Aonde ela está?

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      Rebeca não hesitou para dar resposta ao que Simone questionou, seus lábios encontraram o de Simone que estava a centímetros do seu rosto, a boca de Simone era macia, adocicada pelo vinho, o beijo iniciou de forma leve, Rebeca trouxe Biles para mais perto segurando em seus ombros nesse primeiro beijo que selava todos os furacões emocionais que geravam uma na outra, aqueles silêncios confortáveis, eram muito bons, mas preenche-los com esses beijos fora mais. Andrade sentia que somente assim, talvez Biles compreendesse o que ela sentia, o que ela queria, aquilo ia além, além da admiração profissional, além da rivalidade, das criações geniais da ginastica, aonde as duas titãs duelavam, aquele beijo era preenchido por desejo, por querer, pela ânsia de ter um companheirismo, aquele beijo era de gratidão por cada momento em que se apoiarem mutuamente, nos piores momentos das carreiras, a cumplicidade sempre esteve presente entre elas, aquele beijo selava o início do algo mais, ali ela tinha Simone como ela queria, como mulher.

Afastaram os rostos para se olhar e perceberam as faíscas de felicidade, a linha eletrizante que envolvia as duas era estava ali, firmada com o olhar cúmplice que deram uma para a outra. Em um movimento mais ousado e até bruto, a brasileira fez com que Simone sentasse no seu colo, o que fez Biles sentir-se dominada e teve mais uma confirmação, se fosse por Rebeca, ela aceitaria, queria e gostava. A brasileira passou a língua de baixo pra cima nos lábios de Simone, aquilo a fez delirar e iniciou o beijo sugando o lábio inferior de Andrade, explorando a intensidade e os movimentos das bocas, línguas e rostos em completa sintonia. Cada beijo, cheirinhos para recuperar o fôlego, as mordidas e provocações elevavam as expectativas do que foi tão esperado, ambas sentiam uma conexão profunda, era como se fosse feito para ser assim, como se uma peça há muito tempo perdida se encaixasse, tudo fazia sentido, a rivalidade era uma gasolina no desejo e no querer que não compreendiam até ali.

A relação delas ali não era mais de GOAT e ginasta oponente, eram duas mulheres se entregando a uma ardente paixão. Em seus pensamentos as cenas mais obscenas corriam, se pudessem, fariam ali mesmo. Simone sentada em uma das pernas de Rebeca e marota falou — Tudo bem eu sentar aqui, você não está sentindo incomodo com meu peso? Não quero machucar você, ainda temos competições.

Rebeca ainda beijava seu pescoço e aspirava profundamente a pele de Biles que se arrepiava com as sensações intensas dos toques de Andrade, mas arqueou uma das sobrancelhas pra perguntar — Desculpe, está tão bom, mas por que você está me cheirando assim?

Rebeca sorriu dizendo — Porque você, Biles, é a mulher mais cheirosa do mundo e eu tô amando poder sentir sua pele... É o mínimo que eu posso fazer aqui disse repousando sua mão em uma coxa nua de Simone, apertando de forma maliciosa, ela a envolveu em mais um beijo e com um controle súbito, parou observando o rosto de Simone cheio de desejo e confuso pela pausa.

Biles estava fervendo de desejo, ela queria mais, Rebeca a encarava com uma serenidade incomum — Acho que estou perdendo meu controle com você, não posso fazer isso assim, aqui, os funcionários... meu deus Simone!

Ela se recompôs em sua postura e encarava Biles que levou seu polegar para a boca de Rebeca, massageando, ela ria baixinho — Rebeca, ninguém aqui irá dizer nada, isso posso prometer a você, mas, você tem razão, não é o local exato que eu queria estar agora com você.

O sorriso malicioso que se formou nos lábios de Biles foi envolvente, ela escorregou pra fora do colo de Rebeca descendo seu vestido, foi um movimento muito difícil, se separar do calor que a brasileira emanava. Voltou para sua cadeira e acenou ao garçom silencioso, ele se aproximou e ela lhe passou uma mensagem no ouvido, a qual ele assentiu e se afastou. Simone tomou sua bolsa e levantou para colocar seu casaco.

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