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"Ela é um raio de esperança, escalando meu desejo
Eu fico louco, pois não é aqui aonde eu quero estar
E a satisfação parece ser uma memória distante
E eu não consigo evitar, tudo que eu
quero é ouvi-la dizer: Você é meu?
Bem, você é minha? (Você é minha amanhã?)R U mine? — Arctic Monkeys
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"Divindade dos sonhos"
SUGURU GETOU
Quando acordo, acordo sozinho, sem nenhuma mulher de olhos de fundo do mar, sem seu corpo quente deitado em meu peito, sem ninguém ao meu lado. Demoro minutos até, de fato, despertar e perceber que ela tinha ido embora sem me dizer sequer seu nome, deixando para trás o cheiro de pêssego em meus travesseiros e um número na mobília do lado da cama.
— Ela meteu o pé...— esfrego meu rosto, encarando o teto do quarto e me lembrando da madrugada que tive.
Ela foi embora, e seu cheiro e o papel anotado são as únicas provas que ela passou por aqui, é o seu rastro, é o que me faz acreditar que a noite que tive não foi um sonho. Porquê parecia um sonho. Cada movimento que ela fazia, cada pedaço do seu corpo e sua voz que ecoou pelo quarto todo, estão marcados em minha mente, foi a primeira coisa que me lembrei assim que abri os olhos.
A primeira coisa que vi quando acordei, foi o lugar onde ela deveria estar vazio. Mas eu queria que ela estivesse aqui ainda, queria ver seu rosto pela manhã e saber seu nome, quero saber quando verei ela de novo. Quando ela me marcará como um sonho outra vez.
Me levanto como fazia quando criança, arrastando os pés e coçando a barriga, ando até o banheiro e ligo o chuveiro. Fiquei com dó de passar a espuma do sabonete em mim, não queria que seu cheiro saísse de mim. Pelo visto, estou sem seu cheiro e sem sua presença. Quase não me sobra nada dela.
— Vou ligar pra ela. — falo sozinho, colocando a escova de dentes na boca.
Depois que tínhamos acabado, depois suas pernas enlaçaram minha cintura e me senti desmanchar nela, quando ela adormeceu depois de conversamos e rirmos, eu continuei acordado, olhando ela dormir feito gato. Encolhida em meu peito, com o rosto sereno de quem não tem preocupações, só faltava ronronar. Não mandei mensagens para Satoru ou Ieiri, fiquei a olhando dormir o tempo todo, até eu cair no sono. E até mesmo em meus sonhos, eu sentia seu cheiro de pêssego e ouvia sua voz.
Ela foi tão legal comigo, me fez rir e me fez gozar, me deu prazer e depois me deu calma suficiente para assisti-la dormir. O mínimo que eu esperava era acordar com ela. Estou me sentindo uma das mulheres iludidas por Satoru.
Depois que eu já tinha dormido, acordei no meio da madrugada com o celular dela tocando, no bolso da calça jogada em meus pés. Eu estava com tanto sono, que nem me lembro de ter visto a identificação da chamada ou de ter escutado a primeira frase de quem ligou. Me lembro apenas de ter perguntando quem era, e a pessoa ter me feito a mesma pergunta, de uma forma bem grosseira, perguntando sobre uma pirralha, provavelmente a que dormia ao meu lado. Era um homem que falava, nada contente de estar falando comigo. Lembro de ter dito “foi mal, cara. Ela ‘tá dormindo. Quer deixar recado?” e acho que falei um pouco alto, porquê ela gemeu de forma sonolenta, dizendo para desligar o celular. E nada mais foi dito, escutei apenas ele desligando a ligação na hora.
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𝗧𝗼́𝗾𝘂𝗶𝗼 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝘁𝗲𝗺 𝘀𝗲𝘂 𝗻𝗼𝗺𝗲 | 𝗦𝘂𝗴𝘂𝗿𝘂 𝗚𝗲𝘁𝗼𝘂
Fanfiction"Suguru, o dia em que eu te conheci está marcado em minha alma, assim como nosso beijo naquele mesmo dia, assim como as marcas que deixei em seu corpo. Eu jamais me esquecerei de você, jamais me esquecerei de como você me amaldiçoou no primeiro inst...