Ele precisava de respostas, e essa reunião poderia ser o passo necessário para resolver os problemas entre eles.

No mesmo dia, Lucerys estava se preparando para uma reunião com seus aliados e amigos próximos. Ele havia decidido que precisava abordar a situação com Aemond de maneira mais direta e buscar um entendimento claro. Sentia que estava no limite e precisava encontrar um caminho para seguir em frente.

Quando a reunião começou, Lucerys se encontrou com Daemon, Baela e alguns conselheiros, todos reunidos em uma sala de conferências. O ambiente estava carregado de tensão, com cada pessoa presente ciente da importância do que estava por vir.

Daemon foi o primeiro a falar.

— A situação com Aemond está se tornando mais complicada do que esperávamos. Precisamos entender o que ele quer e como podemos abordar isso de maneira que proteja todos os envolvidos.

Lucerys assentiu, sua expressão séria.

— Eu concordo. Preciso de clareza sobre o que Aemond realmente deseja e como isso afetará a todos nós. A conversa com ele deixou claro que ele não está disposto a desistir de mim, mas não sei qual é o verdadeiro objetivo dele.

Baela olhou para Lucerys com preocupação.

—  Estamos aqui para apoiar você e garantir que qualquer decisão tomada seja a melhor para o seu bem-estar e para o futuro de todos.

A reunião continuou com discussões detalhadas e planos sobre como lidar com a situação com Aemond. Lucerys sabia que cada decisão que tomasse seria crucial para definir o rumo de sua vida e para lidar com a crescente complexidade de suas relações.